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A Teoria do Caos diz que mudanças insignificantes no início de um determinado evento podem gerar mudanças profundas no futuro, o que tornaria o sistema caótico e impossível de ser previsto. Essa teoria está relacionada, por exemplo, com as variações do mercado financeiro, mudanças climáticas e com o crescimento populacional. Jorge Hessen comenta.

  • Data :21 Feb, 2018
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A Teoria do Caos determina que mínimas mudanças no início de um evento podem gerar profundas alterações futuras, o que tornaria o sistema caótico e imprevisível.

Publicado por: Joab Silas da Silva Júnior em Curiosidades de Física

A Teoria do Caos diz que mudanças insignificantes no início de um determinado evento podem gerar mudanças profundas no futuro, o que tornaria o sistema caótico e impossível de ser previsto. Essa teoria está relacionada, por exemplo, com as variações do mercado financeiro, mudanças climáticas e com o crescimento populacional.

Imagine a situação a seguir: João estava indo de moto prestar o vestibular para ingressar em uma determinada universidade. No meio do caminho, um prego furou o pneu de sua moto, impedindo-o de chegar a tempo de realizar as provas, por isso, João ingressou em outra universidade. O local, as pessoas com as quais conviveu e relacionou-se, as oportunidades de emprego e estágio poderiam ter sido completamente diferentes se aquele prego não tivesse furado o pneu da moto de João naquele momento. O pequeno prego pode ter mudado completamente o futuro do jovem a ponto de alterar quem seriam seus filhos e netos!

Proposta da Teoria do Caos

Edward Lorenz, meteorologista do Massachusetts Institute of Technology – Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) , em 1960, percebeu, ao analisar os dados fornecidos a um programa de computador que fazia previsões climáticas, que a falta de algumas casas decimais provocava alterações drásticas nas previsões ao longo do tempo. Inicialmente, essa falta das casas decimais não gerava nenhuma mudança significativa, mas, a longo prazo, o acúmulo de resultados minimamente alterados gerou profundas mudanças no clima. Nas palavras de Lorenz, “o bater das asas de uma borboleta no Brasil pode gerar um furacão no Texas!” .

Depois de Lorenz, o matemático James York examinou as propriedades da chamada equação logística, que, entre outras coisas, pode fornecer um modelo para o crescimento populacional de uma cidade. Alterando-se pequenos fatores fornecidos à equação, grandes mudanças eram percebidas nos resultados finais.

Teoria do Caos abordada no cinema

Muitas produções cinematográficas trazem o conceito da Teoria do Caos. O clássico De volta para o Futuro (Back to the Future), de 1985, retrata a história do jovem Marty McFly (Michael J. Fox), que volta no tempo em uma máquina criada pelo cientista Emmett Brown (Christopher Lloyd). A interação de McFly com seus pais e conhecidos gera profundas mudanças no futuro, alterando a história da vida das pessoas e até do desenvolvimento da cidade.

A produção brasileira Homem do Futuro, de 2011, retrata a história do físico Zero (Wagner Moura). Ao criar uma estranha máquina, Zero volta aos tempos da faculdade e tenta conquistar sua amada, Helena (Alinne Morais). Sempre que Zero causa uma pequena alteração nos fatos passados, mudanças significativas ocorrem no futuro.

Existe aplicação real para essa teoria?

Por ser relativamente nova, a Teoria do Caos ainda é objeto de muitos estudos e análises. Porém, sabemos que ela está relacionada, por exemplo, com a compreensão de sistemas não lineares e com a impossibilidade da realização de previsões climáticas a longo prazo.

Matéria publicada no Portal Mundo Educação .

Jorge Hessen* comenta

Há 5 séculos a moderna ciência ocidental pavimentou as sendas para os estudos de Copérnico, Galileu, Kepler, Bacon e Descartes, resultando no paradigma mecanicista do processo científico. Posteriormente, tal padrão científico foi corroborado por Newton, que observou as leis do movimento, criando uma realidade determinista regida por leis físicas e matemáticas, onde tudo era “exato”, “absoluto” e “inalterável”.

O funcionamento do mundo físico passou a ser visto como o de um relógio, através de movimentos lineares e precisos. Todavia, no final do Século XIX, o pesquisador Poincaré desafiou, pela primeira vez, esta visão determinista dos sistemas, revelando os desempenhos irregulares e não previsíveis deste sistema newtoniano, portanto, desvendando os comportamentos caóticos na dinâmica da vida.

Atualmente há respeitáveis estudos, análises, debates e críticas sobre a famosa “teoria do caos”. Para alguns, é uma das teorias mais importantes do Universo, presente na essência em quase tudo o que nos cerca. Seus causídicos afiançam que variações insignificantes no início de um determinado evento (mudança climática, por exemplo) podem gerar transformações profundas no futuro, o que tornaria o sistema (ou eventos) caóticos e impossíveis de serem previstos.

O termo caos, assim traduzido para o português, é originado da palavra grega “cháos", que significa vasto abismo ou fenda. Através dos romanos, passou a ter a conotação de desordem. A “teoria do caos” também está relacionada com as variações do mercado financeiro e com o crescimento populacional e, como vimos, com a concepção de impossibilidade de previsões climáticas a longo prazo.

No século XX, durante um evento científico ocorrido em Washington, em 1972, o meteorologista Eduard Norton Lorenz, fundamentado em seus estudos, formulou equações que demonstravam o “efeito borboleta”. Para isso apresentou um artigo intitulado “Previsibilidade: o bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadeia um tornado no Texas?”. Criando tal adágio, traduziu ideias de que pequenas causas podem provocar grandes efeitos, independentes do espaço e do tempo.

O físico Stephen Hawking também anotou o seguinte: “Uma borboleta batendo as asas em Tóquio pode causar chuva no Central Park de Nova Iorque”.(1) Hawking explicou que não é o bater das asas, ingênua e meramente, que provocará a chuva mas a influência deste pequeno movimento sobre outros eventos em outros lugares é que poderá levar, por fim, a influenciar o clima.

Com base em tais afirmativas, observa-se que o tema é instigante, por esta razão abreviaremos o debate apoiado nas argumentações dos Benfeitores espirituais. O espírita tem consciência de que o “acaso” não existe. Na produção de certos fenômenos, como os ventos, as chuvas, os trovões, os raios e as tempestades, os Espíritos se reúnem em multidão. Alguns deles [Espíritos] agem às vezes com conhecimento de causa, outros não, sobretudo os Espíritos mais atrasados, entretanto quando sua inteligência estiver mais desenvolvida também comandarão e dirigirão os fenômenos da natureza.(2)

Para o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da natureza, os Espíritos, na condição de agentes da vontade do Criador, precisam exercer ação sobre a matéria e sobre os elementos a fim de os agitar, acalmar ou estabilizar. Até porque Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Para isso o Criador encontra agentes (Espíritos) dedicados em todos os graus da escala dos mundos.

Portanto, os fenômenos naturais têm uma finalidade providencial, não ocorrem por causas aleatórias. Naturalmente tudo tem uma razão de ser e nada [nos fenômenos naturais] acontece sem a permissão de Deus.(3)

Referências bibliográficas:

(1) HAWKING, Stephen. O Universo Numa Casca De Noz. SP: Ed. Nova Fronteira, 2002;

(2) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 1999, questões 539 e 540;

(3) Idem, questão 536.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.