Carregando...

  • Início
  • Executado por traição, tio de líder já foi homem forte na Coreia do Norte

Chang Song-thaek, tio do líder norte-coreano Kim Jong-un, era visto como uma das principais lideranças do país antes do rápido processo que fez com que, em questão de dias, fosse demitido, julgado e executado. Humberto Souza de Arruda comenta.

  • Data :11 Apr, 2014
  • Categoria :

11 de abril de 2014

Executado por traição, tio de líder já foi homem forte na Coreia do Norte

Chang Song-thaek, tio do líder norte-coreano Kim Jong-un, era visto como uma das principais lideranças do país antes do rápido processo que fez com que, em questão de dias, fosse demitido, julgado e executado.

Como vice-líder da poderosa Comissão Nacional de Defesa, ele estava no centro do núcleo de decisão do governo comunista.

Por conta de seu parentesco e intimidade com o falecido líder Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, muitos acreditavam que ele exercia grande influência sobre o jovem.

Alguns analistas acreditavam que ele era o verdadeiro homem forte por trás do “trono”, que aconselhava seu inexperiente sobrinho.

A execução de Chang sinaliza mudanças grandes na liderança norte-coreana.

Ascensão difícil

Chang Song-thaek, um veterano do partido, superou diversas dificuldades para se consolidar com líder. Quando jovem, ainda nos tempos de faculdade, conheceu a irmã de Kim Jong-il, Kyung-hee, com quem começou um namoro.

O pai da jovem, o líder Kim Il-sung, não gostava do relacionamento, já que ambos vinham de classes sociais muito diferentes. Chang foi obrigado a trocar de universidade.

Mas o líder acabou mudando de opinião, após apelos feitos pela filha. Chang e Kyung-hee conseguiram se casar e tiveram uma filha – que teria morrido.

Chang entrou na estrutura burocrática do Partido Coreano dos Trabalhadores no começo dos anos 1970, e teve em constante ascensão ao longo das próximas décadas. Em 1992, foi eleito para o Comitê Central do partido.

Na década seguinte, já integrava o primeiro escalão do poder, como diretor de um departamento que supervisionava todos os ministérios e órgãos militares do partido. Nessa época, era visto como uma das pessoas mais poderosas da Coreia do Norte.

Sumiço e retorno

Mas tudo isso mudou em 2004, quando ele parou de aparecer nos eventos públicos do país. Uma fonte da inteligência sul-coreana disse que ele foi colocado em prisão domiciliar.

Nunca ficou claro o que aconteceu exatamente. Analistas especularam que ele teria acumulado poder demais, o que poderia ter desagradado a outros líderes.

Em janeiro de 2006, ele reapareceu na cena pública e rapidamente se reabilitou na estrutura de primeiro escalão. No final do ano seguinte, já chefiava o departamento do partido responsável por supervisionar a polícia e o judiciário.

A imprensa estatal noticiava com frequência suas aparições públicas ao lado do líder Kim Jong-il. Analistas acreditam que ele ganhou influência ainda maior após um derrame do então líder norte-coreano.

Com sua indicação para o Comitê de Defesa em 2009, Chang estabeleceu sua posição como homem forte do país. Em 2010, ganhou outra promoção, sendo alçado à vice-liderança do comitê.

As reformas ministeriais teriam sido feitas para facilitar a transição de poder de pai para filho na Coreia do Norte. Com a morte do líder, Chang recebeu grande destaque nos funerais, e também se encontrou com o presidente chinês, Hu Jintao, em agosto de 2012.

O principal assunto de sua viagem a Pequim foi economia. Muitos viram isso como um sinal de que ele poderia promover uma reforma para aliviar os graves problemas econômicos do país.

Neste mês, de forma repentina e surpreendente, a imprensa estatal norte-coreana declarou que Chang fora removido do poder por “atos criminosos”.

Um encontro de líderes do Comitê Central do partido determinou que ele havia “cometido atos antipartido e contrarrevolucionários, como corroer a unidade e coesão do partido”.

“Chang fingia defender o partido e o líder, mas estava envolvido em atos como sonhar sonhos diferentes e se envolver em jogos duplos nos bastidores”, afirma uma das notícias da agência estatal KCNA.

Poucos dias depois, Chang foi julgado em um tribunal militar, que o considerou culpado por traição.

O tribunal norte-coreano disse que ele era “pior do que um cachorro” e que havia formado uma facção com objetivo de derrubar o governo. Ele foi imediatamente executado.

Além de alterar a liderança norte-coreana, a queda repentina de Chang levanta outras dúvidas sobre a Coreia do Norte. Entre elas está: quem agora é a principal influência junto a Kim Jong-un.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 13 de dezembro de 2013.

Humberto Souza de Arruda comenta*

Muitos de nós já tivemos experiências de conversar com pessoas mais velhas, onde estas, com pouca instrução acadêmica, nos trouxeram bons aprendizados. Isto pelo fato de terem vivenciado muitas experiências. Muito aprendizado recebido pelo “caminho das pedras”. Muitos acertos aprendidos com muitos erros. Mas que, com os vários anos de existência, terminaram acumulando sabedoria. E com um olhar mais experiente das coisas conseguem relatar possibilidades, conselhos e direcionamentos que não se encontram em qualquer escola.

Agora imaginemos o quanto poderemos aprender com uma pessoa com mais formação acadêmica e ainda considerando também o fato de sermos espíritos imortais. São vivências em várias existências, seja expiando e/ou provando, para serem divididas com os outros. Pois aprendemos para podermos ensinar. É natural o ensino. Não conseguiríamos ficar muito tempo sem dividir o que sabemos. Tanto o é que às vezes queremos até ensinar o que não sabemos totalmente.

Com estas primícias, entendemos o quanto é improdutivo a pena de morte. Mesmo diante de um erro que possa ser o mais grave possível, perdemos uma oportunidade ímpar de aprender com um espírito imortal a quem foi imposto fazer a “viagem de regresso” mais cedo. Lembrando que esta viagem tem volta sem a necessidade de permissão de quem o enviou.

Desavenças que começam com questões menos graves que um assassinato culminam muitas vezes em inimizades que perduram muitas existências, independente do plano que estejam qualquer um destes espíritos. Sejam encarnados ou desencarnados. Assim, reencarnações com expiações compulsórias serão necessárias para que a “espiritualidade maior” consiga nos dar condições de parar um ciclo destruidor como é o da vingança.

Vejamos o que nos mostra a questão 887 de O Livro dos Espíritos :

“Jesus também disse: Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?”

“- Certo ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado. Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança.”

Assim, podemos ver o quanto se diminui moralmente uma pessoa que condena à morte seu semelhante. Uma atitude que tira o direito de arrependimento de um indivíduo é desrespeitar a Lei de Amor.

Mas como o Senhor Chang conhece bastante as leis do seu país, a tal ponto que ajudou na construção de algumas, também sabia do risco que corria em supostamente estar atuando em dois extremos políticos. Para a Coreia do Norte, isto soa como uma guerra de interesse. E nesta guerra em questão, matar ou morrer não são questões hipotéticas. Recorramos novamente a O Livro dos Espíritos :

“759. Que valor tem o que se chama ponto de honra, em matéria de duelo?”

“- Orgulho e vaidade: dupla chaga da Humanidade.”

“a) Mas, não há casos em que a honra se acha verdadeiramente empenhada e em que uma recusa fora covardia?”

“- Isso depende dos usos e costumes. Cada país e cada século tem a esse respeito um modo de ver diferente. Quando os homens forem melhores e estiverem mais adiantados em moral, compreenderão que o verdadeiro ponto de honra está acima das paixões terrenas e que não é matando, nem se deixando matar, que repararão agravos.”

Muito podemos fazer por pessoas que estão a distâncias enormes de nós. Mas quando nos deparamos com a oportunidade de conhecer a história de um Espírito que teve como portas de regresso no mundo espiritual as do homicídio e suicídio, precisamos de um empenho maior em ajudar com a nossa vibração de amor. A prece de intercessão em nome do Senhor Chang chegará como luz para ajudar na iluminação da sua caminhada que pode estar com muitas sombras de vingança, arrependimento e dor pelo afastamento abrupto de seus entes queridos.

  • Humberto Souza de Arruda é evangelizador, voluntário em Serviço de Promoção Social Espírita (SAPSE) e colaborador do Espiritismo.net.