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  • A menina que fundou negócio aos 4 anos e, aos 13, é CEO de sucesso

Vendendo 360 mil garrafas de sua limonada por ano em lojas caras, como a rede de supermercados Whole Foods, Mikaila é uma das empresárias mais jovens dos EUA. Jorge Hessen comenta.

  • Data :29/07/2018
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James Jeffrey

De Austin, Texas, para a BBC

As limonadas de Mikaila Ulmer estão em mais de 500 lojas dos Estados Unidos, mas na escola ela não foi tão bem assim: ela obteve um “C” em matemática.

Ela conta ter pouco tempo para estudar, pois se dedica a tocar um negócio bem-sucedido, do qual é fundadora e chefe.

Aos 13 anos, se um dia ela está na escola, no outro está dando palestra sobre empreendedorismo. “Não é moleza, isso é certo”, diz ela.

“Às vezes, tenho que faltar aula para dar uma entrevista, viajar ou participar de um programa de televisão. Outras vezes perco alguma coisa porque tinha uma prova ou algum projeto da escola.”

Vendendo 360 mil garrafas de sua limonada por ano em lojas caras, como a rede de supermercados Whole Foods, Mikaila é uma das empresárias mais jovens dos EUA.

Ela virou adolescente faz pouco tempo, mas já toca seu negócio, baseado em Austin, no Estado do Texas, desde os quatro anos de idade.

Com a ajuda dos pais, Mikaila começou a vender sua limonada em 2009. Naquele ano, instalou uma mesinha em frente à casa onde morava, e começou a vender a bebida - uma receita da década de 1940, de sua bisavó.

A receita leva mel, e nessa mesma época, Mikaila foi picada duas vezes por abelhas em duas semanas.

Seus pais disseram a ela que, em vez de entrar em pânico toda vez que visse uma abelha, ela deveria pesquisar melhor para entendê-las e o papel essencial que os insetos desempenham na polinização e no ecossistema.

Isso inspirou Mikaila a doar parte do dinheiro que ganha com a venda de limonadas para organizações que protegem abelhas que produzem mel.

Em pouco tempo, ela começou a vender sua limonada a uma pizzaria local. Pouco depois, o negócio começou a crescer - mas 10% do lucro ainda vão para grupos de conservação ambiental.

Mas com a mãe de Mikaila, D’Andra, e o pai, Theo, tão envolvidos no negócio, surge a pergunta: quem de fato manda no empreendimento?

“No início era só eu, espremendo limonada na minha barraca, mas aí meus pais desenharam uns adesivos legais para os copos”, diz Mikaila.

“À medida que o negócio foi crescendo, tive que dizer ’não consigo fazer isso sozinha’, e foi aí que tive que começar a pedir ‘mãe, pai, como eu faço uma logomarca? E como acho uma fábrica? E onde tem mais lojas?’”

O fato de os pais terem estudado administração com certeza ajudou. D’Andra tem formação em marketing e vendas e Theo, em administração de negócios.

Mas D’Andra diz que ela e Theo tinham “zero” experiência na área de comidas e bebidas.

Mikaila diz que o diferencial foi o trabalho em equipe.

“Somos co-CEOs porque eu tomo as decisões que meus pais não tomam e eles tomam as que eu não tomo”, diz ela.

“Além disso, sou jovem, não sei tudo, então vou sempre levar a opinião deles em conta.”

O grande momento foi em 2015, quando Mikaila tinha nove anos e a empresa assinou contrato com a rede de supermercados Whole Foods.

“A Mikaila e a empresa chamaram nossa atenção por vários aspectos”, diz Jenna Gelgand, do Whole Foods.

“A empresa tinha um produto único, gostoso, e uma fundadora entusiasmada e uma missão social. Ficamos impressionados na mesma hora com a Mikaila, uma jovem empreendedora com visão para conscientizar sobre a importância da polinização.”

No mesmo ano Mikaila foi apresentada a telespectadores de todo o país quando participou do programa Shark Tank , no qual empreendedores vendem suas ideias para possíveis investidores.

A apresentação dela foi boa o bastanta para convencer um deles, Daymond John, chefe da loja de roupas Fubu, a investir US$ 60 mil (cerca de R$ 227 mil).

Dois anos depois, um consórcio de jogadores de futebol americano investiu US$ 800 mil (pouco mais de R$ 3 milhões).

Mikaila segue ganhando prêmios para jovens empreendedores negros, e foi elogiada pelo ex-presidente Barack Obama.

Quando ele ainda estava na presidência do país, a chamou para a Casa Branca, em 2015, e um ano depois, ela fez a introdução dele em um evento de mulheres.

Geoffrey Soares, dono da Summit Beverage Group, que começou a engarrafar a limonada da Me & The Bees no ano passado, diz que Mikaila é uma ótima embaixadora da marca.

“Você pode até ter um bom produto, mas se não tem uma boa história, como vai se destacar? É um mercado difícil”, diz ele.

“Sem Mikaila, não sei como teriam feito tanto sucesso. Ela é muito importante, mas ao mesmo tempo, todo mundo precisa de ajuda. São uma boa família, têm o compromisso de construir algo legal.”

Mikaila diz que quer abrir mais negócios, mas também pensa nos estudos.

“Quero abrir novas empresas. Para mim, ter só uma é meio chato”, diz.

“Eu gosto de ficar pensando em nomes e logos, essa é a parte mais divertida. Também estou ansiosa com começar o colegial, mas estou animada para fazer novos amigos e não ter que usar uniforme.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 24 de julho de 2018.

Jorge Hessen* comenta

Novas gerações, velhas provocações diante dos atuais desafios da inteligência infanto-juvenil. Realmente observamos os pequenos (crianças e adolescentes) como exímios empreendedores que se sobressaem quais proeminentes alienígenas negociantes e habitantes da Terra.

São indicativos panoramas para uma Nova Era sob as ondas das informações ultrarrápidas e estímulos ao empreendedorismo, cujos efeitos são os surgimentos dos mirins fenomenais que nestes tempos de vida apressada hão faturado alto antes mesmo de completarem a maioridade. Quiçá estejamos diante do convite à solidariedade, inobstante o acúmulo de bens que paradoxalmente poderá diminuir a desigualdade das riquezas.

Além de Mikaila Ulmer, uma das empresárias mais jovens dos EUA, com a criação do BeeSweet Lemonade, comerciando 360 mil garrafas de sua limonada por ano em lojas sofisticadas, como a rede de supermercados Whole Foods, listamos aqui outros empreendedores mirins da Nova Era. É o caso de Pixies Bows, responsável pela loja virtual Pixies Bows, onde vende laços e tiaras, os dois acessórios mais marcantes de seu estilo. As peças estão à venda entre US$ 15 e US$ 24 (R$ 45 e R$ 72).

Lembramos de Charlis Crafty Kitchen de 8 anos que já virou uma celebridade na internet e fatura cerca de US$ 128 mil com vídeos em que ensina receitas. Outro fenômeno é o pequeno Evan que desde 2011 faz vídeos no YouTube. Atualmente, seu canal EvanTubeHD já tem mais de 1 bilhão de visualizações e 1,3 milhão de assinantes e fatura mais de US$ 1 milhão.

Outro exemplo é Rachel Zietz, de 18 anos que detém marca para vender equipamentos esportivos. A jovem lançou sua empresa, a Gladiator Lacrosse, e já faturou mais de 1 (um) milhão de dólares.

Noa Mintz tinha apenas 15 anos e já faturava cerca de US$ 500 mil por ano. Sua empresa cobra uma taxa de US$ 5 por serviço de baby-sitter arranjado e uma taxa de 15% sobre o primeiro salário das babás, que varia entre US$ 64 mil e US$ 100 mil por ano.

Seguramente teremos que aprender a conviver com a pós-modernidade considerando a presença do capital e o consumismo licenciosos, da difusão de conhecimento e tecnologia avançada apressando a automação da vida terrestre, da carência de valores morais, da extenuação dos sistemas de ideias, do desalento dos vínculos afetivos e do egocentrismo acentuado.

Eis aí algumas particularidades da Nova Era que ainda suscitam incertezas de um porvir de um planeta mais pacífico e fraterno. Todas essas mudanças velozes de empreendimentos precoces e as crises presentes nas inquietas esferas sociais indiciam a (pré)construção do mundo de regeneração, que não poderá ser regido pelo convite materialista ainda vigente em nosso atual estágio evolutivo.

A geração da Nova Era, encarnada ou em via de encarnar, neste período sensível de mudanças paradigmáticas, obviamente traz uma bagagem moral e intelectual específica do mundo extrafísico e tem ciência sobre a sua fascinante incumbência de tomar as rédeas desse patrimônio civilizacional em nome de um multiculturalismo econômico às vezes insano.

Sim, geração que deve estar comprometida com missões diferentes para o bem coletivo, com o desígnio de agenciar as transformações imprescindíveis que estão antevistas na Lei do Progresso.

Deste modo, não estamos diante de uma geração de seres perfeitos para gerar uma revolução prodigiosa na Terra, mas tão somente de Espíritos mais experientes nas diversas (re)encarnações terrestres que, mais perspicazes e ilustrados, esquadrinham um indulto na consciência com vista a edificação do amanhã brilhante, cientes de que, sem o enriquecimento moral por meio da observância da Lei de amor, justiça e caridade, será impraticável a concretização do mundo de regeneração.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.