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A vacina é baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática, que, de forma natural, sofre consequências tão severas ao consumir álcool que isso inibe seu vício, explicou o coordenador do projeto. Rodrigo Borges Teodoro comenta.

  • Data :28/03/2011
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Cientistas chilenos desenvolvem vacina contra o alcoolismo

Vírus induziria mutação genética nas células do fígado, que pode inibir o vício

Cientistas chilenos trabalham no desenvolvimento da primeira vacina contra o alcoolismo, baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática, que, de forma natural, sofre consequências tão severas ao consumir álcool que isso inibe seu vício, explicou o médico coordenador do projeto.

Estas populações não têm um gene que produz a enzima aldeído desidrogenase, que metaboliza o álcool no organismo. Sem essa enzima, ao beber ocorre uma reação muito forte, segundo o médico da Universidade do Chile, Juan Asenjo, chefe dos pesquisadores.

A vacina, portanto, aumentaria os enjoos, a sensação de náusea e a vasodilatação nos viciados. “Com a vacina, a vontade de beber será muito pequena devido às reações”, explica o médico. O princípio já foi testado com sucesso em ratos, nos quais o consumo do álcool diminuiu em 50%. “A ideia é que nos seres humanos o consumo de álcool diminua entre 90 e 95%”, acrescentou.

Vírus - A vacina consiste em induzir a mutação nas células do fígado através de um vírus que transmite esta informação genética. Atua sob o mesmo princípio sobre o qual são elaborados os adesivos (patches) e remédios utilizados para controlar o vício em álcool, mas sua eficácia seria maior porque, diferentemente das fórmulas anteriores, não depende da vontade imediata do paciente e tem menos efeitos colaterais. “A vacina é específica para as células do fígado. Os emplastros afetam todas as células e têm muitos efeitos colaterais”, explicou Asenjo.

Após demonstrar seu princípio ativo, os cientistas trabalham agora para cultivar as células necessárias para produzir o vírus em reatores e em grandes quantidades. Depois vem a fase de otimizar a produção, purificar o vírus e a aprovação por parte de diferentes comitês de ética e institutos de saúde pública.

“Durante este ano será feita a produção em grande escala e depois serão realizados testes pré-químicos em animais para determinar a dose. Posteriormente, em 2012, serão realizados testes químicos na fase 1 em humanos”, explicou Asanjo. Se os resultados em humanos forem bem-sucedidos, bastaria que o paciente tomasse a vacina uma vez por mês para começar a sentir os sintomas por um período prolongado, o que desestimularia o vício.

(Com agência France-Presse)

Matéria publicada na Revista Veja , em 7 de janeiro de 2011.

Rodrigo Borges Teodoro comenta*

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mateus, 11:28-30.)

À medida em que avançam as pesquisas da ciência no campo do complexo físico do ser humano, na busca legítima por explicações genéticas para comportamentos considerados inadequados, os cientistas defrontam-se com outras questões que colocam em xeque a tradicional ciência, segundo a qual as leis da matéria regem todo o intrincado jogo de dados que, ao acaso, formam a carga genética que nos determina o caráter, a personalidade e traz um certo pessimismo determinista sobre nossas ações. Após a euforia, após os avanços no campo do genoma humano, os cientistas experimentam frustrações em série, após verem o determinismo genético falhar sistematicamente como fator de explicação para boa parte dos desvios de caráter e conduta.

Após uma leitura atenta das obras mediúnicas ditadas pelo espírito André Luiz, não podemos desconsiderar o complexo e magistral trabalho de engenharia genética empreendido pelos arquitetos da justiça divina na construção de um arranjo genético capaz de gerar um corpo material que corresponda com exatidão às demandas evolutivas do ser reencarnante. Longe das teorias do acaso, a carga genética de cada indivíduo responde a um planejamento minucioso que combina as provas e expiações necessárias ao resgate evolutivo com as habilidades virtuosas do ser, num cenário onde sempre estão contemplados o direito ponderado ao livre-arbítrio e a intercessão misericordiosa de Deus em nossas vidas.

O alcoolismo, a exemplo da homossexualidade, da cleptomania e dos diversos tipos de câncer – apenas para ficar nos estudos mais recentes, não foge a esta regra: o fator genético corresponde a uma realidade comportamental do ser que deve ser alterada pelo exercício da vontade e da superação das más inclinações, e não o contrário. Resumindo: enquanto a ciência priorizar a “cura” dos desafios morais do homem através de vacinas, intervenções ou terapias genéticas, reduzindo a complexidade da formação da personalidade humana ao suposto caos genético no momento da fecundação, continuará a frustrar-se quanto ao alcance dos resultados. Mesmo terapias derivadas, em certo grau, do Espiritismo, como a apometria, deparam-se com os limites insuperáveis da ação voluntária do ser como agente de transformação e cura, quando tentam “reprogramar”, alterar ou acelerar determinadas tendências que causam desconforto pessoal/social.

Há, como ficará comprovado pela pesquisa em questão e outras subsequentes, um fator genético que explica parcialmente a tendência ao alcoolismo. De resto, estas pesquisas são importantes por tipificar esses comportamentos como doenças (agindo assim para desconstruir o preconceito e alertar para a busca de ações terapêuticas em diversos níveis), e por colocar face ao ceticismo científico a seguinte pergunta: Qual o elo perdido capaz de explicar a incapacidade das terapias genéticas em alcançar a cura, mesmo tendo sido esgostado o esquema de identificação genômico das doenças? A doutrina espírita, com sua crença na sobrevivência do espírito ao corpo e na reencarnação como elemento irrefutável da justiça divina em prol da plenificação do ser, certamente tem a resposta.

  • Rodrigo Borges Teodoro nasceu em 23 de agosto de 1978, na cidade de Anápolis/GO. Formado em Relações Internacionais, no ano de 2000, pela UnB, é atualmente Professor Universitário. É espírita e trabalhador do Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade, em Anápolis/GO.