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Um medicamento indicado para uma pessoa nem sempre pode ser eficaz para outra que sofra da mesma doença. A farmacogenética pode identificar fatores genéticos que expliquem a variabilidade individual na resposta aos medicamentos. Claudio Conti comenta.

  • Data :27/02/2013
  • Categoria :

27 de fevereiro de 2013

Em busca do remédio certo para cada paciente

Com informações da Agência Fapesp

Farmacogenética

Um medicamento indicado para uma pessoa nem sempre pode ser eficaz para outra que sofra da mesma doença.

O que tem efeito positivo em um paciente pode desencadear reações indesejáveis em outro.

A farmacogenética (ou farmacogenômica) pode identificar fatores genéticos que expliquem a variabilidade individual na resposta aos medicamentos.

A maior parte da resposta aos medicamentos é poligênica. Para alguns medicamentos, porém, há uma situação monogênica - variação genética pode consistir em um único gene.

“O que temos hoje é uma discussão em torno de pares: um gene, um medicamento,” explica Guilherme Suarez-Kurtz, chefe do Programa de Farmacologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

“Os genes CYP representam o grupo mais importante da farmacogenética. As enzimas da família CYP metabolizam cerca de 80% dos medicamentos de uso clínico. Com isso, variações nos genes CYP podem alterar as doses a serem usadas”, disse.

Terapias individualizadas

Outro exemplo é o gene VKORC, que afeta a resposta à varfarina (fármaco anticoagulante usado na prevenção de tromboses) e que apresenta variações genéticas frequentes.

“Um paciente, por apresentar essas características genéticas, tem um risco aumentado de sofrer efeitos colaterais. A genotipagem prévia vai mostrar que a variabilidade genética desse paciente pode aumentar o risco de efeitos tóxicos. É uma mudança de paradigma, uma nova e mais precisa variável”, disse Suarez-Kurtz.

A genotipagem prévia pode, assim, possibilitar a aplicação de terapias individualizadas.

“A forma de se usar essas informações no acompanhamento do paciente se dá sugerindo uma alteração de medicamento ou uma alteração de dose, ou dizer simplesmente que este paciente não pode fazer o tratamento, porque ele vai ter efeitos colaterais e irá interromper a terapia”, explicou.

Segundo o pesquisador, o abacavir, um dos antirretrovirais usados no tratamento da AIDS, apresenta problemas de reações de hipersensibilidade associadas ao fator genético.

“É um remédio de primeira linha no tratamento da AIDS, mas não é o único. Quando se diagnostica um paciente por infecção pela AIDS, pode-se fazer genotipagem e se prescrever uma terapia alternativa”, avaliou Suarez-Kurtz, que também é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Genes dos ancestrais

Muitas das variações genéticas têm um componente associado à ancestralidade individual, aponta o pesquisador.

“Por exemplo, um polimorfismo genético associado à ocorrência da síndrome de Stevens-Johnson (doença que provoca lesões cutâneas) em pacientes tratados com carbamazepina (medicamento anticonvulsivante utilizado no tratamento da epilepsia) é comum nas populações asiáticas, e raro nas populações africanas e europeias, principais ancestrais dos brasileiros. Assim, o risco desta síndrome nos brasileiros é mínimo”, disse Suarez-Kurtz.

Estudo feito por pesquisadores da Rede Nacional de Farmacogenética (Refargen), iniciado em 2010 envolvendo 1.300 amostras, genotipou um número grande de polimorfismos farmacogenéticos reconhecidamente importantes.

Paralelamente, todos os indivíduos foram tipados com marcadores de ancestralidade para saber o quanto cada um deles tinha de ancestralidade africana, europeia ou, em menor escala, ameríndia.

“Quantificar a ancestralidade indígena é difícil por dois motivos: primeiro porque é difícil coletar informações dos ameríndios, uma vez que o sistema de proteção aos povos indígenas não permite estudar a genética dos índios, e segundo porque a contribuição média da ancestralidade ameríndia na população brasileira é de menos que 10%”, disse Suarez-Kurtz, coordenador da Refargen.

Entretanto, segundo o cientista, é impossível correlacionar a aparência física de brasileiros com a sua ancestralidade genética, ou seja, um indivíduo categorizado como “pardo” pelo IBGE pode não ter uma ancestralidade dominantemente africana.

Nem tudo é genético

Apesar dos avanços no campo, a adoção clínica da farmacogenética é um processo lento.

“Os médicos norte-americanos consideram que existem cerca de 20 pares de medicamentos e genes que têm componentes farmacogenéticos importantes, incluindo a varfarina (anticoagulante) e a codeína (analgésico mais usado no mundo). Mas quantos desses médicos modificam as prescrições para atender à farmacogenética é outra história”, disse Suarez-Kurtz.

O fator genético não explica toda a variabilidade na resposta aos medicamentos.

“A resposta aos medicamentos é um fenótipo complexo, um processo que envolve vários fatores. Fatores demográficos (como peso, idade, sexo) e clínicos, função renal, função hepática, hábitos alimentares, tabagismo, alcoolismo, enfim, são inúmeros os fatores que podem afetar a resposta aos medicamentos.

“As variáveis genéticas são um desses fatores. Então, para alguns medicamentos o fator genético é determinante, enquanto para outros o importante a se levar em conta é a idade, e para outros o peso”, concluiu o cientista.

Notícia publicada no Diário da Saúde , em 29 de janeiro de 2013.

Claudio Conti comenta*

Este artigo demonstra que muitas novidades no tratamento de saúde convencional ainda estão por vir, quando os medicamentos serão muito mais eficazes no combate às enfermidades e os indesejados efeitos colaterais serão minimizados, traduzindo em maior conforto para o paciente. Todavia, isto ainda é futuro.

Porém, desta mesma reportagem encontramos informação que podemos aplicar hoje mesmo para melhorar a resposta do nosso organismo quando há necessidade de tratamento medicamentoso.

Nem tudo é genético, diversos fatores influenciam na resposta do organismo ao medicamento. Alguns destes fatores não temos o controle direto, porém outros são decorrentes apenas de decisões conscientes, tais como: hábitos alimentares, tabagismo, alcoolismo e outras tantas.

Desta forma, uma postura sadia perante a vida, consistindo de: a) com relação ao corpo: hábito alimentar saudável, prática de exercícios físicos, não fazer uso de substâncias nocivas e; b) com relação à mente: pensamentos positivos, ocupar a mente com temas elevados; propiciam a manutenção da saúde física e mental que, além de minimizar a necessidade de uso de medicamentos, favorecem a ação destes quando necessário.

Todavia, podemos comparar a abordagem apresentada no artigo em análise e a ação do fluido no tratamento espiritual.

Tomemos como exemplo os relatos de três curas descritas no livro A Gênese , da Codificação Espírita:

  1. Perda de Sangue: Uma mulher sofria de hemorragia e tocou a roupa de Jesus sem que ele visse, porém ele percebeu uma diferença distinta daquele toque em meio à multidão;

  2. O Cego de Betsaida: Jesus colocou saliva nos olhos de um cego de nascença e, depois, aplicou a imposição das mãos. Necessitou repetir o procedimento;

  3. Paralítico: Jesus disse ao paralítico “levanta-te e anda” e assim ele o fez.

No primeiro caso, Jesus não pode ter “impregnado” o fluido com qualidades específicas, pelo simples fato dele não saber quem o tocou; no segundo, Jesus necessitou de uma ação local e outra no ser como um todo e; no terceiro precisou apenas verbalizar o comando.

Percebemos claramente que o procedimento não é o mesmo. Conclui-se, então, que a cura utilizando fluidos é mais complexa do que a mera administração de um “medicamento”. Nesta abordagem, podemos creditar certa “inteligência” ao fluido no sentido deste atuar diferentemente: em algumas situações teria condições de reconhecer como deve agir; noutros casos teria ação local e; noutros, ainda, ação geral.

Diante das curas realizadas por Jesus, em que sempre afirmava que a fé do paciente é que o havia curado, devemos nos perguntar: o quanto é ação do médium, passista ou curador, e o quanto é ação do paciente? E, ainda, mais profundamente: o quanto é ação das próprias células?

Apesar dos processos de cura e os efeitos dos fluidos serem mais complexos e mais autônomos do que possa parecer inicialmente, o tratamento com esta terapia se torna mais fácil para o médium e para o próprio paciente. Há, portanto, a necessidade de se reavaliar as práticas de passe, pois a saúde é mais natural para o espírito do que a doença.

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .