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  • A recém-nascida que sobreviveu após levar dois tiros em ataque no Afeganistão

Renata Federici comenta caso de uma bebê recém-nascidaque sobreviveu a um ataque a um hospital em Cabul, capital do Afeganistão, após levar dois tiros na perna. A mãe de Amina havia acabado de dar à luz quando atiradores entraram no hospital, foram até a ala da maternidade e começaram a matar as mulheres e seus bebês que estavam ali.

  • Data :30 Jun, 2020
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Da BBC News Brasil

Uma bebê recém-nascida sobreviveu a um ataque a um hospital em Cabul, capital do Afeganistão, após levar dois tiros na perna.

A mãe de Amina havia acabado de dar à luz quando atiradores entraram no hospital, foram até a ala da maternidade e começaram a matar as mulheres e seus bebês que estavam ali.

Médicos dizem que mães são um alvo frequente de ataques extremistas no país.

O pai de Amina, Rafiullah, testemunhou tudo. Ele conta que chegou a falar com sua mulher no telefone e preferiu tranquilizá-la ao mentir, dizendo que a troca de tiros estava ocorrendo fora do hospital.

“Não queria que ela entrasse em pânico”, diz Rafiullah.

Quando ele encontrou sua mulher, ela já estava morta. Havia levado um tiro no coração e outro na perna. Suas mãos ainda pareciam segurar um bebê.

Amina foi tirada de sua mãe durante o ataque, mas foi recuperada e levada às pressas para a cirurgia.

O médico chegou a pedir autorização a Rafiullah para amputar a perna da bebê, mas seu pai pediu que isso não fosse feito.

“Ela não tem mãe e terá um futuro difícil”, disse ele ao médico. “Se ela não sobreviver, este será o nosso destino, mas, por favor, não faça a amputação.”

Felizmente, a cirurgia foi um sucesso, e o médico conseguiu salvar a perna de Amina. A expectativa é que ela consiga andar quando for mais velha.

Notícia publicada na BBC News Brasil em 20 de maio de 2020

Renata Federici comenta*

**A compreensão do Amor e do esclarecimento em nossas vidas. **

Podíamos abordar inúmeras questões através da Doutrina Espírita nesta reportagem a reencarnação, a morte prematura, tragédias humanas, guerras, dores familiares, evolução dos espíritos por meio das provas e expiações, mas acredito que o mais tocante nesta reportagem seja o conjunto dos diversos esclarecimentos que nos constitui com Humanidade.

Quando a violência se instala em um povo, uma dor profunda se instala no homem de bem, principalmente, quando esta está dirigida a crianças e mães. As guerras religiosas, a intolerância são grandes sofrimentos que se instalam na alma. Ao longo da história da humanidade, existem diversos exemplo dessas agressões geradas no coletivo, por meio da ignorância, insensatez, orgulho, egoísmo, vaidade enfim, das tendências inferiores da moral humana.

Ao mesmo tempo que essa violência destrói os direitos humanos, corrompe também as Leis de Amor, contudo impulsiona um movimento interno na sociedade de reestruturação de valores, em busca do desenvolvimento moral, intelectual e científico de forma ímpar e igualitária.

Apesar da grande revolução e transformação tecnológica e científica na civilização humana atual, ainda estamos todos em evolução emocional e espiritual. O homem durante sua existência vem conquistando seu desenvolvimento intelectual e esquecendo que embora tenhamos culturas, costumes, religiões e crenças distintas, somos todos iguais, espíritos, filhos de um mesmo Pai, justo e bom.

Nos questionamos ao lermos a reportagem, porque Deus permite que mães e bebês que ainda estão apenas iniciando sua vida neste plano terreno, desencarnem em tamanho sofrimento pela violência. Essa é uma resposta muito difícil e angustiante de ser dada, quando apenas vemos com os olhos da dualidade sem aprofundar nos Desígnios Divinos. Apesar da consternação por mortes tão violentas, devemos nos perguntar primeiro, o porque e qual o papel que cada ser humano tem neste planeta, e como podemos juntos nos tornar melhores pessoas, somente assim poderemos encontrar respostas para as vítimas e os seus agressores.

Deus permite por meio do nosso livre arbítrio que resgatemos nossos erros cometidos no passado, através da nossa consciência aprendemos e refazemos todos os dias nossas decisões.

O Espiritismo nos vem à esclarece que todos fazemos uso do nosso livre arbítrio, assim sendo, nossas escolhas são livres, e portanto, nosso atos bons ou ruins, são aprendizados para nossa evolução. Isto posto, compreendemos que nosso objetivo é a evolução da nossa moralidade e da espiritualidade, através das nossas decisões diárias; e que somente estaremos no caminho para o crescimento moral, quando aprendermos a distinguir conscientemente o bem e o mau.

Os espíritos que atuam pela violência, pela postura equivocada que leva a dor e sofrimento de famílias e sociedades estão conduzindo suas escolhas com base nos seus aprendizados, por meio da barbárie e da agressão. Demonstrando que ainda não compreenderam que somos todos irmãos, que sempre respondemos pelo mal que fazemos ao nosso próximo.

Amina, a bebê recém-nascida da reportagem, terá muito que aprender, compreender e perdoar sobre a sua saúde, a família e o ambiente que nasceu. Levará talvez, sua existência corporal para assimilar através da razão e do amor a ausência de sua mãe biológica, o ato cometido contra elas e sua família, as dores física e emocionais, mas principalmente alcançar o perdão aos envolvidos.

Todos nós precisamos de muito amor, oração e compreensão para que possamos evoluir, incluindo também as almas embrutecidas. Lembremos que todos nós nos aproximamos por sintonia, por meio de nossos pensamentos e ideias, e portanto, vivemos o que é necessário para nosso aprendizado, mesmo que ele seja um reflexo de injustiças na Terra.

Não devemos esquecer que os que hoje cometem o mal, uma agressão contra seus semelhantes, um dia despertarão para a razão e o Bem.

  • Renata Federici é fonoaudióloga formada pela PUC-SP. É Espírita, Leitora compulsiva, Amante das palavras. Contribui escrevendo em grupos espiritualistas e é colaboradora do Espiritismo.net.