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Uma menina de três anos, que havia sido declarada morta pelos médicos um dia antes, ‘acordou’ durante seu próprio funeral em Aurora, na província de Zamboanga do Sul, nas Filipinas, de acordo com o site philsatr.com . A polícia da região confirmou o incidente. Jorge Hessen comenta.

  • Data :14/09/2014
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14 de setembro de 2014

Criança “acorda” durante próprio funeral nas Filipinas

A menina havia sido declarada morta pelos médicos um dia antes

Uma menina de três anos, que havia sido declarada morta pelos médicos, “acordou” durante seu próprio funeral em Aurora, na província de Zamboanga do Sul, nas Filipinas, de acordo com o site philsatr.com .

A polícia confirmou o incidente, citando o relato de pessoas que presenciaram a cena. Um vídeo postado em uma rede social, e que mostra o ocorrido, se tornou um sucesso na internet. As imagens mostram os pais da menina tirando-a do caixão de madeira, enquanto pessoas que acompanham a cerimônia parecem ficar em estado de completa comoção.

A criança havia tido febre severa durante vários dias e, por isso, teria sido levada a uma clínica para passar por uma consulta. “O médico e o assistente confirmaram que a paciente não tinha mais pulso e estava clinicamente morta no último sábado pela manhã”, disse o chefe de polícia Heidil Teelan.

De acordo com o policial, um dos vizinhos da família que removeu a tampa do caixão para ajeitar a menina viu a cabeça da criança se movendo. Foi então que os presentes checaram o pulso da menina e tiveram a confirmação de que ela estava viva. Ela recebeu água e foi, imediatamente, levada à clínica para fazer um check-up.

A criança está em casa e passa bem. Os pais tentarão levá-la para se consultar com médicos de um hospital de grande porte em Zamboanga del Sur.

Notícia publicada no Portal Terra , em 14 de julho de 2014.

Jorge Hessen comenta*

Certa feita fomos informados sobre determinado homem de 87 anos de idade que deu um grande susto em seus familiares ao acordar durante seu próprio funeral. Eles oravam sobre o corpo do idoso quando o “falecido” teria começado a engasgar e, de repente, “acordou”. O velho foi levado do hospital, vestido adequadamente para o funeral e colocado no local onde seria realizado o velório. Após “reviver”, o idoso foi novamente encaminhado ao hospital. Segundo informações do jornal Shangai Daily, os médicos ficaram perplexos com a impressionante recuperação do idoso.

Caso semelhante ocorreu em Zamboanga do Sul, nas Filipinas. Uma menina de três anos, que havia sido declarada morta pelos médicos, “acordou” durante seu próprio funeral. Ela havia tido febre severa durante vários dias e, por isso, teria sido levada a uma clínica para passar por uma consulta. O médico e o assistente confirmaram que a menina não tinha mais pulso e estava clinicamente morta.(1)

Há inquietas reportagens de casos de “ressuscitação” espontânea nos funerais que acontecem em inúmeros países. Na biografia da médium Yvonne Pereira, consta que com 29 dias de nascida, depois de sofrer um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como “morta”. Durante 6 horas permaneceu em estado cataléptico. O médico e o farmacêutico atestaram morte por sufocação. O velório foi preparado. “A suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul, e o caixão encomendado. A mãe, que não acreditava que a filha estivesse morta, retirou-se para um aposento, onde orou fervorosamente a Maria de Nazaré, pedindo que a situação fosse definida. Instantes depois, a criança “acordou” aos prantos.”(2)

Já ouvimos algumas conversas tenebrosas sobre pessoas que teriam sido dadas como mortas e enterradas vivas durante um surto de catalepsia(3) ou letargia(4). Há notícias de que no passado existiram casos de pessoas que foram enterradas “vivas”. “A catalepsia se manifesta como um tipo de perturbação de natureza psicomotora, produzindo parada dos movimentos voluntários, sem qualquer lesão física. A letargia é um estado de sono profundo, no qual as funções orgânicas se apresentam, aparentemente, interrompidas, entre elas, as de respiração e circulação.”(5) Kardec analisou situações de quase-morte na Revista Espírita.

Há diversos casos de letárgicos, pessoas que chegaram a ser consideradas mortas pela medicina da época, como a Sra. Schwabenhaus(6) ou que passaram por situações de claro risco de morte, ou como o Dr. “D.”, que ficou mais de meia hora debaixo d’água e foi resgatado e retomou a consciência.(7) Fenômeno análogo aconteceu nos tempos apostólicos, nas figuras de “Lázaro”(8), da “filha de Jairo”(9) e do “filho da viúva de Naim”(10).

A letargia pode surgir a partir de alguns fatores importantes, como uma doença grave (o paciente entra em estado de coma), indução medicamentosa (há substâncias que provocam o coma artificial), hipnose (indivíduos sensíveis podem ser induzidos ao transe letárgico, transe mediúnico em determinados desdobramentos, particularmente na chamada “bilocação”(11), quando o Espírito afasta-se do corpo e se materializa alhures, há enorme dispêndio das energias do médium, com o auxílio de mentores espirituais. Para tanto, ele entra em estado letárgico), autoindução (há faquires indianos que se fazem sepultar vivos. Entram em estado letárgico por sua própria iniciativa. Com o organismo funcionando em ritmo lento, o consumo de oxigênio é mínimo. Daí conseguirem sobreviver por horas e até dias. É algo semelhante aos animais que hibernam, como os ursos).

Allan Kardec indagou aos Espíritos se, na letargia, o Espírito pode separar-se totalmente do corpo, de forma a dar-lhe todas as aparências da morte, e voltar em seguida. Os Benfeitores explicaram que, “na letargia, o corpo não está morto, visto que as funções orgânicas continuam a processar-se; a vitalidade permanece em estado latente, como na crisálida, e não se extingue. Ora, o Espírito está unido ao corpo enquanto ele viver; uma vez os laços rompidos pela morte real e pela desagregação dos órgãos, a separação será completa e o Espírito não volta mais. Quando um homem aparentemente morto volta à vida, é porque a morte não foi consumada.”(12)

Em seguida, Kardec inquire se é possível através de cuidados dispensados a tempo, renovar os laços a se romperem e devolver à vida um ser que, sem esses recursos, morreria realmente – “Sim, sem dúvida” - explicam os Espíritos -, “e disso tendes prova todos os dias. O magnetismo é nesses casos, muitas vezes, um meio poderoso, porque dá ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era insuficiente para entreter o funcionamento dos órgãos.”(13)

Na concepção do Codificador, “a letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Elas diferem entre si em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral dando ao corpo todas as aparências da morte, e, na catalepsia, é localizada e pode afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a deixar a inteligência livre para se manifestar, o que não permite confundi-la com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é às vezes espontânea, mas pode ser provocada e desfeita artificialmente pela ação magnética.”(14)

Portanto, seja no estágio letárgico ou na condição de catalepsia, não há morte, até porque todas as funções vitais permanecem ativas. A frequência vital é que se torna mais vagarosa, qual ocorre na hibernação, conferindo-lhe a aparência de um cadáver.

Notas e referências bibliográficas:

(1) Disponível em http://philsatr.com >, acessado em 01/09/2014;

(2) Disponível em http://www.uemmg.org.br/pioneiros/yvonne-do-amaral-pereira/ >, acessado em 02/09/2014;

(3) O ataque cataléptico costuma também ser chamado de morte aparente porque o paciente jaz inerte, como que mumificado, sem movimentos e com as funções vitais significativamente reduzidas;

(4) Letargia, em “O Livro dos Espíritos”, significa em estado de “perda temporária da sensibilidade e do movimento”, em que o corpo parece morto, no qual os sinais vitais se tornam quase imperceptíveis, a respiração reduz-se bastante e a pessoa pode ser tomada como morta;

(5) Franco, Divaldo. Mediunidade - Encontro com Divaldo, SP: Ed. Mundo Maior, 2ª edição, 2000);

(6) Kardec, Allan. Revista Espírita 1858, DF: Ed. Edicel, 2002;

(7) Idem, Revista Espírita 1867;

(8) João, 11:1-54;

(9) Lucas, 8:49-56;

(10) Lucas, 7:11-17;

(11) Bilocação significa estar em dois lugares diversos ao mesmo tempo e bicorporeidade aparecer com dois corpos em dois lugares distantes. A explicação é das mais simples. Dá-se o desdobramento e a pessoa desdobrada viaja em Espírito para outra região que esteja momentaneamente ligada aos seus objetivos. Lá chegando, com o apoio da espiritualidade, reveste seu perispírito com ectoplasma, tornando-se visível, audível e tangível.

(12) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, pergunta 423;

(13) Idem, pergunta 424;

(14) Idem , comentário de Allan Kardec às perguntas 423 e 424.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.