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Argentinos que se sentem nervosos, frustrados ou estressados no trabalho têm agora um caminho alternativo para aliviar sua tensão. É o ‘clube do quebra-quebra’. No local, é possível esmagar e destruir objetos só para relaxar. Nara de Campos Coelho comenta.

  • Data :18/07/2014
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18 de julho de 2014

Contra estresse, argentinos recorrem a ‘clube do quebra-quebra’

Ignacio de los Reyes Da BBC Mundo, na Argentina

Argentinos que se sentem nervosos, frustrados ou estressados no trabalho têm agora um caminho alternativo para aliviar sua tensão.

Os moradores de Buenos Aires agora estão recorrendo ao Break Club, um “clube do quebra-quebra”.

No local, é possível, mediante pagamento, esmagar e destruir objetos só para relaxar.

Segundo o criador do projeto, Guido Dodero, 85% dos integrantes do Break Club são mulheres.

Ele atribui o fato ao suposto machismo argentino e à pressão que as mulheres sofrem para se encaixar em padrões pré-definidos.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 31 de outubro de 2013.

Nara de Campos Coelho comenta*

Mudança de ponto de vista

É fácil percebermos que temos a vocação de ceder para as más tendências ao invés de corrigi-las. Assim se dá, por exemplo, com a ideia do aborto: se muita gente faz, às escondidas e correndo muito risco de morte, dizemos: “é melhor legalizá-lo”. E com as drogas em geral? Já que é difícil controlar o tráfico e os que se drogam, sugerimos: “é melhor descriminalizá-las”. Ninguém quer a violência, mas já que muitos não conseguem controlá-la, apoiamos o costume de usá-la, normalmente, no futebol, nos esportes coletivos em geral, nas lutas de MMA, tornando-as uma poderosa fonte de renda e, afinal de contas, a confortável opção de bater bastante nos objetos colocados para este fim nas academias dedicadas a um novo esporte. E, assim, prosseguimos, sem atentar para o fato de que precisamos usar a razão com sabedoria.

Falamos isto, em virtude da notícia de que os nossos vizinhos argentinos estão desabafando a raiva e as frustrações por meio do “clube do quebra-quebra”, o que faz-nos pensar sobre o nosso papel de cidadãos aqui na Terra. Até onde poderemos levar a violência que abrigamos na alma eterna que somos, ignorando-lhe os efeitos nocivos?

Diz-nos a Doutrina Espírita que somos Espíritos em evolução, atravessando a romagem terrena com vistas ao aprimoramento integral, que nos conduzirá à felicidade. Assim, passamos pela vida material com a finalidade de desgastarmos as arestas da alma, que são as nossas viciações, para transformá-las em virtudes, ao longo das reencarnações. Assim, no quesito violência, somos chamados pela vida não para apenas “descarregá-la”, mantendo-a intacta até a próxima sessão de quebra-quebra, mas exterminá-la de nós mesmos, transformando a força que a alimenta em energia construtiva e edificante. Não é a exaustão que educa; é a compreensão dos nossos objetivos superiores.

Com o Espiritismo, temos esta certeza que nos ajuda a decifrar os enigmas que ainda povoam-nos a existência, direcionando-nos para aqui, ali ou acolá, sob os ditames da coerência.

Houve tempo em que alguns profissionais da saúde indicavam aos seus pacientes nervosos ou temperamentais que gritassem com todas as forças, para livrarem-se dos sintomas que os incomodavam… Uns gritando, no ontem; outros esmurrando e quebrando tudo, no hoje; tudo sob a guarida, pelo menos, do politicamente correto.

Jesus nos ensina: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra”. É um ensino magistral, que nos conduz a educar nossos impulsos. Afinal, quem não quer herdar a Terra? Não é para isto que trabalhamos o tempo todo? Entretanto, embora nos digamos cristãos, estamos sempre abrindo espaço para justificar a violência. Fiz isto por ciúme, ou porque ele me irritou, ou porque fui traído… E assim por diante, embora choremos quando somos vítimas da violência.

Não há efeito sem causa. E a violência tem sido causa de infindáveis sofrimentos, tanto na nossa vida individual, quanto coletiva. Sob a sua ação, ampliam-se as ações transgressoras da lei de amor, ensinada pelo Cristo, na exaltação: ”Ame seu próximo, como a si mesmo!” Nem guerras entre países, nem entre famílias ou indivíduos. Nem destruição da natureza, nem dos objetos que podem auxiliar a outrem…  Sabem o que mais? Respeito pela vida e pela obra de Deus, entendendo-nos Seus filhos e responsáveis pelas nossas ações, tendo em vista o futuro que ansiamos. Assim, violência nunca! É melhor estudar o Espiritismo e mudar o nosso ponto de vista, se quisermos ser felizes!

  • Nara de Campos Coelho, mineira de Juiz de Fora, formada em Direito pela Faculdade de Direito da UFJF, é expositora espírita nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, articulista em vários jornais, revistas e sites de diversas regiões do país.