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‘Eu desisto’, escreveu Daniel Fitzpatrick, de 13 anos, em sua carta de despedida. Segundo ele, os seus colegas da escola o atormentavam há muito tempo e a direção da instituição de ensino não fazia nada a respeito, mesmo após ele e os seus pais terem feito uma reclamação formal. Jorge Hessen comenta.

  • Data :26 Aug, 2016
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26 de agosto de 2016

Colégio não toma atitude contra bullying e garoto se suicida

por Redação

“Eu desisto”, escreveu Daniel Fitzpatrick, de 13 anos, em sua carta de despedida. Segundo ele, os seus colegas da escola o atormentavam há muito tempo e a direção da instituição de ensino não fazia nada a respeito, mesmo após ele e os seus pais terem feito uma reclamação formal.

A resposta teria sido “Calma tudo vai ficar bem. É só uma fase, vai passar”.

A escola, que se chama Holy Angels Catholic Academy, fica em Nova York, nos Estados Unidos, e até o fechamento desta matéria não se pronunciou a respeito. Infelizmente, casos assim podem acontecer em qualquer lugar do mundo, porém, ainda são pouco divulgados.

A palavra * bullying * é um termo estrangeiro recente, mas sempre aconteceu em praticamente todas as escolas, seja atualmente ou no passado. E isso é grave, precisa ser discutido dentro e fora das salas de aula, tanto pelos pais como por todos os profissionais das áreas pedagógicas.

O pai de Daniel Fitzpatrick resolveu revelar a triste história do seu filho, inclusive a carta de suicídio e a sua foto, justamente para que casos assim não voltem a acontecer. “Nenhum pai deveria ter que enterrar seu filho. Nenhuma criança deveria passar pelo que o meu filho passou”, disse ele.

A mãe do garoto disse que as crianças o xingavam de diversos nomes dentro da sala de aula e também atiravam coisas contra ele. Ao longo do tempo, isso foi o deixando cada vez mais triste e frustrado.

Antes que alguém questione o motivo dos pais não terem transferido Daniel do colégio, fica óbvio que culpá-los pela situação é tão cruel quanto o bullying sofrido pela criança. O que precisa mudar é a maneira e seriedade com que encaramos este assunto.

Deve-se ensinar desde cedo, seja dentro de casa ou da sala de aula, que oprimir e ofender as pessoas é errado. Quando vemos alguém fazendo isso, seja uma criança ou adulto, é o nosso dever intervir.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é atualmente a terceira causa de mais mortes durante a adolescência .

Aliás, qual a última vez que você conversou com o seu filho ou alunos sobre o bullying? É importante perguntar se ele pratica ou recebe este tipo de comportamento.

Notícia publicada no Portal Catraca Livre , em 14 de agosto de 2016.

Jorge Hessen comenta*

Infelizmente, casos assim podem acontecer em qualquer lugar do mundo, porém, ainda são pouco divulgados. Outro caso recente foi o da jovem Britney Mazzoncini, de 16 anos, de Glasgow, na Escócia, que decidiu tirar a própria vida após sofrer bullying de perfis falsos no Facebook. Mazzoncini tinha depressão, que foi piorada pelos traumas que os agressores deixaram. Antes de se suicidar, ela deixou mensagens na rede social reclamando das ofensas. “As palavras podem sim machucar as pessoas, e elas precisam perceber isso antes que seja tarde demais”. A avó, Agnes Mackenzie, disse ao jornal The Sun ter certeza de que o bullying na internet foi um dos principais fatores para a Britney ter se suicidado. Agnes explicou ainda que a família não tinha conhecimento de que a garota sofria bullying, contou.(1)

Como esquecermos a chacina de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, em que meninos e meninas ficaram irmanados num trágico destino! Suas vidas foram prematuramente ceifadas num episódio de insonhável bestialidade. Jornais, redes de TV, revistas, rádios e Internet noticiaram o crime horroroso ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira. É um episódio para cujas causas não há como permanecermos estáticos na busca de entendimento.

O assassino Wellington Menezes de Oliveira, embora com a mente arruinada e razão obliterada, fez sua opção de atirar contra jovens estudantes. Na fita gravada, Wellington alegou ter sofrido bullying, anos antes, na mesma escola; porém, poderia ter superado o trauma de antanho. Ainda que admitamos sua provável subjugação por mentes perversas do além, a responsabilidade da decisão recai integralmente sobre ele.

O bullying tem sido discutido com pujantes cores por especialistas das áreas do direito, da psicologia, da medicina, da sociologia, da pedagogia e outras. A prática de bullying começou a ser pesquisada há cerca de alguns anos na Europa, quando descobriram que essa forma de violência estava por trás de muitas tentativas de homicídio e suicídio de adolescentes.

O fenômeno é uma epidemia psicossocial e pode ter consequências graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo, pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Tem sido responsável pelos altos índices de evasão e repetência escolar uma vez que o aluno não vê a escola como local de aprendizado, mas como um ambiente hostil.

Não há dúvida que atualmente há muitos espíritos em estágios bem primários reencarnados na Terra. Por isso os pais devem ter cuidado redobrado com a disciplina dos próprios filhos, reforçando na intimidade doméstica os exemplos de moralidade. Pais, avós e professores formam os grupos encarregados da educação. Não se pode permitir que esses espíritos espiritualmente infantilizados reencarnados sejam entregues simplesmente às mãos de funcionários despreparados, ou sob a estranha tutela da televisão, das redes sociais da Internet e de violentos jogos eletrônicos.

Urge estabelecer limites aos nossos filhos. Desde os primeiros anos, devemos ensiná-los a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhes as atitudes e concentrando-lhes as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.

É óbvio que há pais que enfrentam o dilema da educação dos filhos rebeldes e “incorrigíveis”, impermeáveis a todos os processos educativos. Nesses casos (filhos incorrigíveis), os pais, amando e orientando sem desânimos e descontinuidades da dedicação e do sacrifício, devem esperar a manifestação da Providência Divina para o entalhe moral dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa modelagem moral deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão, do sentimento e do respeito ao próximo.

Mãos à obra, oremos e banquemos a nossa parte!!

Referência:

(1) Disponível em https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/cansada-disse-jovem-que-se-matou-apos-sofrer-bullying/> , acessado em 15/08/2016.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.