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Astrônomos da Nasa e outros importantes cientistas dizem que eles devem encontrar planetas como a Terra orbitando outras estrelas, um passo-chave para determinar se nós estamos sozinhos no Universo. Jorge Hessen comenta.

  • Data :21/01/2010
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Astrônomos dizem que planetas habitáveis devem ser encontrados em até 5 anos

da Associated Press , em Washington

Astrônomos dizem que estão prestes a encontrar planetas como a Terra orbitando outras estrelas, um passo-chave para determinar se nós estamos sozinhos no Universo.

Um importante oficial da Nasa (agência espacial norte-americana) e outros importantes cientistas dizem que, dentro de quatro ou cinco anos, eles devem descobrir o primeiro planeta similar à Terra onde a vida poderia se desenvolver, ou já se desenvolveu.

Um planeta com o tamanho próximo ao da Terra pode até mesmo ser encontrado neste ano se vestígios preliminares de um novo telescópio espacial se confirmarem.

Na conferência anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana, que acontece nesta semana, cada descoberta envolvendo os assim chamados “exoplanetas”, aqueles planetas de fora do nosso Sistema Solar, apontam para a mesma conclusão: planetas como a Terra, em que a vida pode se desenvolver, são provavelmente abundantes, apesar do violento Universo de estrelas explosivas, buracos negros esmagadores e galáxias em colisão.

Kepler, o novo telescópio da Nasa, e uma riqueza de novas pesquisas no repentinamente quente e competitivo campo dos exoplanetas gerou discussões notáveis na conferência.

Sozinhos?

Cientistas falam sobre estar em um “ponto especialmente incrível na História”, próximos de responder uma questão que perseguiu a humanidade desde o início da civilização.

“A pergunta fundamental é: Nós estamos sozinhos? Pela primeira vez, há otimismo de que, em algum momento de nosso tempo de vida, vamos conseguir responder esta questão.” É o que diz Simon “Pete” Worden, astrônomo que lidera o Centro de Pesquisas Ames da Nasa. “Se eu fosse de apostar, e eu sou, apostaria que nós não estamos sozinhos, que há muita vida [pelo Universo]”, completa ele.

Até mesmo a Igreja Católica organizou conferências científicas sobre a possibilidade de vida extraterrestre, incluindo um encontro em novembro passado. “Estas são grandes questões que refletem sobre o significado da raça humana no Universo”, disse o diretor do Observatório do Vaticano, o reverendo Jose Funes, durante a conferência desta semana.

Worden disse à Associated Press: “Eu certamente esperaria que, nos próximos quatro ou cinco anos, encontremos um planeta do tamanho da Terra em uma zona habitável.”

Caça-planetas

O centro de pesquisas do cientista é responsável pelo telescópio Kepler, que está fazendo um intenso censo planetário de uma pequena parte da galáxia. Diferentemente do telescópio espacial Hubble, que é um instrumento genérico, o Kepler é especializado em busca de planetas.

Seu único instrumento é um sensor que verifica a luminosidade de mais de 100 mil estrelas ao mesmo tempo, atento a qualquer coisa que bloqueie essa luz. Isso frequentemente significa um planeta passando em frente à estrela.

Qualquer planeta que pudesse suportar vida seria quase com certeza rochoso, ao invés de gasoso. E precisa estar no local certo. Planetas muito próximos de uma estrela serão muito quentes também, e aqueles muito distantes são muito frios. “Em cada lugar que procuramos, encontramos um planeta”, diz Scott Gaudi, astrônomo da Universidade de Empire State. “Eles aparecem em todo tipo de ambiente, todo tipo de lugar.”

Os pesquisadores estão encontrando exoplanetas em uma velocidade muito grande. Nos anos de 1990, eles encontravam cerca de um par de novos planetas por ano. Mas por quase toda a última década, já se chegou a um par desses planetas por mês. E neste ano, os planetas estão sendo encontrados em uma base diária, graças ao telescópio Kepler.

O número de exoplanetas descobertos já passou bem dos 400. Mas nenhum deles tem os componentes certos para a vida. Isso está para mudar, dizem os especialistas. “Com o Kepler, nós temos fortes indicações de planetas menores em grande quantidade, mas eles ainda não foram verificados”, diz Geoff Marcy, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele é um dos “pais” da área de estudos para a caça a planetas e um cientista do telescópio Kepler.

No entanto, há uma grande dificuldade. A maioria dos primeiros candidatos a exoplanetas encontrados pelo telescópio Kepler estão agora sendo identificados como outra coisa. Ao invés de planetas, por exemplo, percebeu-se, que eram na verdade uma estrela cruzando o ponto de vista do telescópio, diz Bill Borucki, um dos mais importantes cientistas do Kepler.

Alvos

O Kepler se concentra em uma região equivalente a por volta de 0,25% do céu noturno, explorando mais de 100 mil estrelas. Suas distâncias vão de algumas centenas a milhares de anos-luz de distância. Assim, esses planetas são muito distantes para se chegar em viagens, e não podem ser vistos diretamente como os planetas de nosso Sistema Solar.

Se houver um objeto como a Terra na área em que o Kepler está investigando, o telescópio vai encontrá-lo, diz Marcy. Mas pode levar três anos para confirmar a trajetória orbital do planeta.

O que o Kepler confirmou por enquanto continua apontando para a ideia de que há muitas outras “Terras”. Antes do Kepler, esses corpos eram muito pequenos para serem vistos.

Borucki, nesta semana, anunciou a descoberta de cinco novos exoplanetas, todos encontrados nas primeiras seis semanas de busca. Mas todos eles são muito grandes e no lugar errado para serem como a Terra.

Quando o telescópio Kepler olhou para as 43 mil estrelas que são quase do mesmo tamanho de nosso Sol, os cientistas descobriram que praticamente dois terços delas parecem ser tão “amigáveis e não-violentas” para a vida quanto essa nossa mais próxima estrela.

Marcy, que nesta semana anunciou encontrar um planeta quatro vezes maior que a Terra, não gosta de especular quantas estrelas possuem planetas como o nosso. Mas, quando pressionado, ele disse, nesta quinta-feira: “70% de todas as estrelas possuem planetas rochosos”.

Assim, ele compara: “se você estivesse numa cozinha tentando preparar um planeta habitável, nós já sabemos que, no cosmos, todos os ingredientes estão aí”.

Enquanto astrônomos na conferência estão empolgados sobre exoplanetas, Marcy é mais cético, como Jill Tarter, diretor do Instituto Seti, que busca vida inteligente monitorando transmissões eletromagnéticas.

Estes dizem que ainda há a chance de que as buscas não deem em nada, e que a formação de planetas do tamanho da Terra seja muito difícil.

Notícia publicada na Folha Online , em 8 de janeiro de 2010.

Jorge Hessen comenta*

A vida e o Universo são magníficos mistérios. Dádiva de Deus, que não podemos, nem vamos compreender de maneira tão simplória. Há dois mil anos, Jesus proclamou que “há muitas moradas na Casa do meu Pai”.(1) Atualmente, não é difícil compreendermos que Deus criou Sua Casa (Universo), em cuja morada estão os incontáveis planetas. A questão fundamental é: Nós estamos sozinhos no Universo? Os astrônomos afirmam que estão próximos de responder essa questão que sempre perseguiu a humanidade, desde o início da civilização.

O diretor do observatório astronômico do Vaticano(2), padre José Gabriel Funes, afirmou que Deus pode ter criado seres inteligentes em outros planetas, do mesmo jeito como criou o Universo e os homens. “Isso não contradiz nossa fé, porque não podemos colocar limites à liberdade criadora de Deus”, acrescentou Funes, em entrevista ao jornal L’Osservatore Romano, órgão oficial de imprensa da Santa Sé”.(3)

Um dos ramos científicos que mais têm crescido, desde os anos 50, fazendo audaciosas pesquisas, ampliando muito o acervo de seus conhecimentos, é a Astronomia. Dela derivam, ou com ela interagem, a Astrofísica, a Astroquímica, a Exobiologia (estudo da possibilidade de vida fora da Terra). Simon “Pete” Worden, astrônomo, que lidera o Centro de Pesquisas Ames, da NASA, afirma que nós [na Terra] não estamos sozinhos, pois que há muita vida [pelo Universo]. Desde 1995, a Astronomia registrou a descoberta de 400 novos planetas, pertencentes a outros sistemas planetários, muito além deste do qual fazemos parte. Na conferência anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana, em cada descoberta, envolvendo os planetas de fora do nosso Sistema Solar (exoplanetas), apontam para a mesma conclusão: orbes, como a Terra, são, provavelmente, abundantes, apesar do violento Universo de estrelas explosivas, buracos negros esmagadores e galáxias em colisão.

O fato é que estamos na Terra, um dos nove planetas do Sistema Solar. Embora pese mais de 6 sextilhões de toneladas e apresente uma superfície de 510 milhões de quilômetros quadrados, nem por isso é o maior destes planetas que giram ao redor do Sol. Júpiter, por exemplo, lhe é 1.300 vezes maior. Sobre este planeta, Kardec escreveu que “muitos Espíritos, que animaram pessoas conhecidas na Terra, disseram estar reencarnados em Júpiter.”(4)

James Jeans, um dos maiores astrônomos do nosso século, afirma, no livro The Universe Around Us (o Universo em volta de nós), que o número de sistemas planetários, em todo o Espaço, é inimaginavelmente grande. Bilhões deles podem constituir réplicas, quase exatas, de nosso sistema Solar, e milhões de planetas podem constituir outras réplicas, quase exatas, da Terra. Ora, por que só existiria vida aqui no orbe, um planeta que tem um volume de 1.300.000 vezes menor que Júpiter; que dista da lua aproximadamente de 380.000 quilômetros? “Marte, está distante de nós (na Terra) cerca de 56.000.000 de quilômetros, na época de sua maior aproximação; Capela é 5.800 vezes maior que nosso [planetinha]; Canópus tem um brilho oitenta vezes superior ao Sol”.(5) Há estrelas tão brilhantes, cuja luz tem uma intensidade 1 milhão de vezes maior do que a luminosidade solar.

O Sistema Solar possui 9 planetas, com 57 satélites. No total, são 68 corpos celestes. E, para que tenhamos noção de sua insignificância, diante do restante do Universo, “nosso Sistema compõe um minúsculo espaço da pequena da Via Láctea”(6), ou seja, um aglomerado de, aproximadamente, 100 bilhões de estrelas, com, pelo menos, cem milhões de planetas, que, segundo Carl Seagan, no mínimo, 100 mil deles com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.(7)

As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), elevaram o número de galáxias conhecidas. Sabe-se, hoje em dia, existirem, pelo Universo observável, pelo menos, 10 bilhões de galáxias. Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis [isso mesmo, 1 quadrilhão!]. Acreditar que somente a Terra tenha vida é supor que todo esse imensurável Universo tenha sido criado sem utilidade alguma, e seria uma impossibilidade matemática que, num Universo tão inimaginável, não se tivesse desenvolvido vida inteligente, senão neste pequeno planeta. Aliás, seria um incompreensível desperdício de espaço.

Concretamente, a Terra é, sem dúvida, o “único” local habitado que sabemos com certeza ter vida, pois, afinal, estamos aqui. No entanto, as provas materiais, da possibilidade fortíssima de haver vida em muitos outros lugares, estão em todo lugar: Astrônomos descobriram sinais de matéria orgânica em outro planeta; meteoros caem, aos montes, com vários compostos orgânicos essenciais à vida, sendo, talvez, o mais famoso deles o meteorito de Murchison; e, nem precisando ir tão longe, a Terra, mesmo, mostra-nos que a vida existe, também, nos locais mais inóspitos e surpreendentes e sob as condições mais hostis, como se vê no caso das formas de vida extremófilas, presentes em ambientes extremos, como gêiseres, mares polares frios e lagos altamente salinos.

Segundo Allan Kardec, “repugna à razão crer que esses inumeráveis globos que circulam no espaço não são senão massas inertes e improdutivas."(8) A Ciência vem descobrindo, incessantemente, planetas situados em outros sistemas estelares. No campo das pesquisas científicas, “o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro, acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”(9)

A proposição kardequiana, da pluralidade dos mundos habitados, continua tão atual quanto na data de sua publicação. Portanto, o Espiritismo corrobora com a tese da existência de vida fora da Terra. Destaque-se que, antes que a ciência humana e as religiões tradicionais admitissem essa possibilidade, os Espíritos revelaram, na questão 55, de O Livro dos Espíritos, “que são habitados todos os mundos que giram no espaço e que a Terra está muito longe de ser o único planeta que asila vida inteligente”.(10)

A propósito, o Espírito Emmanuel confirma que, “nos mapas zodiacais, observa-se, desenhada, uma grande estrela na Constelação do Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros que nos são mais vizinhos, ela, na sua trajetória pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, da sua família de mundos, cantando as glórias divinas do Ilimitado. A sua luz gasta cerca de 42 anos para chegar à face da Terra, considerando-se, desse modo, a regular distância existente entre a Capela e o nosso planeta. Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos.”(10)

Reafirma, ainda, Emmanuel que “alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos. As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.”(11)

Aqueles seres, explica o mentor de Chico Xavier, “angustiados e aflitos, que deixavam, atrás de si, todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos, não veriam a suave luz da Capela, mas trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.”(12)

Fontes:

(1) Cf. João 14:2;

(2) A sede do observatório do Vaticano se localiza em Castelgandolfo, cidade próxima de Roma, onde fica situado o palácio de verão do papa, desde 1935. O interesse dos pontífices pela astronomia surgiu com o papa Gregório 13, que promoveu a reforma do calendário em 1582, dividindo o ano em 365 dias e 12 meses e introduzindo os anos bissextos;

(3) Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL468362-5603,00-VATICANO+ADMITE+QUE+PODE+HAVER+VIDA+FORA+DA+TERRA.html , acessado em 18/01/2010;

(4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Cap. IV – Pluralidade das Existências / Item III – (Encarnação nos Diferentes Mundos);

(5) Xavier, Francisco Cândido. Roteiro, ditado pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1994, Cap. 1;

(6) As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), mostram o número de galáxias conhecidas de 50 milhões;

(7) Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a um quatrilhão de sóis;

(8) Allan Kardec esposava a mesma ideia. Em 1858, escreveu em A Revista Espírita;

(9) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, cap. I;

(10) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg. 55;

(11) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1994;

(12) Idem;

(13) Idem.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.