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  • Vício do cigarro pode estar ligado a fatores genéticos; entenda

Especialistas falam dos malefícios do fumo e quais doenças os tabagistas têm mais predisposição a desenvolver. Você sabia que durante a pandemia o consumo de cigarros aumentou, pois bem, segundo o estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Estadual de Campinas, divulgaram um estudo com cerca de 45 mil indivíduos sobre o aumento de fumantes. Alessandra Belo comenta.

  • Data :16/11/2021
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Especialistas falam dos malefícios do fumo e quais doenças os tabagistas têm mais predisposição a desenvolver.

Você sabia que durante a pandemia o consumo de cigarros aumentou, pois bem, segundo o estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Estadual de Campinas, divulgaram um estudo com cerca de 45 mil indivíduos sobre o aumento de fumantes.

Segundo o Ricardo di Lazzaro Filho, mestre em genética, poucos sabem que o vício em nicotina pode estar ligado diretamente a genética de cada pessoa, uma vez que a intensidade do efeito causado por ela no organismo depende da atividade dos chamados receptores nicotínicos, ativados pela presença da substância. Variações genéticas podem alterar esses receptores, fazendo com que algumas pessoas tenham maior propensão a desenvolver dependência.

“Existem diversas vias neuronais que estimulam a vontade de fumar, inclusive vias mais profundas do sistema nervoso central, em que o fumante não tem consciência clara da razão e pode associar a outras questões que envolvem ansiedade, nervosismo ou o simples fato de gostar”.

Além disso, fatores sociais influenciam também, como o meio em que se vive, cultura e costumes. Nesse mesmo estudo holandês, o ambiente explicou 56% da iniciação do tabagismo.Variações genéticas podem alterar esses receptores, fazendo com que algumas pessoas tenham maior propensão a desenvolver dependência", explica o Ricardo di Lazzaro Filho.

O especialista ressalta ainda que atualmente, por meio de uma amostra de saliva, é possível descobrir quais predisposições genéticas o organismo é capaz de desenvolver. Propensão à dependência de nicotina, predisposição ao alcoolismo e preferências por horários diurnos e noturnos podem ser detectados pelo seu DNA.

Riscos à saúde e principais doenças causada pelo tabagismo

De acordo com o Dr. Domingos Tsuji, otorrinolaringologista, o tabagismo é uma doença causada pela dependência física e psicológica à nicotina, que afeta não apenas a saúde do fumante, mas também das pessoas que convivem com ele.

“Esse vício pode desencadear alergias respiratórias, dores de cabeça e irritações nos olhos, entre outros males. Aos fumantes, os riscos são ainda maiores, podendo causar cerca de 50 patologias diferentes, como doenças cardiovasculares e câncer”.

O especialista ressalta ainda que o câncer está entre as principais causas de mortalidades para tabagistas. Entre os tipos mais frequentes, o médico alerta para o câncer na laringe, que atinge as cordas vocais e a estrutura da laringe.

“É importante buscar um otorrinolaringologista caso os sintomas de rouquidões ou disfonias apareçam, para que o motivo real do problema seja identificado e tratado. “Outro câncer típico em fumantes é o de boca, que atinge os lábios e o interior da cavidade oral, incluindo língua, gengiva e bochechas.”

“O nariz também não fica de fora, e pode ser afetado. De acordo com o Dr. Tsuji, a exposição à fumaça do cigarro amplia a irritabilidade do órgão, aumentando as chances de inflamações e piorando os sintomas clínicos de quem já tem outros tipos de rinite, doenças pulmonares e de fígado”, finaliza o Dr. Ricardo di Lazzaro Filho.

Consultorias: Ricardo di Lazzaro Filho, também mestre em genética e sócio-fundador da Genera , sócio-fundador e diretor médico da Genera e Dr. Domingos Tsuji, otorrinolaringologista.

Notícia publicada no portal Terra , em 02 de Agosto de 2021

Alessandra Belo* comenta

A reportagem mostra como o vício do tabagismo envolve questões científicas mais complexas do que imaginamos. Tal texto é bastante sugestivo ao afirmar que as causas dessa condição resultam de uma questão genética. Em linhas gerais, o fumante teria uma predisposição orgânica ao vício enquanto outros indivíduos não teriam necessariamente essa propensão genética. Esta questão nos leva a mergulhar mais profundamente na interpretação espiritual do tema. Afinal, uma vez que algumas pessoas apresentam esta condição que antecede (no organismo físico) ao próprio hábito atual de fumar, nos perguntamos se a nossa essência de espírito imortal é capaz de nos elucidar de maneira ainda mais profunda acerca das causas do tabagismo.

Em primeiro lugar, é preciso entender a questão dos vícios e das paixões sob o ponto de vista do Espiritismo. O Livro dos Espíritos dedica um item sobre o tema no capítulo XII, denominado de “As virtudes e os vícios”. Nesse tópico, os Espíritos superiores asseveram que “o apego às coisas materiais” (de onde procede os vícios de toda sorte), constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Os vícios, nos mostram os amigos espirituais, tornam-se cadeias escravizadoras de consequências lamentáveis” para todos nós. De fato, o tabagismo é responsável por diversas enfermidades, especialmente as do sistema nervoso central, como dos aparelhos cardiovascular, respiratório, digestivo, entre outros. No entanto, sua superação está conectada ao cultivo de valores espirituais nobres, no qual o sujeito busca sua evolução, que certamente contará com a ajuda dos amigos espirituais como bem demonstram os imortais ao afirmarem que para vencer as paixões se o indivíduo “pedir a Deus e ao seu bom gênio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.”

A benfeitora e autora espiritual, Joanna de Ângelis, dedicou-se ao estudo dos vícios sob a perspectiva da psicologia espírita e evidenciou como o vício do tabagismo é uma consequência dos diversos conflitos existenciais do ser humano. Segundo ela, “entre as causas do tabagismo está aquelas de natureza subjetiva”, isto é, reside no emocional do indivíduo, “apresentando-se sob variado elenco de manifestações, tais como a timidez e o medo, o complexo de inferioridade e a insegurança, a baixa estima pessoal e a ansiedade, que resultam de processos anteriores da evolução ou que resumam dos conteúdos psíquicos inconscientes arcaicos e infantis do fumador”. A segunda causa “é de natureza objetiva, social, externa, defluente da convivência com outros dependentes da nicotina, que fingem haver adquirido a independência (dos pais, dos familiares, dos mestres), afirmando a personalidade, adentrando-se na sociedade dos adultos, igualmente viciados”.

Nessa situação, é fácil a busca de uma fuga psicológica que supostamente sustente o indivíduo, sendo o tabaco para mascar ou fumar, mais genericamente em forma de cigarro um desses recursos. Como vemos, Joanna de Ângelis deixa bastante claro que “vícios e paixões”, embora também tenham razões sociais claras, são, sobretudo, resultantes desses conflitos pessoais, são questões que vêm, muitas vezes, de reencarnações anteriores, o que dialoga fortemente com os

avanços da ciência terrestre cujas hipóteses atuais são a ligação entre genética e vício do tabagismo.

Por ser resultado de conflitos emocionais, psicológicos e espirituais, este tipo de vício leva o fumante a uma ilusão: inicialmente parece que acalma, que dá vitalidade, no entanto, quanto mais a vítima se deixa arrastar pelo uso doentio, mais ansiosa e dependente do vício apresenta-se. Nessa como em qualquer outra dependência viciosa, há então outro agravante que é a presença de Espíritos igualmente enfermiços e viciosos que se utilizam do paciente para a convivência obsessiva. Instala-se assim uma condição de complexa superação, mas que se torna completamente possível se entendermos as causas da ansiedade e dos conflitos existenciais que levam ao vício e seu tratamento e, também, ao entendermos a destinação do ser humano, que é a superação de qualquer apego terrestre e a conexão à nossa essência espiritual.

A oração, o cultivo dos hábitos saudáveis, o conhecimento de si mesmo e de suas limitações auxiliam os indivíduos na superação dessa condição que muitas vezes antecede aos próprios limites dessa encarnação. Como disseram os bons Espíritos, “Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios. Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como ‘querem’. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria”.

*Alessandra Belo é colaboradora do Espiritismo.net, pós-graduada e professora de História da Rede Municipal de Praia Grande, em SP.