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  • Administrar Com Jesus Reflexões organizacionais (Parte 1)

A administração é um tema que tem recebido a atenção de todos os que pretendem melhorar o uso de recursos e gerar valores para si ou para a sociedade. Segundo Peter Drucker, um dos mais importantes estudiosos do assunto, administrar é colocar o conhecimento em ação. É dele uma obra de particular interesse para os que administram organizações do terceiro setor, aquelas organizações não-governamentais que se dedicam ao oferecimento de serviços sem fins lucrativos. Trata-se do livro Administração de Organizações sem Fins Lucrativos…

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A administração é um tema que tem recebido a atenção de todos os que pretendem melhorar o uso de recursos e gerar valores para si ou para a sociedade. Segundo Peter Drucker, um dos mais importantes estudiosos do assunto, administrar é colocar o conhecimento em ação. É dele uma obra de particular interesse para os que administram organizações do terceiro setor, aquelas organizações não-governamentais que se dedicam ao oferecimento de serviços sem fins lucrativos. Trata-se do livro “Administração de Organizações sem Fins Lucrativos”(1), no qual Drucker desenvolve o tema em cinco partes:

  1. A definição da Missão

  2. A criação de Estratégias para o Desempenho

  3. O Ato de Gerenciar para obter Desempenho

  4. Atenção com as Pessoas e Relacionamentos

  5. O Administrador: seu desenvolvimento como pessoa, como executivo e como líder.

Seguindo o modelo de exploração de Drucker, buscaremos desenvolver reflexões sobre o tema e acrescentar pequenas contribuições para a sua aplicação no contexto do trabalho da administração no Movimento Espírita. O trabalho estará dividido em 5 partes. Esta é a primeira delas. Trataremos da missão institucional.

1. A DEFINIÇÃO DA MISSÃO

Uma organização – como o Centro Espírita, por exemplo – é um conjunto de recursos (financeiros e materiais), um conjunto de conhecimentos e um conjunto de pessoas, todos reunidos com vistas ao desempenho de uma função específica. É a sua função que define o que uma organização (instituição), é em sua essência. O que a instituição é traduz-se naquilo que ela faz. A missão de uma instituição é a tradução de sua razão de existência. É o motivo pelo qual se reúnem as pessoas, os recursos e os conhecimentos. Fundamental, portanto, é a definição clara da missão institucional.

Para definir a missão de uma organização é fundamental levar em conta que quando alguém perguntar coisas como “Para que serve esta instituição?”, “Qual o papel desta organização?” ou “Qual a função desta organização?” a resposta será dada pelo texto da declaração da missão. Este texto precisará ser claro o suficiente para que todos entendam o que a instituição faz de mais importante.

Um aspecto particular das organizações espíritas é o seu caráter doutrinário. Uma doutrina é um conjunto coerente de ideias que pretendem ser compreendidas e aplicadas. Nas instituições espíritas o fundamento doutrinário é o estudo, a vivência e a difusão do Espiritismo, cuja própria missão é “instruir e esclarecer os homens, abrindo uma Nova Era para a regeneração da Humanidade”(2), (KARDEC, 1857/1944).

As instituições espíritas deveriam fundamentar as suas missões a partir do próprio objetivo do Espiritismo. Lembremo-nos que o papel fundamental da instituição espírita é promover o estudo, a vivência e a difusão do Espiritismo, e para isto é necessário levar em consideração a própria função do Espiritismo como um instrumento de educação da espiritualidade humana.

Como ilustração, vejamos alguns exemplos que podem ser declarados como missões para as instituições espíritas:

(a) Promover a integração do indivíduo consigo, com o próximo e com Deus, através do estudo e prática do Espiritismo.

(b) Instruir e esclarecer os indivíduos e a sociedade sobre os propósitos superiores da Vida Espiritual criando oportunidades para o estudo e a prática da Caridade, segundo os ensinamentos do Espiritismo.

(c) Promover a prática incondicional da Caridade através do estudo, da vivência e divulgação da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus.

Observemos que ambas respondem bem às perguntas propostas:

Ex1. “Para que serve esta instituição?” – para (a) Promover a integração do indivíduo consigo, com o próximo e com Deus, através do estudo e prática do Espiritismo.

Ex. 2 “Qual o papel desta organização?” - (b) Instruir e esclarecer os indivíduos e a sociedade sobre os propósitos superiores da Vida Espiritual criando oportunidades para o estudo e a prática da Caridade, segundo os ensinamentos do Espiritismo

Ex. 3 “Qual a função desta organização?” – (c) Promover a prática incondicional da Caridade através do estudo, da vivência e divulgação da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus.

Vejamos que (a), (b) ou (c) são bons exemplos de declarações de missões para as casas espíritas de um modo geral. E, para completar os exemplos, oferecemos algumas descrições de uma declaração de missão para instituições responsáveis pelos trabalhos da Unificação do Movimento Espírita:

Aplicar os ensinamentos do Espiritismo, na dinamização das atividades do movimento espírita (regional) visando promover e realizar o estudo, a divulgação e a prática do Espiritismo e promover a construção da melhoria moral da humanidade. Promover o estudo, a prática e a divulgação do Espiritismo através da coordenação de atividades do movimento espírita com vista a Unificação de propósitos e União fraterna entre as instituições espíritas e pessoas envolvidas.

Note-se a diferença entre as missões das instituições espíritas e a das entidades federativas. Os indivíduos buscam a própria melhoria e a da sociedade, as casas espíritas devem instruir e esclarecer a humanidade através da promoção do estudo, vivência e difusão do Espiritismo visando a melhoria moral dos indivíduos e das sociedades. As entidades federativas regionais, estaduais, nacionais ou internacional devem promover a dinamização das atividades das casas espíritas e a união e solidariedade dos espíritas e de suas instituições em seus respectivos espaços de atuação.

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No próximo artigo refletiremos sobre a criação de estratégias de desempenho. Até lá!

Referências:

1 - DRUCKER, P. Administração de Organizações sem fins lucrativos. São Paulo: Pioneira, 1994. (Biblioteca Pioneira de administração de negócios).

1 - Vide O Livro dos Espíritos no item Prolegômenos.

5 de Outubro 2015

Continua - Parte 2…