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Dmitry Itskov, um empresário russo, criou “o androide mais humano do mundo” como parte de um projeto, a Iniciativa 2045, que pretende desenvolver a interface cérebro-máquina com sinais neurais e criar um avatar que eternizaria a vida humana. Cristiano Carvalho Assis comenta.

  • Data :08/07/2013
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9 de julho de 2013

Empresário russo quer transferir cérebro para robô e ser imortal

Iniciativa 2045 tem como objetivo criação de avatares para estender vida. ‘Androide mais humano do mundo’ será apresentado já em junho.

Do G1, em São Paulo

Um empresário russo criou “o androide mais humano do mundo” como parte de um projeto que pretende criar um avatar que eternizaria a vida humana. O robô será apresentado oficialmente durante um congresso em junho, mas já há fotos do protótipo no Facebook.

Dmitry Itskov é o idealizador da Iniciativa 2045, projeto cujo objetivo é desenvolver a interface cérebro-máquina para que o ser humano seja capaz de controlar robôs – e até hologramas – à distância, somente com seus sinais neurais.

Cientistas de diversas origens compõem o grupo que trabalha nas pesquisas. Os representantes da equipe, formada em 2011, já enviaram até uma carta aberta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pedindo apoio às pesquisas.

As tecnologias desenvolvidas pela iniciativa, segundo definição do próprio grupo, têm como objetivo “a transferência da personalidade de um indivíduo para um portador mais avançado não-biológico, e a extensão da vida, incluindo a questão da imortalidade”.

Em outras palavras, a ideia do empresário é transferir seu cérebro para um androide e, através dele, viver para sempre.

O robô que será apresentado em 15 de junho em Nova York é uma réplica exata da cabeça de Itskov. Até 2020, segundo o cronograma do projeto, o objetivo é fazer com que uma pessoa conecte seu cérebro a uma máquina e possa controlar o robô remotamente. Isso seria útil para situações em que é necessário agir com precisão, mas em que não é seguro ir pessoalmente – conter um acidente em usina nuclear, por exemplo.

É uma linha de pesquisa que lembra a do prestigiado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Recentemente, a equipe de Nicolelis conseguiu criar o “tato virtual” em macacos e conectou sinais cerebrais de roedores em continentes diferentes. O trabalho do brasileiro, no entanto, é mais voltado à recuperação de pessoas com restrições de mobilidade e não tem a imortalidade como um objetivo.

Notícia publicada no Portal G1 , em 11 de maio de 2013.

Cristiano Carvalho Assis comenta*

Muito interessante o objetivo da pesquisa apresentada na reportagem, mas para nós Espíritas soa meio estranho a parte em que o cientista russo acredita que continuará vivo ao transferir o seu cérebro para um androide.

Podemos perceber melhor o seu ponto de vista, lembrando que para esse cientista a vida e nossa existência se resume por reações fisiológicas e ações dos órgãos físicos, não havendo nada mais que isso. A alma ou o Espírito não faz parte deste mecanismo. Por essa lógica, toda nossa personalidade está no cérebro. Transferindo o órgão e suas informações, colocando-o para funcionar, acreditam que continuarão vivendo.

Em “O Livro dos Espíritos” encontramos uma passagem bem elucidativa quanto o verdadeiro papel dos órgãos: Questão 370. Da influência dos órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o desenvolvimento dos do cérebro e o das faculdades morais e intelectuais? “Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos.”

Dessa forma, nos equivocamos se acreditarmos em situar nossas capacidades intelectuais e morais no cérebro ou em qualquer órgão de nosso corpo físico, como fazem esses cientistas. Elas estão situadas no Espírito. Allan kardec continua nos elucidando sobre isso: “Se nos órgãos estivesse o princípio das faculdades, o homem seria máquina sem livre-arbítrio e sem a responsabilidade de seus atos. Forçoso então fora admitir-se que os maiores gênios, os sábios, os poetas, os artistas, só o são porque o acaso lhes deu órgãos especiais, donde se seguiria que, sem esses órgãos, não teriam sido gênios e que, assim, o maior dos imbecis houvera podido ser um Newton, um Vergílio, ou um Rafael, desde que de certos órgãos se achassem providos. Ainda mais absurda se mostra semelhante hipótese, se a aplicarmos às qualidades morais. Efetivamente, segundo esse sistema, um Vicente de Paulo, se a Natureza o dotara de tal ou tal órgão, teria podido ser um celerado e o maior dos celerados não precisaria senão de um certo órgão para ser um Vicente de Paulo.”

Vemos assim que a transmissão a longa distância, sem a necessidade de a pessoa estar presente fisicamente é um experimento fantástico e de grande utilidade para a humanidade, mas a busca da imortalidade através deste mecanismo só poderá comprovar enfaticamente que não somos apenas aglomerados de células, formados ao acaso com a existência guiada por reações fisiológicas ou bioquímicas. Somos, sim, Espíritos imortais que ditam com sua individualidade, capacidade intelectual e moral, o corpo que funciona como o instrumento para a sua manifestação neste plano.

  • Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.