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Origem da vida, do Espírito, da Terra, do Universo, etc

Diz-se que o Espírito viveu nos minerais, vegetais e animais. O que significa isto?

  • Antes de ir direto ao assunto, gostaríamos de ajustar alguns conceitos:

* Elementos Gerais do Universo: Deus, Espírito e Matéria.

* Deus : Inteligência Suprema.

* “Princípio Vital”: elemento oriundo do Fluido Cósmico Universal que, associado a uma estrutura orgânica em conjunto com o “espírito” , aqui como elemento geral, fomenta a vida.

* “Mônoda ou Princípio Espiritual”: elemento primitivo oriundo do “Espírito”. Atenção, neste caso, tratamos “Espírito” na acepção do elemento universal que participa da “tríade” Deus, Espírito e Matéria.

* “Princípio Inteligente”: individualização do elemento primitivo “Espírito”, mas sem consciência do “eu”. Isso implica não possuir “livre-arbítrio” e, logicamente, estar isento de responsabilidade sobre seus atos.

* “espírito” : trataremos aqui como individualidades que quando encarnadas, animam em nosso planeta, a espécie humana.

Partindo dessas premissas temos:

O princípio espiritual ou mônoda, que não possui individualização, começa seu processo evolucional no reino mineral, raciocine como se fosse uma “massa de pão homogênea”.

Essa situação de “massa de pão homogênea”, ou seja, sem individualização, continua durante a evolução no reino vegetal.

Pense na seguinte situação: apanho uma forquilha de uma planta (as pessoas dizem que colheram uma “muda”) e planta-se a mesma. Este caso exemplifica que não h dizer que a “muda” carrega uma “porção" do “princípio espiritual” acrescido aí do “princípio vital”.

Esse dois elementos fomentam a continuidade da vida numa estrutura orgânica sem implicar a destruição da vida na estrutura original. Pense que nesse ponto, começamos a pegar parcelas da “massa do pão”, porem sem dar traçar grandes modificações na forma dessas frações. Chegará o momento que esse “princípio espiritual” começará a se associar a estruturas orgânicas mais complexas e passará gradativamente pelo processo de individualização. Nessa fase passará a se chamar “Princípio Inteligente” que se manifesta, em nosso mundo, no reino animal. Observando uma ninhada de cães, por exemplo, depois de um certo tempo poderemos dizer que um cão é mais amigável, outro é mais fiel, outro é mais agressivo…

Esses comportamentos distintos denotam um processo de individualização. Aqui, definitivamente, as frações da “massa de pão” já ganharam formato e alguns “ingredientes” distintos entre eles.

Depois dessa fase, o Princípio Inteligente, tendo adquirido rudimentos de inteligência, e consolidado sua individualidade, estagiará em mundos primitivos onde adquirirá consciência de si mesmo, além do livre-arbítrio e, com isso, a responsabilidade pelos atos.

A partir daí temos o espírito (humano) simples e ignorante, mas apto a adquirir e compreender o bem e o mal, o certo e o errado, ou seja, em condições de evoluir também sob o ponto de vista moral.

Em resumo, podemos dizer que o “espírito” que encarna na espécie humana jamais foi pedra, ou planta ou, ainda, um animal, pois a condição de “espírito” só é alcançada depois de longa “gestação” do “elemento espiritual primitivo”, aquele com compõe um dos elementos gerais do universo. Da mesma forma que no começo da nossa “massa de pão” não poderíamos dizer qual “parte” se tornaria a “individualização” do pãozinho que sai do forno!

Os Espíritos são bem claros no texto inicial do capítulo IV, que trata do Princípio Vital. Os Espíritos nos dizem que os seres inorgânicos se formam apenas pela agregação da matéria, e esta agregação é regida pela lei da atração. A evolução só diz respeito ao princípio inteligente, desde suas primevas formas nos reinos inferiores dos seres orgânicos. A rocha será sempre rocha, os átomos da matéria não se transformam em outra coisa que não seja matéria.

O que pode causar uma certa confusão é o termo “animalização da matéria”, que vemos em “O Livro dos Espíritos” e em “A Gênese”. Desde que houve condições de formar vida em nosso orbe, e o princípio inteligente veio habitar corpos orgânicos, desde os mais primitivos seres, a união do princípio inteligente ao princípio material, a mais de 3 bilhões de anos, nosso corpo físico, pelo processo evolucionário, foi passando por etapas, a princípio dispendiosas energeticamente aos organismos, que depois foram sendo automatizadas.

Em O Livro dos Espíritos Allan Kardec afirma: É nesses seres (os animais) que o princípio inteligente se elabora, se individualiza, pouco a pouco e ensaia para a vida. É, de certa maneira, um trabalho preparatório, como o da germinação, em seguida ao qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna um espírito. É, então, que começa, para ele, o período da humanidade e, com esta, passa a tomar consciência de seu futuro, a fazer a distinção entre o bem e o mal e se torna responsável por seus atos.

Emmanuel, em O Consolador, informa sobre isso: A vida do animal apresenta uma finalidade superior que constitui a do seu aperfeiçoamento próprio através das experiências benfeitoras do trabalho e da aquisição em longos e pacientes esforços dos princípios sagrados da inteligência. … Os animais são os irmãos inferiores do gênero humano. Eles também, como nós, estão vindo de longe, através de lutas incessantes e redentoras e são, como nós outros, seres humanos, candidatos a uma posição brilhante na espiritualidade. Não é em vão que sofrem nas fainas benditas da dedicação e da renúncia, em favor do progresso do homem na Terra.

André Luiz, em O Mundo Maior, descreve magistralmente o processo: O princípio espiritual, desde o obscuro momento da criação, caminha, sem detença, para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência… Viajou do simples impulso para a irritabilidade de sensação… Da sensação para o instinto… Do instinto para a razão… Nessa penosa romagem, inúmeros milênios decorreram sobre nós… Estamos em todas as épocas abandonando esferas inferiores a fim de escalonar as superiores. O cérebro é o órgão sagrado da manifestação da mente em trânsito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana…

Emmanuel, na obra já acima citada, arremata com exuberância: O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade dos laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos, em nosso íntimo, o santuário da fraternidade universal.

Concluímos que no animal há princípio inteligente, porém, ainda não é espírito. Eles ainda não possuem consciência e a inteligência é extremamente limitada, comandada pelos instintos.

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