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Uma pesquisa de cientistas europeus, publicada no periódico científico Nature Communications , revela que as mudanças climáticas abruptas na África impulsionaram avanços tecnológicos e culturais no início da era moderna. Claudio Conti comenta.

  • Data :08/07/2013
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23 de julho de 2013

Mudanças climáticas impulsionaram avanços humanos, diz estudo

Uma pesquisa de cientistas europeus revela que as mudanças climáticas abruptas na África impulsionaram avanços tecnológicos e culturais no início da era moderna.

Arqueólogos já tinham notado há muito tempo que a complexidade evidenciada pelos grupos humanos era intermitente, sem um padrão regular de evolução. As causas dessa dinâmica, no entanto, têm sido alvo de debates na academia.

Análises de sedimentos marinhos sugerem uma relação próxima entre as mudanças no comportamento humano e as alterações climáticas no sul do continente africano.

A pesquisa, conduzida por especialistas britânicos, suíços e espanhóis, foi publicada no periódico científico Nature Communications .

A equipe obteve um registro da variabilidade climática dos últimos 100 mil anos por meio da análise de sedimentos marinhos na costa sul-africana.

Martin Ziegler, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, comparou as mudanças em duas partes do mundo.

“Descobrimos que a África do Sul experimentou rápidas transições climáticas rumo a condições mais úmidas na mesma época em que o hemisfério Norte registrou condições de frio extremo”, diz.

“Quando comparamos a época desses fluxos repentinos de umidade com os dados arqueológicos, encontramos coincidências memoráveis. A ocorrência de diversas indústrias (de ferramentas) aparentemente coincide intimamente com o início dos períodos de mais chuvas”, avalia Ian Hall, também da Universidade de Cardiff.

“Da mesma maneira, a interrupção da fabricação de ferramentas parece coincidir com a transição para condições climáticas de maior seca”, complementa.

No hemisfério Norte, as intensas ondas de frio são relacionadas a uma mudança no fluxo de água quente do oceano Atlântico para as latitudes mais altas.

Já no sul da África, a resposta foi o inverso. Em vez de mais frio, houve um aumento de chuvas associado a uma mudança do cinturão de monções mais para o sul.

Mais estudos

Os registros arqueológicos no sul da África são vitais para compreender o desenvolvimento do comportamento moderno nos humanos, porque eles contêm ainda as evidências mais antigas para simbolismos e adereços pessoais.

“Impulsos (de desenvolvimento) no sul da África motivados pelo clima foram provavelmente fundamentais para a origem de elementos-chave do comportamento moderno na África, e para a subsequente dispersão do Homo sapiens de sua terra natal ancestral”, dizem os cientistas em seu artigo.

Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, também participou da pesquisa. Ele destaca os resultados do trabalho mas diz que mais estudos são necessários.

“A qualidade dos dados do sul da África nos permitiu fazer essas correlações entre o clima e as mudanças comportamentais. Mas precisamos de mais dados de comparação de outras áreas antes de afirmar que essa região foi unicamente importante para o desenvolvimento da cultura humana moderna”, diz.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 23 de maio de 2013.

Claudio Conti comenta*

Creio já haver falado anteriormente sobre reportagens de cunho científico na mídia sem os devidos cuidados para manter o mais fidedigno possível o conteúdo do tema com relação ao trabalho realizado. Pois, muitas vezes, percebemos que alguns autores deste tipo de assunto se preocupam mais em promover o sensacionalismo do que transmitir a descoberta propriamente dita e, por isso, “fantasiam”.

A reportagem em análise, pelo contrário, está clara e se manteve no tema que aborda, trazendo, inclusive, comentários dos próprios cientistas, citando seus nomes e o nome do periódico científico em que o trabalho foi publicado.

Desta forma, com um pequeno esforço é possível ter acesso ao artigo científico, ao menos a introdução, pois o acesso do artigo completo, em muitos destes periódicos, é pago. O acesso à fonte viabiliza algum nível de comparação e, consequentemente, uma análise mais precisa.

Assim, neste caso em particular, podemos ter acesso a introdução do artigo científico intitulado “Development of Middle Stone Age innovation linked to rapid climate change” e o nome de todos de todos que participaram na pesquisa, que são: Martin Ziegler, Margit H. Simon, Ian R. Hall, Stephen Barker, Chris Stringer e Rainer Zahn. Para quem tiver curiosidade, o “link” para a página do artigo no periódico Nature Communications é: http://www.nature.com/ncomms/journal/v4/n5/full/ncomms2897.html .

Ao compararmos os achados da pesquisa científica com a Codificação Kardequiana, mais precisamente com o Capítulo III do livro A Gênese , intitulado “O bem e o mal”, verificamos grande concordância.

Gostaria de reproduzir aqui todo o capítulo, todavia, devido ao espaço reduzido, transcrevo apenas os item 5. Contudo, sugiro a leitura integral para melhor entendimento.

Item 5: “Tendo o homem que progredir, os males a que se acha exposto são um estimulante para o exercício da sua inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de evitá-los. Se ele nada houvesse de temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o melhor; o espírito se lhe entorpeceria na inatividade; nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso.”

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .