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  • Saúde: 'Fiquei paraplégica por causa de um piercing'

O neurocirurgião Oswaldo Ribeiro Marquez explica que, apesar da paraplegia decorrente de um piercing ser rara, as complicações ocorrem quando o objeto abre caminho para infecções. Valerie Nascimento comenta.

  • Data :26/03/2019
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Vinícius Lemos

De Cuiabá para a BBC News Brasil

No início de julho do ano passado, Layane Dias comemorava o estágio que acabara de conquistar e planejava uma viagem em família no mês seguinte. Para a jovem, na época com 20 anos, era o início de uma nova fase.

Ela afirma que jamais imaginaria que estava prestes a passar pelo período que considera o mais complicado de sua vida.

Dias antes de iniciar o estágio, Layane começou a sentir dores frequentes pelo corpo. Para ter forças para trabalhar, a jovem teve de recorrer a medicamentos. No entanto, cada vez mais debilitada, teve de abandonar o estágio.

O quadro de saúde dela foi piorando até que, semanas depois, a estudante perdeu os movimentos da perna. A situação tornou-se ainda mais difícil e a jovem deixou de sentir parte do próprio corpo. “Dos seios para baixo, não conseguia sentir mais nada”, diz à BBC News Brasil.

Segundo Layane, o neurocirurgião que a acompanhou apontou que a bactéria Staphylococcus aureus - que pode causar mazelas em diferentes níveis ao atingir a corrente sanguínea - entrou no organismo da jovem por meio de uma infecção no nariz e a deixou paraplégica.

“O médico me perguntou se eu tive alguma espinha na região do nariz ou algo assim, porque essa bactéria, comumente, é desenvolvida nas fossas nasais. Foi então que contei que havia colocado um piercing no lado esquerdo do nariz, no mês anterior”, relata a jovem.

“Quando contei isso, ele me disse: o piercing foi a entrada da bactéria em seu corpo. Ouvir isso me deixou em choque”, conta.

O piercing

Layane sempre se considerou uma jovem vaidosa. Além de estudante de Recursos Humanos, também fazia alguns trabalhos como modelo fotográfica.

Ela revela que sempre gostou de piercings. “Já tinha colocado na parte direita do nariz por três vezes”, comenta. Em junho passado, a estudante mudou o lado do piercing. “Foi a primeira vez em que coloquei na parte esquerda do nariz. Também foi a primeira vez em que saiu sangue durante o procedimento para colocar o piercing.”

No início de julho, segundo Layane, surgiu uma bola vermelha na ponta do nariz, semelhante a uma espinha. “Eu achava que era apenas uma espinha, mas ela me causou febre. Como pensei que não fosse nada relevante, cuidei em casa mesmo, com pomadas. Em uma semana, ela sumiu.”

A dermatologista Alessandra Romiti ressalta que as complicações decorrentes do piercing, comumente, acontecem apenas na área do corpo em que o objeto é colocado. “Há casos como inflamações ou infecções locais. Por isso, é fundamental que o estabelecimento obedeça às normas de higiene adequadas. O material utilizado tem que estar esterilizado, o piercing tem que estar limpo e a pele precisa ser muito bem higienizada”, diz.

“Depois, o paciente precisa manter o lugar limpo para evitar o risco de haver qualquer tipo de contaminação”, acrescenta. Segundo a médica, complicações graves são consideradas extremamente raras.

Na sexta-feira que antecedeu o início do estágio da estudante, ela foi a uma festa com as amigas, em Brasília, onde mora. “Dançamos muito. Foi uma noite muito legal”, relata. No dia seguinte, a jovem acordou com intensa dor nas costas. “Não dei muita atenção, porque achei que fosse uma dor muscular normal, por conta da noite anterior.”

“Tomei um remédio, mas a dor não passou. Continuou intensa. No dia seguinte, um domingo, as dores continuaram e estavam ainda mais fortes. A minha mãe me levou a uma farmácia, onde tomei um coquetel de injeções e a dor sumiu. Fiquei aliviada”, narra.

Na segunda-feira, ela iniciou o estágio. “Fui muito animada, mas no período da noite as dores voltaram. Tomei medicamentos e elas diminuíram. Na terça, a situação foi igual. Na quarta, as dores ficaram ainda mais fortes”, diz. As dores eram nas costas e no pescoço.

Como as dores não cessavam, a jovem foi ao médico. “Fizeram um raio-X, que não apontou nada. O médico me disse que não havia nada nas minhas costas. Mas mesmo assim, aquelas dores não passavam de jeito nenhum.”

A estudante conta que na quinta-feira foi a um posto de saúde, após o estágio, e foi avaliada por uma médica. “Ela me atendeu e disse que os músculos das minhas costas estavam inchados. Ela fez uma massagem em mim, me passou uma injeção e voltei pra casa. Consegui dormir.”

Na manhã seguinte, a jovem passou a sentir que as pernas estavam enfraquecidas. “Tive que tomar banho com a ajuda da minha mãe”, diz. Naquele dia, ela foi com a mãe em uma igreja. “Quando voltei, a dor estava insuportável. Deitei e dormi. Quando acordei, naquela tarde, não senti mais as minhas pernas.”

A paraplegia

Ainda naquela sexta-feira, Layane foi carregada às pressas ao hospital. “O médico pediu exames de sangue e de urina. Eu já não conseguia fazer minhas necessidades e tive de colocar uma sonda. Quando saiu o resultado do exame, apontou que eu estava com uma infecção no sangue.”

“O médico começou a furar a minha perna e eu, realmente, não estava sentindo nada. Como era um caso grave, fui transferida para o Instituto Hospital de Base, aqui em Brasília”, relata.

Ela narra que as dores se intensificaram. “Os médicos não conseguiam ter um diagnóstico exato. Suspeitaram de câncer ou síndrome de Guillain-Barré”, diz.

Na madrugada daquele domingo, 22 de julho, ela se recorda que as dores ficaram insuportáveis. “Eu estava deitada em uma maca, sem me mexer, cheia de furos, tomando soro e várias medicações. Minha mãe estava sentada em uma cadeira ao lado. Eu pedi pra ela: ‘desculpa, mas aplica alguma coisa, porque eu preciso morrer. Não aguento mais’. E a minha mãe respondeu que não aplicaria nada, porque eu iria aguentar aquilo tudo”, relembra.

“Para aliviar as dores, começaram a me dar morfina por um período. Isso me alucinava muito e um médico pediu para suspender”, conta.

Layane passou por uma ressonância magnética, que apontou que havia 500 mililitros de pus comprimindo três vértebras da medula espinhal dela. Ela teve de passar por uma cirurgia de urgência, para a retirada do líquido.

Responsável pela cirurgia da jovem, o neurocirurgião Oswaldo Ribeiro Marquez explica que, apesar de raro, é possível que um piercing deixe uma pessoa paraplégica. “Essa situação pode acontecer quando há alguma complicação em decorrência do piercing”, pontua o profissional, que afirma nunca ter visto situação parecida desde que iniciou a carreira na medicina, há cerca de 15 anos.

Segundo o médico, as complicações com o piercing ocorrem quando o objeto abre caminho para infecções. “A disseminação de qualquer infecção cutânea costuma ser hematogênica - quando é transmitida pela corrente sanguínea. Por exemplo, se a bactéria está na ponta do nariz, ela pode evoluir, pegar o nariz inteiro, cair na corrente sanguínea e parar em outro canto do corpo”, esclarece.

“A paciente fez um procedimento cutâneo, que gerou uma infecção, que pode ter feito a disseminação da bactéria para a corrente sanguínea. Como ela não tinha infecção na coluna anteriormente, é muito provável que tenha sido causada por uma bactéria que estava em seu sangue”, acrescenta.

Marquez avalia que é “bem provável e plausível” que Layane tenha ficado paraplégica em decorrência do piercing. Porém, ressalta que somente estudos genéticos podem garantir que a paraplegia da jovem foi motivada unicamente por complicações oriundas da inserção do objeto no nariz.

‘Espero que ele se preocupe mais com os clientes’

A cirurgia de Layane teve o objetivo de retirar o pus que comprimia a medula da jovem. “Esse procedimento evitou a progressão da paraplegia, que poderia subir. O pus poderia causar uma infecção que poderia até levar à morte. Com a retirada do líquido, a medula dela foi descomprimida e evitou que o quadro da paciente piorasse”, explica Marquez.

“O procedimento foi um sucesso. Voltei para a Unidade de Tratamento Intensivo de recuperação e estava tudo tranquilo. Já não sentia mais aquela dor insuportável”, comenta Layane.

A estudante conta que somente depois do procedimento cirúrgico descobriu sobre a causa dos problemas de saúde que a afetaram. “O médico que me acompanhou desde o início me explicou sobre a bactéria e como o piercing pode ter me afetado. Isso tudo foi desenvolvido por uma perfuração errada. Por isso sangrou quando coloquei o piercing. Outro fator que complicou foi a má higienização do objeto”, diz.

A estudante não planeja tomar nenhuma medida contra o profissional responsável por colocar o piercing. “Eu optei por não falar sobre ele, porque isso não me fará voltar a andar. Espero que a minha situação faça com que ele se preocupe mais com a saúde dos clientes a partir de agora”, declara a jovem, que revela que já havia colocado um piercing com o mesmo profissional anteriormente. “No de antes, não tive nenhum problema.”

A vida na cadeira de rodas

Por dois meses, Layane permaneceu internada para se recuperar. No hospital, soube que é incerta a possibilidade de voltar a andar. “Dois dias depois da cirurgia, o médico me disse que eu continuaria sem sentir as minhas pernas”, relata. Hoje, ela faz acompanhamento com uma psicóloga e sessões de fisioterapia.

A descoberta de que permaneceria na cadeira de rodas foi um dos momentos mais difíceis para a jovem. “Eu fiquei arrasada. A princípio, foi uma situação muito triste”, conta.

Para Marquez, há possibilidade de Layane retomar os movimentos das pernas. Porém, segundo o neurocirurgião, ainda é prematuro fazer uma avaliação. “A medicina tem avançado nesse aspecto e há estudos que apontam sobre essa possibilidade. Por isso, não podemos negar que ela retomará os movimentos das pernas, assim como não podemos garantir isso”, pondera.

Apesar do choque inicial, Layane aprendeu a lidar com a atual fase da vida. “Conheci outros jovens cadeirantes e vi que posso ser feliz assim. Hoje faço exercícios e até jogo basquete e handebol”, conta.

Em setembro, ela voltou para casa, onde vive com a mãe e a avó. “Minha vida se tornou completamente diferente. Mas fiquei feliz, porque já não estava no hospital. Consegui ver todos os amigos que não puderam ir ao hospital. Recebi muitas visitas e isso me fez muito bem.”

Um dos momentos mais importantes para a jovem, na nova fase da vida, foi o aniversário, em novembro. “Comecei a organizar a festa, mas dois dias antes, quase desisti, porque pensei que não me sentiria bonita para a comemoração”, relembra.

“Essa festa foi muito importante para mim. Depois de quase desistir dela, decidi comemorar, apesar de tudo. Na data, consegui me sentir linda pela primeira vez, depois de tudo o que aconteceu. Recuperei a minha autoestima. Foi um dia muito feliz.”

No fim de janeiro, Layane relatou a sua história em seu perfil no Instagram. “Foi a primeira vez em que contei abertamente que um piercing me deixou paraplégica”, diz. Ela publicou as fotos que tirou desde a data em que colocou o objeto.

“Eu registrei tudo, porque minha mãe enviava aquelas imagens para a minha avó”, explica. A publicação da jovem viralizou e ela conseguiu mais de 20 mil seguidores em poucos dias. “Muitas pessoas ficaram assustadas com a minha história e vieram me procurar para prestar solidariedade.”

Ela ressalta que não quer que sua história desestimule as pessoas que queiram colocar um piercing. “O que quero é que tenham mais cuidado. As pessoas precisam conhecer muito bem o local onde vão fazer. Além disso, os profissionais precisam ser extremamente cuidadosos e ter muito cuidado na higienização dos itens”, diz.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 11 de fevereiro de 2019.

Valerie Nascimento* comenta

*“Me imagino em um quarto muito, muito, muito escuro! Tento de algumas formas conseguir enxergar, mas não consigo! Aí, de repente, se acende uma lâmpada, que me mostra o quanto o quarto está bagunçado, desorganizado, tudo fora do lugar! A lâmpada não vai arrumar essa bagunça pra mim, mas ela me mostrou o quanto eu tenho que fazer. A Doutrina Espírita é a minha lâmpada!” *

Fernanda, 19 anos.(1)

Otzi, o Homem do Gelo(2), tem aproximadamente 5.300 anos e em sua época usava perfurações auriculares de cerca de 7-11 cm. Ele é o corpo humano mais conservado e antigo até hoje descoberto, precede até as múmias egípcias. Foi encontrado por um casal de alpinistas na cordilheira dos Alpes, fronteira entre Áustria e Itália.

Há na Internet um monte de artigos minuciosos falando de Otzi, mas o que queremos salientar é o fato de que este corpo antiquíssimo e impressionantemente conservado, possuía furos que, de acordo com os pesquisadores que o estudaram, serviam para ostentar adereços. As pesquisas também indicaram mais de 50 traços de tatuagens simples ao longo do corpo, aparentemente com fins terapêuticos; eram cortes finos onde foram esfregados carvão.

Sob a percepção da História, o uso de tatuagens e piercings se perde na memória cultural das civilizações. Brincos não eram apenas usados pela realeza ou pessoas ricas: povos primitivos acreditavam que assim seriam protegidos do mal; marinheiros os tinham como reserva financeira para que depois de suas mortes fossem penhorados; os incas representavam nobreza ou instrumento de evocação dos deuses.

Já os piercings nasais vieram com o Império Mogol, na Índia, mais ou menos pelo séc. XVI a XVIII. Acreditavam que o lado esquerdo do corpo era feminino e, portanto, o uso do adereço na narina esquerda protegia a mulher dos desconfortos menstruais e da dor do parto. Em algumas regiões da África e Oriente médio ainda é costume o noivo dar de presente um piercing para sua amada, símbolo da sua honra masculina. Dos muitos povos e usos que davam aos enfeites nasais, pelo que sabemos, apenas os Aborígenes australianos os usavam por estética.

Hoje em dia o adereço se popularizou de tal modo que é raro vermos um jovem, uma jovem e até adultos que não o tenha. Mas o uso prático que se dava na antiguidade e ainda por poucas sociedades atuais, não identificamos. Em geral, é uma questão de embelezamento físico mesmo, segundo o ponto de vista de cada um.

A década de 80 foi um período marcante do séc. XX, sendo considerada por muitos historiadores o início da idade da informação. Em meio a guerras civis e guerrilhas, ameaças nucleares e golpes, o universo do jovem sofreu mudanças drásticas: nasceu a música eletrônica, surgiram os primeiros videogames, Madonna foi o símbolo feminino da época, tv e rádio os principais meios de propagação da cultura pop, o preto e tons neon se popularizaram nas vestimentas, respirava-se um modismo futurístico e exagerado em relação à década anterior. Imbuídos de grandes ideais e coragem, muitos jovens participaram de mudanças políticas e sociais de seus tempos, renovando a paisagem do mundo.

Nesse contexto é que a arte do body piercing passou a ser um estilo da sociedade contemporânea.

Uma das dúvidas mais comuns no meio espírita quanto se trata desse tema é se o corpo espiritual será “marcado” pelo uso de piercings e tatuagens. André Luiz, Espírito, elucida a questão dizendo que o corpo espiritual ou perispírito* “não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação”* (3). Ou seja, na trilogia espírito-perispírito-corpo físico, uma organização reflete a outra de forma sequencial.

André segue explicando que todas as alterações apresentadas no corpo perispiritual depois da morte física, é baseada na conduta espiritual de cada individualidade ao longo da própria encarnação. Assim, não é o piercing ou tatuagem que marca o perispírito, porque por serem materiais somente podem ter alguma influência sobre o corpo material. São as intenções, pensamentos, gostos, escolhas e atitudes diante da vida que imprimirão perispiritualmente nossas deformidades morais, nos identificando como e quem somos, tenhamos feito uso ou não de adornos físicos permanentes.

Uma pessoa que tatue o nome de um filho, por exemplo, o faz em homenagem a alguém muito amado. Suas intenções foram as melhores possíveis, seu pensamento está em paz com isso.

Agora tomemos como exemplo alguém que tatuou algo bonito sobre um ídolo do esporte (E aqui não há apenas isso: um exemplo, sem qualquer crítica a quem o faz). Por muita admiração que alguém lhe tenha, o sucesso tende a passar, a paixão e idolatria também. Outros o sucederão e com o tempo ele será apenas lembrança mais ou menos forte, dentro da sua esfera de ação. É possível, inclusive, que deixe de ser popular por qualquer motivo. Mas a marca do corpo do fã ainda estará ali, lembrando sempre uma ação, talvez permanente, motivada pela paixão do momento, possivelmente irritando o ânimo cada vez que for visualizada por não fazer mais parte dos seus gostos, gerando as distonias energético espirituais negativas produzidas pelos desatinos cometidos pelo Espírito.

Qualquer registro no corpo espiritual não deve ser entendido como uma marca física que teve proporções perispirituais; se fosse o caso, seria apenas emanação do pensamento e da vontade daquele Espírito. Piercing ou tatuagem são apenas matérias que têm sua influência na matéria. Do que se trata aqui é de um estado mental desarmônico, que pode, inclusive, se estender, agora sim, para o corpo perispiritual. Isso porque, como explicou André Luiz(3), a mente (Espírito) molda o perispírito (corpo espiritual), que por sua vez é o modelo para a construção do organismo físico (corpo material).

Sob a ótica espírita, a paraplegia da jovem Layane não foi causada por um piercing. A jovem seguia a moda do seu tempo, como a maioria dos jovens fazem. Sua contaminação bacteriana ocorreria por qualquer outra porta de entrada, se esta fosse uma experiência que a própria Layane, fazendo uso do seu livre-arbítrio e em conjunto com os Engenheiros Siderais(3), escolheu vivenciar com o fim de resgate e/ou provação.

Fato que não exime de culpa quem o aplicou, porque, segundo a reportagem, este foi negligente com o próprio trabalho e segurança de quem procurava seus serviços. No direito penal a negligência, imperícia e imprudência profissional são crimes passíveis de punição. O que diremos, então, das leis divinas gravadas na consciência individual e imortal? Contudo, como a justiça do Pai jamais será punitiva e efetivamente atua com vistas ao aprendizado do Amor, sempre existirão oportunidades educativas para aquele que errou.

“Quem deve paga, é da Lei. Mas, quem ama, dispõe dos tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam (…) Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus pertence.” (4)

Cientes dos fundamentos do Espiritismo, podemos deduzir que, em algum momento desta sua jornada reencarnatória, Layane enfrentaria as duras provas que foram desencadeadas pelo enfeite no nariz. É novamente Joanna de Ângelis quem nos traz apontamentos, agora sobre as enfermidades saneadoras, dizendo:

“Toda enfermidade que aflige o ser humano possui as suas nascentes no cerne do Espírito. Ainda imperfeito, necessita depurar-se enfrentando a lapidação das suas arestas morais perniciosas. Herança do passado evolutivo, quando os instintos básicos dominavam todas as suas ações, eles permanecem vigorosos e geram dificuldades nos momentos de decisões que devem ultrapassar as barreiras do ego, em benefício da sociedade. Não fosse a necessidade do crescimento interior, a fim de lhe permitir o desabrochar dos valores de enobrecimento que jazem no seu íntimo, e o sofrimento não existiria. A sua finalidade precípua é proporcionar o respeito às soberanas leis da Vida e ampliar-lhe a capacidade intelectual e o desenvolvimento moral. Portanto, em vez de ter apenas um caráter punitivo, a enfermidade possui o objetivo terapêutico libertador dos males que insistem em permanecer dominantes.” (5)

O Espiritismo, doutrina orientadora e consoladora por excelência, quando estudado e bem compreendido, nos dá condições seguras de desenvolvermos em nós o entendimento que liberta, a sabedoria que perdoa, a fé que conforta e o amor que transcende. E pela fala da Layane no artigo, esclarecida ou não sobre as questões espirituais da vida, ela já escolheu acender sua lâmpada e seguir por estes caminhos curadores da alma debilitada.

“Ama a tua dor e ela se te tornará amena, amiga, gentil companheira da existência. E enquanto amas, trabalha pelo Bem, compensa-te com as bênçãos dos resultados opimos que ofereças ao Senhor, que transitou por sendas idênticas e mais dolorosas que essas por onde segues.” (6)

Referências:

(1) Depoimento de uma participante da enquete virtual realizada pelo DIJ/FEB, entre abril e junho de 2013;

(2) Nathional Geographic Brasil - <https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/5-fatos-surpreendentes-sobre-otzi-o-homem-de-gelo >;

(3) “Evolução em Dois Mundos” – André Luiz, psicografia de Chico Xavier;

(4) “Joanna de Ângelis Responde”, psicografia de Divaldo Franco;

(5) Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 25 de novembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia;

(6) Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 16 de dezembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

  • Valerie Nascimento é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.