A ressurreição de Jesus tem sido compreendida pelos espíritas, de forma muito natural, como sua aparição, em corpo espiritual, a seus seguidores da primeira hora. Ora como aparição intangível, capaz de penetrar recintos fechados (Jo 20:26), ora como tangível ou materializada, capaz de tocar e ser tocada (Mt 28:9; Lc 24:39; Jo 20:27, 21:13), esse fenômeno é muito bem explicado pela teoria espírita.[1] Ademais, a ideia de ressurreição, em si mesma, segundo os Espíritos, só poderia encontrar coerência se entendida “como uma figura simbólica do fenômeno da reencarnação”,[2] o que não se aplica às aparições de Jesus.
16 May, 2023Em artigo que publicamos na revista Reformadori , destacamos a presença de aspectos do pensamento místico e apocalíptico judaicosii nas descrições por Paulo de Tarso de sua experiência extática em 2Cor 12:2-4, também discutida por Emmanuel na obra Paulo e Estêvão .iii Como apontamos, nos textos apocalípticos vamos encontrar descrições de “ascensão aos céus”, que se aproximam da compreensão espírita de êxtase e apresentam concepções sobre o plano espiritual e a condição dos Espíritos na erraticidade. Ademais, é também a partir do pensamento apocalíptico que se estruturam as descrições de experiências semelhantes no Novo Testamento, como a citada acima, o episódio da transfiguração de Jesus (Mt 17:1-9) e o próprio Apocalipse de João .
28 Mar, 2023