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  • Pelo menos 26 morrem em ataque contra cristãos coptas no Egito

Grupo abriu fogo contra ônibus que levava fiéis a um monastério, deixando outras 25 pessoas feridas. Ninguém reivindicou a autoria do ataque, que, no entanto, parece ter a marca do grupo Estado Islâmico (EI). Claudia Sampaio comenta.

  • Data :20 Jun, 2017
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Grupo abriu fogo contra ônibus que levava fiéis a um monastério, deixando outras 25 pessoas feridas

Ricard González

A minoria cristã copta do Egito voltou nesta sexta-feira a ser vítima de um brutal atentado que deixou 26 mortos e outros 25 feridos, segundo um porta-voz do Ministério da Saúde egípcio. O ataque ocorreu em um povoado da província de Minia, mais de 300 quilômetros ao sul do Cairo, quando um ônibus que levava fiéis a um monastério foi alvejado. Ninguém reivindicou a autoria do ataque, que, no entanto, parece ter a marca do grupo Estado Islâmico (EI), responsável por vários atentados sangrentos contra a comunidade cristã egípcia nos últimos meses.

De acordo com as primeiras informações, cerca de 10 homens encapuzados abriram fogo contra o veículo perto da localidade de Al Adua, numa das regiões egípcias com maior presença copta. Essam al-Bedawi, governador de Minia, disse à Reuters que o ônibus era parte de um comboio de fiéis, formado também por outro ônibus e um caminhão, que se dirigia ao monastério de São Samuel, perto dali. Calcula-se que os cristãos representem aproximadamente 9% dos 93 milhões de habitantes do Egito, sendo a maioria deles filiados à Igreja Ortodoxa Copta.

Desde o final do ano passado, essa comunidade se tornou um alvo preferencial do EI, por intermédio da sua *filial * Wilaya Sina (“província do Sinai”), criada em 2014. Antes, o grupo jihadista costumava atacar preferencialmente membros das forças de segurança. Embora o remoto Sinai continue sendo seu principal reduto, suas ações violentas foram se espalhando progressivamente pelo vale do Nilo. Na verdade, seus atentados mais sangrentos contra a minoria cristã tiveram lugar nas principais cidades do país.

Em dezembro, um suicida matou 29 pessoas ao explodir uma bomba em um anexo da catedral de São Marcos, no Cairo, a sede do patriarcado copta. Ainda piores foram os dois ataques simultâneos de 9 de abril deste ano contra duas igrejas, uma em Alexandria, a segunda maior cidade egípcia, e a outra em Tanta, coincidindo com a celebração do Domingo de Ramos.

Ao todo, pelo menos 46 pessoas morreram e outras 120 ficaram feridas naquele dia funesto. Embora a história recente do Egito esteja repleta de tensões sectárias, a atual onda de atentados não tem precedentes e gerou um profundo estado de angústia na comunidade cristã. Depois daqueles atentados, o presidente Abdelfattah al Sisi declarou estado de emergência durante três meses.

A pequena localidade de Adua esteve nas manchetes da imprensa internacional há três anos, quando 683 de seus habitantes foram condenados à morte em um julgamento coletivo pelo ataque a uma delegacia de polícia, depois do golpe de Estado comandado por Sisi em 2013. Posteriormente, um tribunal de recursos absolveu boa parte dos acusados, deixando a cifra de penas capitais em 183.

Notícia publicada no Jornal El País , em 26 de maio de 2017.

Claudia Sampaio* comenta

O terrorismo, sob qualquer aspecto, é um modo injusto de reivindicação. E enquanto o ser humano colocar a matéria acima do espírito, enquanto supor que a vida se encerra com a morte, o horror e o medo predominarão em seus corações.

Joanna de Ângelis nos esclarece, no livro Triunfo Pessoal , psicografado por Divaldo Franco, que “à predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e o desbordar das paixões, o ser humano, em determinados estágios da evolução, mantém as heranças primaris, os instintos primários que sobrepujam os valiosos tesouros da inteligência, do discernimento, da razão, da consciência. São eles que dão campo ao desenvolvimento da perversidade que não trepida em matar, de forma que a sua truculência emocional prevaleça” .

Em O Livro dos Espíritos , Allan Kardec, no capítulo que trata da Lei (natural) de Destruição, na questão 742, nos dá a seguinte lição: “A causa que leva o homem à guerra é a predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é o estado normal.”

Segundo afirma Ban Ki-moon, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, que ficou no cargo por dois mandatos até dezembro de 2016, há muitas causas para toda esta violência: “O extremismo e os conflitos violentos de hoje estão frequentemente enraizados numa mistura de exclusão, desigualdade, má gestão de recursos naturais, corrupção, opressão, falhas de governança e a frustração e a alienação que acompanham a falta de empregos e oportunidades.”

No entanto, aqueles que vivenciam os ensinamentos do Nosso Mestre Jesus diariamente transformam as suas palavras em ações: “Ame o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. E ame o teu próximo como a ti mesmo.” (Lucas, 10-27.)

O amor ao próximo é a grande lição do Cristo para um mundo melhor. Praticar o amor, a caridade e a solidariedade não teria tanto valor se não servisse para construir um mundo mais irmão e mais justo.

O nosso compromisso como Cristãos deve ter como base conviver com o nosso próximo e superar egoísmos individuais e coletivos, sendo necessário praticarmos o respeito pelo diferente, a compaixão pelos criminosos, o entendimento de que somos espíritos criados pelo mesmo pai e que todos nós estamos caminhando para a conquista de nossa evolução integral.

Fontes de pesquisa:

<http://docs10.minhateca.com.br/459902681,BR,0,0,13-Triunfo-Pessoal-(2002)—Joanna-de-Angelis.pdf >;

<http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/26/internacional/1495793655_015605.html >;

<https://livrodosespiritos.wordpress.com/ >;

<https://www.bibliaonline.com.br/ >.

  • Claudia Sampaio é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.