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Um casal cristão foi espancado até a morte por uma multidão enraivecida no Paquistão depois de serem acusados de profanarem o Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos), segundo a polícia local, noticiou a agência AFP. Humberto Souza de Arruda comenta.

  • Data :18 May, 2015
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18 de maio de 2015

Casal cristão é espancado até a morte no Paquistão por ‘blasfêmia’

Um casal cristão foi espancado até a morte por uma multidão enraivecida no Paquistão depois de serem acusados de profanarem o Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos), segundo a polícia local. Os corpos foram queimados em um forno na cidade de Kot Radha Kishan, na província de Punjab, no noroeste do país, onde o casal trabalhava. A polícia identificou as vítimas apenas pelos nomes de Shama e Shehzad, segundo a agência de notícias AFP. Blasmêfia é um assunto extremamente delicado no país, e críticos apontam que as leis são frequentemente usadas para fazer acertos de contas e perseguir minorias. Um oficial de segurança disse à BBC que a polícia tentou salvar o casal, mas que não conseguu porque o número de agressores superava em muito o de policiais. As mortes serão investigadas pelas autoridades paquistanesas.

Pena de morte Em maio, um atirador matou um advogado na cidade de Multan que estava defendendo um palestrante de uma universidade local de blasfêmia. E, no mês passado, uma corte do país condenou uma mulher cristã à pena de morte. Ela havia sido condenada por blasfêmia em 2010, num caso que gerou uma comoção global. Desde os anos 1990, vários cristãos foram considerados culpados por profanarem o Alcorão ou por blasfêmia. Apesar de muitos deles terem sido condenados à morte por cortes paquistanesas, várias das setenças foram revertidas em instâncias superiores da Justiça do país por falta de provas. No entanto, correspondentes dizem que a mera acusação de blasfêmia é suficiente para tornar uma pessoa alvo de religiosos mais fundamentalistas. Notícia publicada na BBC Brasil , em 4 de novembro de 2014.

Humberto Souza de Arruda comenta* Há alguns séculos atrás, quando falássemos destas barbaridades, algumas pessoas ficariam perplexas. Mas não a maioria. Muitos entenderiam que isso seria um exemplo para mostrar a força da lei. Hoje o quantitativo de comparação inverteu. Para algumas pessoas do Paquistão o acontecido pode até não passar de um exemplo para quem não respeita o Alcorão. Mas não é a opinião do resto do mundo. Para muitos, estes pensamentos levam a indagar onde está a justiça? Ou, e a justiça de Deus? Só porque defenderam a sua religião precisariam passar por tudo isso? São pensamentos que ecoam nas cabeças de muitas pessoas. Mas vamos olhar também uma situação similar. Imaginemos um torcedor que erra de lado num ginásio e vai parar em uma torcida do time rival. E pra piorar a situação, esta é uma torcida radical na defesa do seu time. Este torcedor perdido necessitaria de ser o mais invisível possível neste local. Revelar o time seria suicídio. Uniforme… nem pensar. Aliás, ele está em território “inimigo”. Apesar de uma analogia um tanto grosseira, vemos que viver em um local contrário às nossas crenças pode ser algo perigoso quando se trata de uma região onde a religião é algo tão radical, como onde aconteceu este lamentável fato. Mas não sabemos qual a necessidade física deste casal estar naquela cidade, naquele momento. E por mais que questionemos se poderiam ter saído antes, ou se deveriam esconder melhor a sua religião, se é que não o fizeram, ou se realmente cometeram tal blasfêmia que os levou ao homicídio, não devemos esquecer que o local onde nascemos não é por acaso. Considerando somente uma análise social ou filosófica, várias hipóteses poderiam ser levantadas a este respeito e em pouco tempo perderiam a consistência quando colocadas ao crivo da razão. É preciso pensar com amor. Mas, neste momento, colocar o amor de Deus na análise deste acontecido sem junto colocar uma das maiores provas deste amor Divino, que é a reencarnação, ficaria muito complicado seguir um raciocínio produtivo. Considerando a imortalidade da alma e a reencarnação é que poderíamos entender que em uma existência pretérita é que estaria o começo para o acontecimento relatado. Indivíduos que se odeiam tanto a este nível não poderiam ter começado este sentimento nesta existência. Assim como este ódio virar perdão pode levar varias existências para acontecer. E com os conceitos da imortalidade também nos confortamos em saber que sempre teremos outra chance. Pois o Pai é amoroso. Reencarnaremos tantas vezes quantas forem necessárias até que sejamos puros. Daí a necessidade das provas e expiações a que somos submetidos. Percebemos assim que, direta ou indiretamente, nós escolhemos a natureza das expiações que vivenciaremos em cada existência futura. Desta forma, fica mais claro pensarmos na Lei de Causa e Efeito. Mas a natureza do efeito em questão depende do grau evolutivo do Espírito e obviamente de permissão Divina. Mas entendamos que não é porque houve uma violência de nossa parte em uma existência passada que devemos receber esta violência nesta existência. Assim seria aplicar o conceito de “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Se pensarmos usando o Amor que o Cristo deixou de exemplo para seguirmos, podemos mudar para quem com ferro equivocadamente fere, com amor pode reparar estas feridas para ser merecedor do perdão. Existem desvios religiosos que culminam em “guerras santas” pelo fato de não colocarem para andar juntos a sua ética religiosa com a moral universal, que é o amor. São acontecimentos que chegam a estas proporções por um desvio de conduta moral universal. Se todos os religiosos valorizarem tudo que eles têm de bom, encontrarão familiares que o amam com sensibilidade, felicidade e outras coisas que na verdade o seu “adversário religioso” também tem. Assim passariam a olhar este próximo como eles mesmos. Para isso só precisam inicialmente se amar. O Cristianismo não é a religião com a maior quantidade de adeptos, mas todos os grandes pensadores de outras religiões reconhecem Jesus pela sua elevação espiritual. Estes reconhecimentos é que são modelos a serem seguidos. Se cada religioso adverso a outra cultura religiosa reconhecer os pontos em comuns entre eles, começará a diminuir a quantidade de religiões até chegar a uma. Que é a religião perfeita. A religião totalmente fraterna, caridosa e esclarecedora. A religião do amor. Oremos por este casal que precisou passar por isto para deixar transparente ao mundo os ajustes que ainda precisam ser feitos em vários lugares do planeta. Mas não poderíamos deixar de orar também pelos protagonistas desta violência. Oremos para que o mais breve possível entendam a vantagem que é amar.

  • Humberto Souza de Arruda é evangelizador, voluntário em Serviço de Promoção Social Espírita (SAPSE) e colaborador do Espiritismo.net.