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A espécie humana evoluiu em uma taxa cem vezes mais alta nos últimos cinco mil anos que em qualquer outro período, sugere estudo de cientistas americanos. Pedro Vieira comenta.

  • Data :30/05/2008
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Estudo indica que humanos têm ‘evolução acelerada’

A espécie humana evoluiu em uma taxa cem vezes mais alta nos últimos cinco mil anos que em qualquer outro período, e como conseqüência, os seres humanos estão geneticamente mais diferentes uns dos outros, sugere um estudo realizado por cientistas americanos e publicado nesta segunda-feira.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Winsconsin-Madison, entre as principais causas da aceleração no processo evolutivo estaria a mudança demográfica, reforçada pela mudança no meio ambiente.

O estudo aponta que processos migratórios e o crescimento populacional podem ter influenciado a adaptação dos seres humanos, como a resistência a epidemias.

“Consideramos que o crescimento demográfico humano está relacionado com as mudanças ocorridas na cultura humana e no meio ambiente. Ambos os processos contribuíram para a rápida evolução crescente da nossa espécie”, diz o estudo.

A pesquisa aponta que a aceleração na evolução humana verificada através do estudo é uma das mais radicais já registradas. “Nós somos geneticamente mais diferentes das pessoas que viviam há cinco mil anos do que eles eram do Homem de Neandertal (que viveu entre 350 mil e 25 mil anos atrás)”, diz o estudo.

Diversidade

A pesquisa, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences , analisou dados disponíveis no International HapMap , mapa internacional de haplótipos, que relaciona diferenças entre seres humanos de vários continentes.

Para o estudo, os cientistas analisaram a formação genética de 270 pessoas de quatro regiões: chineses, africanos iorubás, japoneses e norte-europeus.

Liderados por John Hawks, os cientistas afirmam que as etnias estão se tornando geneticamente mais distintas. De acordo com o estudo, “pelo menos 7% dos genes humanos sofreram evolução recentemente”.

Apesar disso, o estudo sugere que a diferença entre os continentes deve ser reversível, já que a tendência é que as populações futuras sejam ainda mais mescladas.

Transformações

Para indicar a diferença entre a formação genética, os cientistas citam a lactase, enzima que ajuda a digerir o leite.

Segundo o estudo, a maioria dos chineses e africanos não consegue digerir a lactose no leite, enquanto os europeus desenvolveram um gene resistente a enzima. Para os pesquisadores, o clima frio da região foi crucial para esta diferença, já que em regiões frias as pessoas produzem menos vitamina D, essencial para absorção de cálcio.

Por isso, “a capacidade de digerir leite por toda a vida fez as pessoas em regiões mais frias serem mais saudáveis”, diz o estudo.

Fertilidade

A pesquisa aponta que no futuro, a aceleração pode provocar ainda outra mudança genética, relacionada à fertilidade.

O estudo aponta, por exemplo, que o número crescente de pessoas que decidem ter filhos com idade mais avançada pode influenciar os genes que impedem os seres humanos de ficarem férteis por mais tempo, tornando-os cada vez mais raros.

De acordo com a pesquisa, a tendência a começar uma família com idade mais avançada pode guiar o processo evolutivo. “As pessoas estão tendo problemas com a infertilidade. Por isso, qualquer variação genética que aumente o sucesso da fertilidade com idade avançada será selecionada”, diz o estudo.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 11 de dezembro de 2007.

Pedro Vieira comenta*

É sempre muito bom lembrar que o Prof. Allan Kardec é contemporâneo de Charles Darwin, que nos trouxe a teoria da evolução das espécies por meio da seleção natural, utilizada no artigo em questão. Na realidade, enquanto Darwin estudava as espécies orgânicas e buscava entender a ligação entre elas e a relação delas conosco, Kardec estudava os seres espirituais e buscava entender igualmente a ligação entre eles e a relação deles conosco. Os dois bandeirantes do entendimento, um material e outro espiritual, trouxeram novas luzes para o homem. Não era mais o ser humano um compêndio misterioso, mas um produto da genética e da evolução natural (ser físico), da sociedade e do meio (ser social) e, acima de tudo, um produto de si mesmo (ser espiritual).

Em “A Gênese”, o Prof. Allan Kardec teve ainda tempo de analisar, superficialmente, a teoria da evolução darwiniana e escreveu: ‘Da semelhança, que há, de formas exteriores entre o corpo do homem e o do macaco, concluíram alguns fisiologistas que o primeiro é apenas uma transformação do segundo. Nada aí há de impossível, nem o que, se assim, for, afete a dignidade do homem. Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros Espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essa vestidura mais apropriada às suas necessidades e mais adequadas ao exercício de suas faculdades, do que o corpo de qualquer outro animal (…)’.

A Ciência parte da observação e formula hipóteses, que devem ser testadas. Não é diferente com o apresentado no artigo. Buscando fundamentação na evolução física, buscam a explicação para tanta mutabilidade genética existente entre os homens. Seria apenas um fator da diversidade de meios? A explicação darwiniana é suficiente para atender aos resultados? Se não, existiria alguma diferença pela ação do fator espiritual inteligente moldar mais facilmente o campo energético físico, modificando seus gametas? Existiria uma espécie de ‘lamarkismo espiritual’ (lei do uso e do desuso)?

Não é possível, por hora, afirmar nada nesse sentido, apenas acompanhar o desenvolvimento da Ciência material e suprí-la com a perna “Kardec” de “Darwin”, ou seja, com a informação espiritual."

  • Pedro Vieira é expositor e médium espírita. Colabora com o centenário Centro Espírita Cristófilos e com o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, além de algumas outras casas.