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  • De preso a empresário: honestidade compensa

O ex-presidiário Sila da Conceição, de 63 anos, conta no livro “Danem-se os Normais”, de João Estrella e Mariana Torres, como conseguiu mudar de vida escolhendo uma vida honesta. Hoje, ele tem uma companhia de taxi e imóveis nos EUA. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :24 Jan, 2015
  • Categoria :

26 de janeiro de 2015

De preso a empresário: honestidade compensa

O paraense Sila da Conceição, de 63 anos, se transformou num empresário de sucesso depois de uma vida de roubos e prisões.

O ex-presidiário conta no livro “Danem-se os Normais”, de João Estrella e Mariana Torres, como conseguiu mudar de vida escolhendo uma vida honesta.

Hoje, o ex-batedor de carteiras tem uma companhia de taxi e imóveis nos EUA.

A vida de Sila é realmente uma aventura.

Ele cresceu pobre na periferia de Acampamento, em Belém.

Foi peixeiro, motorista de praça até se embrenhar no mundo do crime.

Foi preso no Carandiru e parou de roubar aos 29 anos.

“O homem tem que se arrepender daquilo que ainda não fez, porque o que já tá feito, tá feito!”, desabafa o ex-ladrão e agora empreendedor.

E fez questão de contar a própria história como forma de incentivar e inspirar as pessoas virar a página e reconstruir uma nova história.

A transformação

Sila nunca desistiu e começou a conquistar os primeiros resultados que o fizeram persistir nos investimentos.

Na virada de 1979 para 1980 comprou o primeiro carro, um Fusca financiado, e foi trabalhar na praça.

A ideia era ter 100 carros rodando e foi ampliando a frota.

“Eu espero que esse livro tenha um resultado positivo, porque boa parte do que aprendi está nele. É uma história de vida que está sendo contada, a minha história, agora compartilhada com todos. Espero que sirva de incentivo e inspiração ao menos para uma pessoa, uma só que seja, e que ela possa optar pela mudança. Assim o livro já vai ter cumprido seu papel.”

Com informações de Noticiario.com.br .

Notícia publicada no Portal Só Notícia Boa , em 6 de novembro de 2014.

Breno Henrique de Sousa comenta*

Dando a Volta por Cima

Não devemos perder a esperança no ser humano. Nunca sabemos quem e quando será capaz de superar as expectativas e ir mais além. Geralmente as pessoas desacreditam da humanidade, desacreditam que alguém é capaz de se regenerar, de tornar-se uma pessoa melhor através da mudança íntima de valores.

Essa descrença no ser humano é consequência da visão materialista de somos o que somos simplesmente porque nascemos assim, ideia que se proclama muito claramente no dito: “pau que nasce torto morre torto”, que reflete nada mais que o cinismo e desesperança que são consequências dessa concepção materialista.

Quem se deixa levar por essa perspectiva rapidamente se torna desconfiado de todos, dificilmente exerce o perdão, e como acredita que o criminoso não tem jeito, melhor seria executá-lo, mas a morte nesse caso não aniquila o mal, antes o faz proliferar-se.

As pessoas que realmente amam plenamente, como a maioria de nós ainda não somos capazes de amar, conseguem até mesmo vencer o bruto com delicadeza e tocá-lo em seu coração, porque por mais monstruoso que se pareça alguém, por detrás de sua aparente monstruosidade existe um espírito imortal feito da mesma essência que somos feitos nós outros. Chico Xavier demonstrou constantemente isso na forma que lidava com seus detratores, sem falar do caso narrado no livro “Lindos Casos de Chico Xavier”, onde um ladrão entra em sua casa e sai tocado e modificado, passando de criminoso para alguém que começou a sua transformação moral.

Jesus é o exemplo supremo capaz de transformar com seu amor incondicional as almas mais endurecidas e empedernidas no mal. Reconheço que não tenho nem de longe a capacidade dessas grandes almas, não se trata de acharmos que somos Jesus e sairmos amanhã abraçando os criminosos na rua. Trata-se, antes de qualquer coisa, em dar o primeiro passo que é acreditar mais no amor e na capacidade do ser humano se renovar. A nossa sociedade padece de uma série de males que não contribuem positivamente para a formação ou regeneração do indivíduo, ainda menos o atual sistema prisional. Enquanto cidadãos devemos cobrar que as autoridade cumpram com as suas obrigações, porém, no âmbito pessoal, devemos nos esforçar em dar esperanças a todos que estão ao nosso alcance.

O criminoso geralmente é alguém que deixou de acreditar em si mesmo. Ele acha que pra ele não existe mais salvação, que por isso é mal e que ser mal é a única coisa que lhe resta para sobreviver. Geralmente a transformação desses indivíduos parte da colaboração de algumas pessoas que decidiram acreditar neles quando nem eles mesmos acreditavam mais em si.

Quantos de nós também deixamos de acreditar que somos capazes de mudar e superar nossos defeitos e limitações diárias? Quão importante é a educação familiar e o apoio de pessoas amigas para encontrarmos a força que necessitamos para superar os obstáculos mais difíceis? Acreditemos em Deus, acreditemos no amor e em seu poder transformador. Somos todos filhos do criador e portadores da mesma capacidade para amar e para crescer. Por mais obscurecidos que estejam os corações, essa fonte revigorante nos purificará renovando de vida plena nossa alma.

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.