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O governo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, está oferecendo ouro como recompensa para incentivar as pessoas a perderem peso e levarem um estilo de vida mais saudável. Os interessados podem se inscrever no programa Seu Peso em Ouro. Jorge Hessen comenta.

  • Data :01/09/2013
  • Categoria :

1º de setembro de 2013

Dubai oferece ouro como recompensa por perda de peso

O governo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, está oferecendo ouro como recompensa para incentivar as pessoas a perderem peso e levarem um estilo de vida mais saudável.

Os interessados podem se inscrever a partir desta sexta-feira no programa Seu Peso em Ouro, que deve durar cerca de um mês e coincide com o período do Ramadã, o mês sagrado em que os muçulmanos fazem jejum entre o amanhecer e o anoitecer.

Para cada quilo perdido, os participantes receberão um grama de ouro, que atualmente vale cerca de US$ 45 (cerca de R$ 100), mas para receber o prêmio é necessário perder no mínimo dois quilos.

As três pessoas que perderem mais peso poderão entrar em um sorteio para concorrer a uma moeda de ouro no valor de US$ 5,4 mil (cerca de R$ 12 mil).

Obesidade crescente

“O Ramadã é a época mais apropriada para lançar iniciativas deste tipo, já que nos lembra dos muitos benefícios da redução de peso e nos encoraja a tomar passos concretos para alterar nossos maus hábitos”, afirmou Hussain Nasser Lootah, diretor-geral do município de Dubai, ao anunciar a iniciativa.

O anúncio reflete o aumento da preocupação das autoridades dos países do Golfo Pérsico com a taxa crescente de obesidade da população - que se deve sobretudo à falta da prática de exercícios físicos e o consumo de alimentos fast-food.

O programa recebeu o patrocínio do Grupo de Joalherias e Ouro de Dubai e do Centro de Commodities de Dubai (DMCC, na sigla em inglês) e terminará no dia 16 de agosto com a pesagem de todos os inscritos.

Durante o processo de inscrição, os participantes receberão aconselhamento sobre perda de peso sem danos à saúde.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 19 de julho de 2013.

Jorge Hessen comenta*

No Brasil, as doenças relacionadas à obesidade custam aos cofres públicos quase 500 milhões de reais, anualmente, segundo levantamento realizado pela UnB - Universidade de Brasília. Outra Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2009 assinalou que 21,7% dos brasileiros, na faixa etária entre 10 e 19 anos, apresentam obesidade. Ao todo, há quase 15 milhões de brasileiros rechonchudos. O número equivale a quase metade dos gordos existentes nos Estados Unidos.(1)

Estamos perante uma epidemia mundial. O governo de Dubai (Emirados Árabes Unidos) está oferecendo ouro (isso mesmo, ouro!) como recompensa para incentivar as pessoas a perderem peso e levarem um estilo de vida mais saudável. Para cada quilograma perdido, os participantes receberão um grama de ouro, que atualmente vale em torno de quarenta e cinco dólares (cerca de cem reais), mas para receber o prêmio é necessário perder no mínimo dois quilogramas. O programa de governo árabe reflete o aumento da preocupação das autoridades dos países do Golfo Pérsico com a taxa crescente de obesidade da população devido à vida sedentária e consumo descomunal de alimentos fast-food.(2)

Pesquisando aqui e alhures sobre a “obesidade”, esbarramos com alguns textos curiosos, que inobstante excêntricos, revelaram-se atraentes. A exemplo do texto de Andrew Oitke, um suposto catedrático de Antropologia, em Harvard, que teria divulgado o livro “Mental Obesity” (!?)…(3), que, segundo os leitores, tem insurgido contra as áreas da educação, jornalismo e relações sociais em geral. O hipotético livro “Obesidade mental” consigna, dentre outros incisivos contextos, que décadas atrás a humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por causa da alimentação desregrada. Todavia, e poucos se dão conta, há abusos no campo da informação e conhecimento que estão criando problemas tão ou mais sérios que adiposidade física.

A sociedade está mais empanturrada de preconceitos que de gorduras protéicas; mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. Os cozinheiros desta volumosa “fast food” intelectual são os jornalistas e colunistas, os editores da informação e filósofos, os romancistas e diretores de cinema. Nessas dantescas perversões alimentares, os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os pudins da imaginação. Com uma “alimentação intelectual” tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que as pessoas nunca consigam uma vida saudável e equilibrada depois de ingeri-la.

Notemos: um jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A informação das pessoas aumentou, mas é um conjunto de banalidades. Não é surpresa que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a educação abandonada, a cultura banalizada, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, a arrogância, a imitação, a insipidez, o egoísmo. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. Cremos que a sociedade precisa menos de passeatas, reformas, desenvolvimento, progressos do que de dieta mental.

Voltemos ao tema. A obesidade é uma doença crônica, grave, de custos elevados em todas as áreas da existência humana – individual e social. Especialmente a do tipo visceral está associada ao diabetes mellitus e a doenças coronarianas em homens e em mulheres. Os níveis crescentes de sobrepeso estão associados à incidência aumentada de alterações endócrincas, artrite de mãos e joelhos, doenças de vesícula biliar, apneia do sono, alterações dos lipídeos sanguíneos, alterações da coagulação e alguns tipos de neoplasias, como câncer de mama e de endométrio em mulheres, e câncer de cólon em homens.

Do ponto de vista espírita, cremos que a obesidade pode decorrer de fatores genéticos preponderantes e até mesmo das influências de espíritos vingativos. Embora a obesidade não seja classificada como um transtorno psiquiátrico, entendemos que a extensão dos efeitos da obsessão pertinaz (vampirismo) pode induzir a transtornos psíquicos levando o obsedado à ingestão exagerada de alimentos e acentuar-lhe os problemas emocionais (ansiedade, temores e fobias).

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo , Cap. 28, define obsessão como sendo a “ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo."(4) A obsessão é sempre um processo mantido, contínuo, persistente em que as forças em demanda estão se afrontando num processo bem estabelecido. O obsessor estará atuando sobre o encarnado em alguns flancos: mente a mente, através da constrição mental; perispírito a períspirito, através do envolvimento fluídico que poderá levar o corpo físico a degenerar.

Comer exageradamente pode induzir alguém à obsessão (vampirismo). A gula pode ser matriz de obsessão relacionada à satisfação de vícios e paixões. “Vampiro”, na definição de André Luiz, “é toda entidade ociosa que se vale indevidamente das energias alheias”.(5) A vampirização ocorre através de espíritos corrompidos, apegados a certas emoções materializadas, quando se aproximam dos encarnados, portadores dos mesmos vícios, para sugarem as suas emanações vitais. Destarte, a atitude de fumar,

beber em excesso, falar mal dos outros (maledicência), da agressividade, da avareza, da sensualidade, da ingestão exagerada de alimento poderá estabelecer vínculos com entidades vampirizadoras, sugadoras das energias essenciais do obsedado.

Há ainda as obsessões anímicas, que são causadas por uma influência mórbida residente na mente do próprio paciente. Por causa de vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia pensamentos que causam desequilíbrio em sua área emocional. Muitas tendências auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas a vidas passadas. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências inexplicadas podem fazer parte de processos auto-obsessivos.

O auto-obsediado costuma fechar-se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai Espíritos vingativos que, sintonizados na mesma faixa psíquica, agravam a situação. Não podemos olvidar que a imprudência e o ócio se responsabilizam por múltiplas enfermidades, como sejam obesidade, os desastres circulatórios provenientes da gula, as infecções tomadas à carência de higiene, os desequilíbrios nervosos nascidos da toxicomania e a exaustão decorrente de excessos vários. De modo geral, porém, a etiologia das moléstias perduráveis que afligem o corpo físico e o dilaceram guarda no corpo espiritual uma das suas matrizes.

Referências bibliográficas:

(1) Disponível em <http://aconteceemsergipe.blogspot.com.br/2013/03/doencas-associadas-obesidade-custam.html >, acessado em 17/08/2013;

(2) Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/07/130719_peso_ouro_ obesidade_dubai_jp.shtml >, acessado em 15/08/2013;

(3) Não encontramos na Web o nome da editora, local e ano de publicação;

(4) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 1999, Cap. 28;

(5) Xavier, Francisco Cândido. Missionários da Luz, ditado pelo espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 1990.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.