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Ele é Luc Montagnier e sua biografia se resume a um feito único: ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2008, por ajudar a demonstrar a conexão entre o HIV e a AIDS. Ele diz ter ’teletransportado’ informações do DNA. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :20/03/2011
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Cientista afirma ter teletransportado moléculas de DNA

Com informações da New Scientist

Teletransporte de DNA

Seu nome é Luc Montagnier e sua biografia pode ser resumida a um feito único: ele ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2008, por ajudar a demonstrar a conexão entre o HIV e a AIDS.

Montagnier agora está sacudindo as bases do mundo acadêmico com uma alegação absolutamente inesperada: ele afirma ter “teletransportado” as informações de moléculas de DNA.

“Se os resultados estiverem corretos,” comentou Jeff Reimers, químico da Universidade de Sidnei, na Austrália, “isso será um dos experimentos mais significativos feitos nos últimos 90 anos, e exigirá uma reavaliação de todo o quadro conceitual da química moderna.”

Nesta altura dos acontecimentos, a expressão “se os resultados estiverem corretos” está tendo mais ênfase entre os outros cientistas do que o alegado teletransporte de DNA, que poderá ter um impacto, na verdade, muito além da química.

O problema é que o artigo ainda não foi aceito para publicação por uma revista revisada pelos pares de Montagnier.

E, a julgar pela recente controvérsia de uma bactéria com jeitão alienígena, anunciada com estardalhaço pela NASA e depois largamente contestada por outros cientistas, o processo de avaliação desse artigo deverá levar mais tempo do que o normal.

Teletransporte quântico

Montagnier e seus colegas alegam ter feito um experimento que mostra que uma molécula de DNA pode transmitir as informações que contém, por meio de campos eletromagnéticos, para células distantes e até mesmo para a água.

Mais do que isso, o Prêmio Nobel afirma que enzimas podem tomar esse “carimbo” remoto de DNA por um DNA real, copiando-o para produzir a coisa real - o que faria do experimento uma espécie de teletransporte quântico da molécula de DNA.

O experimento consiste em dois tubos de ensaio, próximos mas separados fisicamente, colocados dentro de uma bobina de cobre, sujeitos a um campo eletromagnético fraco de frequência extremamente baixa, de apenas 7 hertz.

O conjunto é isolado do campo magnético natural da Terra, para evitar interferências.

O primeiro tubo contém um fragmento de DNA com cerca de 100 pares de base. O segundo tubo contém água pura.

Depois de um período que variou de 16 a 18 horas, o conteúdo dos dois tubos de ensaio foram submetidos à reação em cadeia da polimerase (PCR), o método rotineiramente usado para amplificar quantidades traço de DNA, usando enzimas para fazer inúmeras cópias do material original.

Foi aí que o mais surpreendente aconteceu: o fragmento de DNA foi aparentemente recuperado dos dois tubos de ensaio, incluindo aquele que só deveria conter água.

A maldição da diluição

Para incomodar ainda mais os cientistas mais conservadores, aqueles que se incomodam com resultados controversos, e que geralmente se colocam prontamente contra qualquer nova descoberta que possa abalar o “edifício da ciência”, o DNA somente é teletransportado com sucesso depois que a solução original de DNA passa por diversos ciclos de diluição.

Diluição lembra homeopatia, e “cientistas céticos” - o termo é absolutamente sem sentido, mas há vários acadêmicos que se autodenominam assim -, cientistas céticos odeiam a homeopatia, argumentando que ela não possui bases científicas, e trabalham duro para desacreditá-la.

No experimento de teletransporte, em cada ciclo, a amostra original, do tubo número 1, foi diluída 10 vezes, e o DNA fantasma, do tubo número 2, só pode ser recuperado quando a amostra original é diluída entre sete e 12 vezes.

O teletransporte não funcionou nas super diluições usadas na homeopatia.

Vários cientistas ouvidos pela revista britânica New Scientist mostraram-se céticos quanto aos resultados.

Mas é difícil imaginar que a equipe de um pesquisador agraciado com o Prêmio Nobel seja ingênua a ponto de divulgar uma pesquisa tão controversa sem tomar todos os cuidados metodológicos necessários.

Ondas eletromagnéticas do DNA

Segundo o rascunho do artigo, os físicos da equipe sugerem que o DNA emite ondas eletromagnéticas de baixa frequência, que transmitem a estrutura da molécula para a água.

Essa estrutura, alegam eles, é preservada e amplificada por meio de efeitos de coerência quântica. Como a estrutura imita o formato do DNA original, as enzimas do processo PCR tomam-na pelo próprio DNA e, de alguma forma, usam-na como modelo para construir moléculas que coincidem com o DNA transmitido.

Mas se Montagnier e seus colegas não conseguiram de fato fazer o teletransporte do DNA, então o que eles descobriram?

“Os experimentos biológicos parecem intrigantes, e eu não posso desacreditá-los,” disse Greg Scholes, da Universidade de Toronto, no Canadá, que demonstrou no ano passado que os efeitos quânticos ocorrem em plantas.

Klaus Gerwert, da Universidade Ruhr, na Alemanha, que estuda as interações entre a água e as moléculas biológicas, mostra preocupação quanto à persistência do fenômeno: “É difícil entender como a informação pode ser armazenada na água em uma escala de tempo maior do que picossegundos.”

Memória da água

Em 1988, o cientista francês Jacques Benveniste publicou um artigo na revista Nature, onde ele e seus colegas afirmavam demonstrar que a água tinha memória.

Em seu experimento, a atividade de anticorpos humanos era retida em soluções tão diluídas que não poderiam conter quaisquer moléculas de anticorpos - o que estatisticamente também ocorre na homeopatia.

Frente a um enorme ceticismo, a revista convocou um “caçador de mitos” para averiguar a questão, que concluiu que os resultados eram “uma ilusão”, gerada por um experimento mal projetado.

Em 1991, Benveniste repetiu seu experimento sob condições duplo cego e obteve novamente os resultados que demonstraram inicialmente a alegada “memória da água”.

Contudo, nem a Nature e nem a Science aceitaram o novo artigo para publicação.

Desacreditado, o pesquisador foi expulso de seu instituto sob a alegação de haver manchado a reputação da instituição.

Benveniste morreu em 2004.

Única saída

O que se espera agora é que o experimento de Montagnier e seus colegas seja avaliado pelos seus pares com a isenção necessária - sem ser condenado previamente, sobretudo por conter a palavra maldita - “diluição”.

Para isso, um único caminho pode ser trilhado: laboratórios independentes devem repetir os experimentos e checar os resultados.

Notícia publicada no Portal Inovação Tecnológica , em 17 de janeiro de 2011.

Breno Henrique de Sousa comenta*

A Memória da Água

Algumas notícias condensam um tema específico e causam uma repercussão pontual; outras, porém, proporcionam inúmeros desdobramentos e repercutem sobre vários temas. É o caso da matéria em foco.

Sou tentado a me delongar sobre este assunto, mas, considerando o perfil do web-leitor, vou tentar refletir an passant , na expectativa de despertar o interesse por uma busca mais profunda sobre os aspectos diversos deste tema.

Avanços desta dimensão, como tantos outros aqui comentados, nos fazem pensar que o futuro já chegou. Teletransporte é algo que eu apenas imaginava quando assistia Jornada nas Estrelas, mas que começa a ganhar contornos de realidade. Porém, esta ainda não é uma experiência onde ocorre literalmente um teletransporte, mas sim a criação de uma réplica através da transmissão de um campo de informação sutil. Complicado? É como se o DNA tivesse um “campo de força”, ou uma aura energética que detém informações sobre sua formação. Nesta experiência, através de um campo eletromagnético, pode-se ampliar e transmitir este “campo de informações” através da água, replicando a molécula de DNA.

Este fato é mais uma evidência contra a ditadura do DNA, que é a visão mecanicista de que todos os processos de origem e manutenção da vida são determinados apenas pela genética pura, sem a intervenção de fatores não materiais. Na ótica espírita, é o Espírito o responsável pela vida, é ele quem age sobre a matéria, influindo sobre os mecanismos biológicos, sendo o Espírito e o perispírito os moldes que determinam a vida. Assim, esta pesquisa abre caminho para admitir esta possibilidade, algo impossível dentro das concepções puramente materialistas.

Rupert Sheldrake, no livro A New Science of Life (Uma Nova Ciência da Vida), apresenta a teoria dos campos mórficos, que sempre tenho citado em meus artigos.

Para Sheldrake, existe um campo de informação (e não formado de energia física) que influi sobre todos os processos em torno da vida. A ideia é antiga e foi defendida por vários cientistas na década de 20. Sheldrake apresentou sua teoria de maneira mais completa, com diversos experimentos que demonstram a existência de tal campo. Porém, como era de se esperar, ele foi motivo de chacota e discriminação por vários de seus colegas cientistas.

É o que acontece com todos aqueles cientistas que se dedicam a qualquer pesquisa que questione o paradigma materialista/reducionista/mecanicista da ciência ortodoxa. Certamente, apesar de ser um Nobel de medicina, Luc Montagnier já é alvo de uma inquisição da comunidade científica que tenta atirá-lo na fogueira do descrédito, do ridículo e do ostracismo. Já tratei de caso semelhante em outra notícia que comentei neste portal, onde o pesquisador Daryl Bem se dedicou oito anos para desenvolver seu trabalho sobre pré-cognição, dentro da mais rigorosa metodologia científica da chamada ciência ortodoxa, conseguindo publicá-lo em um gabaritado periódico científico da comunidade acadêmica internacional, sem que ninguém, nem mesmo os opositores mais céticos, conseguissem encontrar qualquer falha metodológica na pesquisa.

A revolta e indignação por parte de alguns cientistas baseou-se unicamente em suas convicções céticas e materialistas, simplesmente porque consideram, dentro de suas crenças, absurda a possibilidade de previsão do futuro, e não porque o trabalho não tenha consistência metodológica ou quaisquer falhas.

Mas não para por aí. O transporte se faz através da água e só é eficaz através de diluições sucessivas, como as da homeopatia. É um argumento a mais para os homeopatas e mais um motivo de aborrecimento para os céticos materialistas. Homeopatia nos lembra sobre a memória da água. Isto não significa que a água possa guardar recordações de maneira consciente como nós, mas que ela é capaz de armazenar informação proveniente de planos mais sutis que a matéria bruta que lhe dão qualidades diversas. Não se trata aqui de armazenar energia elétrica, mas sim de um campo muito mais sutil, que é capaz de dar propriedades específicas à água que podem ser terapêuticas.

Isto nos faz lembrar outro pesquisador, chamado Masaru Emoto, um japonês, também muito comentado e polêmico, que diz que após submeter a água a palavras positivas, algo como escrever a palavra “amor” em um vidro de água, para em seguida congelá-la, percebeu-se a formação de cristais de água com belíssimas formações geométricas. O contrário ocorre quando a água é submetida a palavras como ódio e inveja. As imagens destes cristais de água estão amplamente difundidas na internet e em seu livro The Secret Life of Water (A Vida Secreta da Água).

As possibilidades vão além, nos fazendo pensar sobre a água fluidificada usada nos centros espíritas, água que é usada em quase todas as religiões, tendo os significados mais diversos, como o de purificação, origem da vida, etc. A água fluidificada que é tida por alguns como uma prática supersticiosa, pode mesmo ter sua eficácia comprovada se usada sobre plantas e animais.

Procurei verificar a procedência das informações publicadas na notícia, consegui o artigo de Luc Montagnier(1) que deu origem a esta reportagem, além do primeiro trabalho de Beveniste(2), mencionado nesta matéria e que foi publicado na Nature , falando sobre a memória da água, além da referência do segundo artigo de Beveniste(3), que refuta as críticas feitas ao seu primeiro artigo.

Benveniste sofreu muita perseguição e acusação de fraude ou de que sua pesquisa foi falha. Ele se defende e critica a forma como seu trabalho foi verificado.

Na época da publicação na Nature, ele tinha obtido repetição de seus resultados em 4 grandes universidades. Mas o interessante é que seus resultados são confirmados por estas pesquisas recentes que comentamos.

Quanto ao também mencionado trabalho do professor Canadense Greg Scholes(4), que fala sobre o efeito quântico nas plantas, eu escrevi para ele no Canadá pedindo o artigo, que prontamente enviou-me o seu trabalho.

Deixamos aqui aos interessados as pistas que podem levar ao aprofundamento sobre o tema. Também recomendo uma ótima revisão sobre memória da água(5). A água, este elemento fundamental para a existência da vida, guarda ainda muitos mistérios e peculiaridades que demandariam um trabalho específico e muito amplo.

“Água é vida”. Esta máxima é uma verdade mais profunda do que imaginávamos.

Referências:

(1) L. Montagnier, J. Aissa, E. Del Giudice, C. Lavallee, A.Tedeschi, G. Vitiello. DNA Waves and Water . arXiv:1012.5166v1 [q-bio.OT] 23 Dec 2010;

(2) E. Davenas, F. Beauvais, J. Amara, et al., " Human Basophil Degranulation Triggered by Very Dilute Antiserum Against IgE ," Nature, June 30, 1988, 333:816-18;

(3) J. Benveniste, E. Davenas, B. Ducot, et al., " L’agitation de Solutions Hautement Diluees n’induit pas d’activite Biologique Specifique ”, C.R. Acad. Sci. Paris, 1991, 312:461;

(4) E. Collini; C. Wong; K. Wilk; P. Curmi, P. Brumer; G. Scholes. “ Coherently wired light-harvesting in photosynthetic marine algae at ambient temperatura ”. Vol 463|4 February 2010| doi:10.1038/nature08811;

(5) Chaplin F.Martin. The Memory of Water: an overview . Homeopathy (2007) 96, 143–150.

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.