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Concursos de beleza de crianças são populares nos Estados Unidos e entre as participantes há uma garota de seis anos que conseguiu juntar uma pequena fortuna. Ela ficou conhecida como estrela do programa Toddlers & Tiaras , que mostra a rotina das participantes de consursos de beleza. Jorge Hessen comenta.

  • Data :28 May, 2013
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28 de maio de 2013

Pequena Miss se torna milionária aos 6 anos

Concursos de beleza de crianças são populares nos Estados Unidos e entre as participantes há uma garota de seis anos que conseguiu juntar uma pequena fortuna. Isabella Barrett ficou conhecida como estrela do programa Toddlers & Tiaras , que mostra a rotina das participantes de concursos de beleza, transmitido aqui no canal pago Discovery Home & Health, com o nome Pequenas Misses . Segundo o jornal Daily Mail , atualmente, a garota também é dona de uma marca de maquiagens e bijuterias infantis, a Glitzy Girl. A empresa faturou mais de US$ 1 milhão no ano passado.

Em entrevista à revista InTouch , Isabella diz administrar o negócio ao lado da mãe, Susana Barrett, 39 anos. “Ela escolhe os modelos dos pingentes dos braceletes e ela testa todas as cores da linha de gloss labial. Ela é o guia para que é legal”, explicou a mãe. Segundo Susana, cada participação em concurso de beleza pede altos investimentos, já que apenas os vestidos podem custar US$ 10 mil, cerca de R$ 20 mil.

Em entrevista ao jornal Daily Mirror , a mãe da garota revelou alguns dos hábitos da pequena, dignos de um milionário excêntrico. “Viajamos muito para participar de concursos, e ela passou a gostar de hotéis cinco estrelas e adora ser recepcionada. Ela exagera às vezes e uma vez pediu US$ 2.200 (cerca de R$ 4.400) em comida. E nunca são hambúrgueres e fritas, sempre coisas caras como filé mignon e lagosta. Sei que parece pomposo, mas para nós é engraçado e parte da personalidade dela”, disse.

E Isabella mantém outros caros hábitos de consumo. “Eu sou uma estrela, tenho minha própria linha de bijuterias e adoro mandar. Nunca perco nada e ganhei quase todos os concursos dos quais participei. Mas o que mais amo são os sapatos. Tenho mais de 60 pares”, disse.

A mãe da garota já foi criticada por incentivar a filha a participar de concursos. “Você vê o que acontece com essas crianças, como Britney Spears, e claro que não quero que aconteça com a minha filha. Mas ela gosta de coisas boas e nós gostamos de mimá-la”, disse.

Ponto a Ponto Ideias

Notícia publicada no Portal Terra , em 15 de abril de 2013.

Jorge Hessen comenta*

Isabella Barrett, uma criança de apenas 6 anos, é estrela de concursos de beleza mirim transmitido pelo canal Discovery Home & Health, no programa Toddlers & Tiaras. O evento é transmitido com o título “Pequenas Misses”. Pasmem! Concursos de beleza de crianças são populares nos Estados Unidos porque têm clientela. Entendemos que os pais que inscrevem suas filhas para tais concursos certamente transportam frustrações íntimas e transferem para os rebentos a pretensão íntima de desfilarem nas passarelas. São pais que insistem em viver no mundo da fantasia e dos contos de fadas.

Recentemente assisti a um documentário assombroso, noticiando sobre a adolescência e a juventude dessas “ex-misses mirins”. Muitas delas foram forçadas pelos pais a participar desses concursos peculiares. Registra o documentário que a maioria dessas crianças se transforma em pessoas com dramas psiquiátricos profundos, e algumas mergulham nos subterrâneos das drogas e do meretrício. No epílogo do programa, ficamos sabendo que ao início dos problemas pessoais dessas crianças, na fase pré-adolescente, a maioria dos pais abandona as filhas ao “deus-dará”, na vida mundana.

Assunto correlato, escrevemos há dois anos sobre Thylane Lena Rose Blondeau, uma menina de 10 anos de idade, que fez uma produção fotográfica para a revista Vogue Paris, erguendo polêmica devido à roupa ousada, maquiagem e poses provocantes. O ensaio fotográfico causou indignação em pessoas ligadas a ONGs de proteção à criança. De acordo com a organização “Concerned Women for America”, os pais da criança devem ser responsabilizados por ter permitido à criança realizar aquele trabalho.(1)

Percebemos claramente a exploração infantil e temos convicção de que os pais deviam ser processados criminalmente. Infelizmente, o mundo ingênuo da criança vem sendo explorado pela fúria predadora da sensualidade desorientada, envilecendo a inocência e dignidade infantis. Como se não bastasse “o caso Thylane”, há outras situações polêmicas na contenda, a exemplo dos cursos de pole dancing(2) para crianças, na cidade do México, e dança “funk carioca”, no estado do Rio de Janeiro. Muitas meninas (crianças e adolescentes) têm aderido ao “sexting”(3), postando fotos sensuais na internet. São meninas e meninos que exploram os espaços virtuais nos sites de relacionamento.

Cada vez mais cedo, e com maior magnitude, as excitações da criança e do adolescente germinam adicionadas pelos diversos e desencontrados apelos das revistas libertinas, da mídia eletrônica, das drogas, do consumismo impulsivo, do mau gosto comportamental, da banalidade exibida e outras tantas extravagâncias, como espelhos claros de pais que vivem alucinados, estancados e desatualizados, enjaulados em seus quefazeres diários e que jamais podem demorar-se à frente da educação dos próprios filhos.

A questão do desvio da criança de seu mundo de fantasias é tão grave que na Grã-Bretanha muitos pais estão impondo aos filhos, alguns dos quais com apenas quatro anos de idade, lutar boxe tailandês. A materialidade dessa aberração está em documentário produzido por canal de televisão britânico, mostrando o circuito das lutas organizadas, em que os inscritos para esse fim são crianças com idade a partir de quatro anos (inconcebível!). Nesse cenário, incentiva-se o Muay Thai (boxe tailandês), tornando essa prática cada vez mais popular na Europa, atualmente com centenas de academias estabelecidas.

Milhares de adultos dementes pagam ingresso para assistir a crianças, menores de dez anos, lutando em uma espécie de gaiola de ferro. Muitos pais acreditam que essa prática pode incentivar os filhos a cuidar mais de si mesmos quando crescerem, e creem que seus filhinhos possam conquistar o título de “campeão”. Porém, esses pais desnaturados desrespeitam a liberdade dos filhos por não saberem quais são os reais sonhos dessas crianças, projetando nelas as suas frustrações.

Compete observar que a aberração entre os menores tem aumentado e nem sempre tem conotação econômica, arredando substancialmente a tese das condições subumanas a que são jugulados os jovens, principalmente nas grandes cidades, e que os desviariam para o crime. Ressalte-se que o número de adolescentes infratores egressos da classe A (alta) e B (média) tem aumentado, no mundo inteiro.

A infância é, sem dúvida, o período fértil para a absorção de valores os mais variados. O relacionamento entre pais e filhos deve ser embasado no amor, capaz de suprir as deficiências de ambos. Nossa responsabilidade na condição de pais, educadores e participantes da comunidade, de maneira geral, deve ser voltada ao bom emprego dessa facilidade de assimilação, para a edificação de um mundo menos violento.

A criança é o amanhã, sabemos disso. E, “com exceção dos espíritos missionários, os homens de agora serão as crianças de amanhã, no processo reencarnacionista”.(4) A demanda de redenção dos novos tempos que chegam há de principiar na alma da infância, se não quisermos divagar nos cipoais teóricos da fantasia exacerbada. Precisamos perceber no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções, pois “a orientação da infância é a profilaxia do futuro”.(5) Por questão de prudência cristã, não podemos permitir “que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos em nenhuma oportunidade, porque a criança sofre de maneira profunda a influência do meio”.(6)

Estejamos atentos à verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível. A educação, por definição, constitui-se na base da formação de uma sociedade saudável. A tarefa que nos cumpre realizar é a da educação das crianças pelo exemplo de total dignificação moral sob as bênçãos de Deus. Nesse sentido, os postulados Espíritas são antídotos contra todos os venenosos ardis humanos, posto que aqueles que os conhecem têm consciência de que não poderão se eximir das suas responsabilidades sociais, sabendo que o futuro é uma decorrência do presente. Destarte, é urgente identificarmos no coração infantil o esboço da futura geração saudável.

O Espiritismo propõe a renovação social, porém é importante a maturidade da Humanidade a fim de bancar essa renovação como um objetivo a ser alcançado. Através da sua força moralizadora, das suas convergências progressistas, da intensidade de suas lições, pela multiplicidade dos temas que abarca a Doutrina dos Espíritos é e sempre será a mais categórica de todos os princípios doutrinário, a fim de impulsionar o movimento da regeneração definitiva do homem na Terra.

Referências bibliográficas:

(1) Hessen, Jorge. Artigo Educação espírita: Arcabouço da futura geração saudável, disponível em http://aluznamente.com.br/educacao-espirita-arcabouco-da-futura-geracao-saudavel/ >, acessado em 17/05/2013;

(2) Pole dance tem suas raízes na dança exótica, strip-tease e burlesco e tem elementos de apelo sexual e subversão;

(3) Refere-se a envio e divulgação de conteúdos eróticos, sensuais e sexuais com imagens pessoais pela internet utilizando-se de qualquer meio eletrônico, como câmeras fotográficas digitais, webcams e smartphones;

(4) Xavier, Francisco Cândido. Coletânea do Além, ditado por Espíritos Diversos, São Paulo: FEESP, 1945, Cap. A Criança e o Futuro pelo Espírito Emmanuel;

(5) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. 21 - Perante a Criança.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.