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Um aposentado britânico, diagnosticado com degeneração macular do tipo seca, uma doença incurável que leva à perda da visão, voltou a enxergar depois de segurar um retrato de sua mulher, já falecida. Darlene Polimene Caires comenta.

  • Data :08/06/2011
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Britânico com problema incurável recupera visão ao olhar retrato de esposa

Um aposentado britânico, diagnosticado com degeneração macular do tipo seca, uma doença incurável que leva à perda da visão, voltou a enxergar depois de segurar um retrato de sua mulher, já falecida.

George Hudspeth tinha sido registrado como pessoa cega há dez anos, quando foi feito o diagnóstico da doença. Há um ano ele perdeu totalmente a visão.

No entanto, os médicos do aposentado foram surpreendidos quando, repentinamente, ele voltou a enxergar. E tudo aconteceu depois de Hudspeth ter “conversado” com um retrato de sua esposa.

Hudspeth contou à BBC que ainda não sabe exatamente como aconteceu.

“Sempre me perguntam isso. Não sei como aconteceu, apenas aconteceu”, disse.

“Eu estava sentado em frente à televisão, ouvindo a televisão. Então começaram as propagandas e eu comecei a conversar com a foto de minha mulher.”

“Então, quando me virei, a televisão estava ligada. Isto me assustou e eu desliguei. Não sabia o que estava acontecendo”, contou o aposentado.

Hudspeth saiu da sala e preparou uma xícara de chá. Quando voltou, ligou a televisão novamente.

“E estava lá (a imagem), de novo, nas notícias das cinco horas. Eu não parei de assistir, assisti (a televisão) a noite inteira. E tem sido ótimo desde então”, afirmou.

O aposentado contou à BBC que agora consegue enxergar as netas.

“Eu tinha visto a mais velha antes, ela tem três anos de idade. Mas eu não tinha visto a mais nova, ela tem apenas cinco meses. E foi lindo vê-la. Ela tem um sorriso lindo.”

Mistério

Helen Jackman, diretora-executiva da Sociedade de Degeneração Macular da Grã-Bretanha, acha maravilhoso que Hudspeth tenha voltado a enxergar mas não consegue imaginar qual seria a causa.

“Ele foi diagnosticado como degeneração macular do tipo seca. É uma doença que afeta a mácula e é a causa mais comum de perda de visão na Grã-Bretanha.”

“O que acontece: a mácula é uma parte minúscula atrás da retina, do tamanho de um grão de arroz. E pode ficar danificada com o passar do tempo”, explicou Jackman.

Ela afirma que o tipo de degeneração macular que afeta Hudspeth é incurável, o que “torna a história dele ainda mais incrível”.

“Não sei como ele conseguiu (enxergar de novo). Os médicos dele estão lutando para explicar.”

A Sociedade de Degeneração Macular geralmente dá aconselhamento para as pessoas que sofrem da doença.

“O que nós aconselhamos as pessoas a fazer é uma avaliação da visão, conseguir um bom aconselhamento sobre iluminação. Porque esta doença não deixa as pessoas completamente cegas, elas podem usar a visão periférica, então este caso é muito extraordinário.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 23 de fevereiro de 2011.

Darlene Polimene Caires comenta*

Milagre? “Na acepção etimológica, a palavra milagre (de mirari, admirar) significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente”. (Allan Kardec, em A Gênese .)

Ora, mas qual o problema em maravilhar-se, deslumbrar-se diante de um fato tão fantástico como o descrito acima? Afinal, não é todo dia que alguém estando cego há um ano volta a enxergar, não é mesmo?

Entretanto, o problema do maravilhar-se é bem mais profundo e complicado do que se pensa. Continua Allan Kardec: “A Academia definiu-a deste modo: Um ato do poder divino contrário às leis da Natureza, conhecidas”. Podemos ver que houve um desvio na interpretação original do termo.

O Espiritismo não acredita em milagres. O milagre é uma lei a ser descoberta. “O Espiritismo, pois, vem, a seu turno, fazer o que cada ciência fez no seu advento: revelar novas leis e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis… Longe de ampliar o domínio do sobrenatural, o Espiritismo o restringe até aos seus limites extremos e lhe arrebata o último refúgio. Se é certo que ele faz crer na possibilidade de alguns fatos, não menos certo é que, por outro lado, impede a crença em diversos outros, porque demonstra, no campo da espiritualidade, a exemplo da Ciência no da materialidade, o que é possível e o que não o é. Todavia, como não alimenta a pretensão de haver dito a última palavra seja sobre o que for, nem mesmo sobre o que é da sua competência, ele não se apresenta como absoluto regulador do possível e deixa de parte os conhecimentos reservados ao futuro”. (Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns .)

É a crença em algo sobrenatural, divino, que faz os céticos suspenderem o juízo e a ciência oficial negar veementemente sua existência.

A ciência é comprovação, prática sistemática de qualquer evento. E por isso muitos fenômenos, fatos, teorias foram rechaçados por ela em nome do empirismo.

Todavia, eles continuam existindo e a ciência, por não conseguir ainda mensurar ou explicá-los, busca desesperadamente formas e experimentos que comprovem manipulação, fraude e até mesmo, atualmente, aceita que pode ser produção de nossa mente.

Portanto, a magia apropria-se desses fenômenos, já que eles são visíveis e palpáveis. Não é porque ainda não se pode mensurar um fenômeno que ele não exista!

Crenças à parte, o fato existe: alguém que era cego voltou a enxergar. Nenhum dos médicos nega que houve a cura. Mas o que propiciou essa cura?

O paciente crê que foi o fato dele ter conversado com a esposa morta através da foto. Que fenômeno é esse?

Se dermos uma passada pela mídia, qualquer que seja ela, veremos uma infinidade de curas ditas “milagrosas”.

Se a ciência oficial diz que não há milagres, como é que uma pessoa cura-se pelo simples fato de conversar com uma foto, com promessas, benzimentos e cirurgias espirituais?

Com o advento da década do cérebro, surgiu a neurociência, “que estuda o sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a anatomia e a fisiologia do cérebro inter-relacionando-as com a teoria da informação, semiótica e linguística, e demais disciplinas que explicam o comportamento, o processo de aprendizagem e cognição humana bem como os mecanismos de regulação orgânica”. Sabemos que essa ciência ainda engatinha na apropriação total do que nosso cérebro é capaz de produzir, mas o que está se descobrindo não é mais que um “milagre” para o senso comum…

Descobriu-se através de experimentos que “neuropeptídios podem fornecer a chave para um entendimento da química da emoção do corpo… Quando documentarmos o papel primordial que as emoções, expressas através das moléculas de neuropeptídios, desempenham em afetar o corpo, se tornará claro que as emoções podem ser a chave ao entendimento da doença", diz a Dra. Candice Pert. (http://www.orion.med.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=967%3Aneuropeptideos&catid=43%3Asaudemedicina&Itemid=184&showall=1 ))

Corroborando com a ciência, Joanna de Ângelis, espírito, em seu livro Autodescobrimento – Uma busca interior , nos diz: “O corpo é veículo dúctil ao pensamento, sujeito aos sentimentos e vítima das emoções. De acordo com a qualidade deles passa a ter a organização condicionada… Desse modo, a organização molecular do corpo somático é maleável à psique, que a aciona e conduz”. E completa: “Retirar o entulho psíquico torna-se fundamental para uma existência saudável.”

Logo, doença e saúde nada mais são que a resposta do corpo aos desmandos de nossa mente/espírito. E futuramente a profilaxia e a cura de doenças pelo próprio “paciente” será mais um mistério desvendado pela ciência que era delegado ao sobrenatural.

  • Darlene Polimene Caires é professora aposentada e participa das atividades do Centro Espírita Nosso Lar, em Londrina, no Paraná.