Carregando...

  • Início
  • Convívio social reduz riscos de leucemia infantil, diz estudo

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, sugere que o convívio entre crianças diminui os riscos de leucemia infantil ou câncer de medula óssea. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :03/09/2008
  • Categoria :

Convívio social reduz riscos de leucemia infantil, diz estudo

Um estudo conduzido por pesquisadores americanos sugere que o convívio entre crianças diminui os riscos de leucemia infantil.

Segundo os especialistas da Universidade da Califórnia, a interação social entre crianças possibilita o contágio de doenças e infecções, aumentando as defesas do sistema imunológico contra males mais graves, como a leucemia, ou o câncer da medula óssea.

Os cientistas revisaram 14 estudos envolvendo 20 mil crianças, entre as quais 6 mil haviam desenvolvido leucemia linfoblástica aguda (ALL, na sigla em inglês).

Eles afirmaram que 12 dos 14 trabalhos analisados indicaram que as crianças que conviviam com outras em escolas ou playgrounds tinham 30% menos riscos de desenvolver o tumor.

“Ao combinar os resultados desses estudos concluímos que o efeito benéfico proporcionado pela interação social entre as crianças é real”, disse Patrícia Buffler, coordenadora da pesquisa.

A leucemia é o câncer mais comum entre crianças em países industrializados, atingindo uma em cada duas mil crianças, sendo que a leucemia linfoblástica aguda responde por mais de 80% dos casos.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 29 de abril de 2008.

Carlos Miguel Pereira comenta*

Esta notícia é um alerta para todos os pais. Na ânsia de protegermos os nossos filhos de todos os problemas potenciais que conseguimos imaginar, sem nos apercebermos, poderemos estar a desencadear males ainda maiores.

Já eram conhecidas as desvantagens dos laços de super-proteção que muitas vezes os pais criam aos seus filhos, levando a que estes se sintam frágeis, inseguros e vulneráveis, com falta de confiança nas capacidades próprias, sem defesas para enfrentarem a crua realidade, tornando-se adultos com dificuldades para lidar com os problemas reais que a vida lhes coloca.

O que desconhecíamos era que isso também se verificava a um nível microbiológico e que poderia ser nocivo também para a própria saúde das crianças. Ao evitarmos que os nossos filhos entrem em contato com pequenos focos de doenças e infecções, impedimos que os seus sistemas imunológicos “aprendam” a defender-se como deveriam, ficando vulneráveis a doenças muito mais graves.

Os pais são os veículos utilizados para orientarem, prepararem e apoiarem os seus filhos na sua readaptação à vida terrena, respeitando a sua personalidade, as suas opiniões e também as suas opções de vida. Com amor intenso e preocupação natural, para que não corram riscos desnecessários, os pais devem perceber intimamente que a aprendizagem é individual e, por mais cuidados que tenham, não irão conseguir evitar que os seus meninos se machuquem de vez em quando. É muito importante dar condições aos filhos para que possam crescer num ambiente estimulante e conceder-lhes o maior número de oportunidades possíveis, para que eles se habituem a fazer as suas escolhas, a cometer erros e a aprender com eles, a saber o que é a dificuldade de uma decisão, sentir que é preciso sempre abdicar de algo para conseguirem alguma coisa que desejam.

Os nossos filhos são seres próprios e individuais, Espíritos com uma bagagem de experiências única, fruto das inúmeras encarnações que já passaram e que vêm para essa vida sobretudo para aprender e não para serem peças de porcelana que têm como única finalidade embelezar o nosso lar.

As crianças de hoje têm cada vez menos direito de se manifestarem como crianças. Não podem andar descalços, esburacar a terra, rebolar na relva, sujar a roupa, brincar ao ar livre e fazer corridas, porque para os pais tudo isso pode ser potencialmente perigoso. Mas é isso, juntamente com a interação com outras crianças, que desenvolvem nelas capacidades orgânicas, físicas, sociais e emocionais específicas que não podem ser desenvolvidas de outra forma, criando as bases para um crescimento saudável, em harmonia consigo, com o mundo e com os outros. Porque todas as crianças têm o direito de serem crianças!

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.