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Um neurocirurgião nunca acreditou em vida após a morte até passar por uma experiência dramática. Ele entrou em coma profundo, teve visões de uma espécie de paraíso, e voltou convencido de que existe vida do outro lado. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :23 Apr, 2013
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23 de abril de 2013

Neurocirurgião volta do coma e se convence que há vida após a morte

Alexander Eben entrou em coma profundo, teve visões de uma espécie de paraíso, e voltou convencido de que existe vida do outro lado.

O Fantástico conta uma história do além! Um neurocirurgião americano nunca acreditou em vida após a morte até passar por uma experiência dramática. Ele entrou em coma profundo, teve visões de uma espécie de paraíso, e voltou convencido de que existe vida do outro lado.

O que existe depois que a vida acaba? Para o neurocirurgião Alexander Eben, a morte sempre significou o fim de tudo. Ele entende do assunto: foi professor da escola de medicina de Harvard, nos Estados Unidos, e há mais de 25 anos estuda o cérebro.

Sempre tinha uma explicação científica para os relatos dos pacientes que voltavam do coma com histórias de jornadas fora do corpo para lugares desconhecidos. Até que ele próprio vivenciou uma delas. E agora afirma: existe vida após a morte.

Era 10 de novembro de 2008. O doutor Alexander é levado às pressas para o hospital, com fortes dores de cabeça. Ao chegar lá, é imediatamente internado na UTI. Em poucas horas já estava em coma profundo.

Ele havia contraído uma forma rara de meningite. Quando o doutor Alexander entrou no hospital os médicos disseram à família que a possibilidade dele sobreviver seria muito baixa. Ele ficou em coma profundo por sete dias. E foi durante esse período que o doutor Alexander afirma ter tido a experiência mais fantástica que um ser humano pode ter.

Na jornada que eu tive não existia corpo, apenas a minha consciência, diz o médico. Meu cérebro não funcionava. Eu não me lembrava de nada da minha vida pessoal, meus filhos, ou quem eu era.

Ele escreveu um livro para relatar a sua experiência de quase morte. E conta que primeiro foi levado para um ambiente escuro, lamacento e em seguida chegou a um lugar bonito e tranquilo. Um vale extenso, muito verde, cheio de flores e repleto de borboleta, diz ele. Ele conta que viu também um espírito lindo, uma mulher com uma roupa simples e com asas. Ela me disse: ‘você vai ser amado para sempre, não há nada a temer, nós vamos cuidar de você’.

Perguntamos ao doutor Alexander se ele viu Deus. Ele disse que sim: Deus estava em tudo ao meu redor, ele estava lá o tempo todo.

Um pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora participa do maior estudo mundial já feito sobre as experiências de quase morte.

“Os estudos mostram que apenas 10%, uma em cada dez pessoas que tiveram uma ressuscitação bem sucedida relatam experiência de quase morte. Os pacientes que vivenciaram uma experiência de quase morte tendem a ter ao longo do tempo, por exemplo, aumento da satisfação com a vida, tendem a ter diminuição do medo da morte, maior apreciação da espiritualidade, maior apreciação da natureza”, afirma o professor de psiquiatria da Universidade de Juiz de Fora Alexander Moreira-Almeida.

A morte é uma transição, não é o fim de tudo, resume o doutor Alexander. Minha jornada serviu para me mostrar que a consciência nossa existe além do corpo, e ela é muito mais rica fora dele. Isso pode significar que a nossa alma, nosso espírito, seria eterno.

No Brasil, existem pacientes como o doutor Alexander. Outro caso aconteceu com a mãe de Vera Tabach que passou três meses em coma. Ela voltou contando uma história incrível.

“Ela confessou que nesse período de coma ela se viu como se fosse num quarto de hospital sempre numa cama com várias pessoas em volta de branco. Ela disse que tinha feito um acordo. Que eles tinham dado mais 20 anos para ela, que ela ia conseguir criar os filhos e depois ela ia embora. E a gente achou aquilo uma história, mas realmente aconteceu”, lembra a jornalista Vera Tabach.

Dia 17 de outubro de 1974, quando ela foi para UTI. E voltou depois de um tempo. Quando passou 20 anos, em 1994, em abril, ela começou a se sentir mal. Às 5h, 18 de outubro de 1994, ela morreu.

“Ela sempre dizia que na vida só não tinha jeito pra morte. E depois que ela voltou ela disse que até para morte tinha jeito” conta Vera Tabach.

O doutor Alexander diz que por dois anos tentou achar uma explicação científica para o que aconteceu com ele e com esses outros pacientes. Queria saber se tudo podia ser uma ilusão produzida de alguma maneira pelo cérebro, conversei com colegas da área e cheguei à conclusão de que não há como que explicar. Não foi alucinação, não foi sonho.

Mas nem todos concordam. O professor de neurociências da Universidade de Columbia, Dean Mobbs, diz que é difícil acreditar num desligamento completo do cérebro. E que mesmo no caso do doutor Alexander, outras áreas do cérebro podem ter permanecido ativas, provocando as sensações que ele descreve.

O nosso cérebro é muito bom em transformar a realidade. Em um acidente, como um trauma na cabeça, os caminhos do cérebro podem ser danificados mas é possível que ele encontre outras maneiras de identificar os sinais que vêm de fora e criar uma nova experiência como a da quase morte, por exemplo.

O uso de fortes analgésicos e a baixa oxigenação do cérebro durante estados de coma podem explicar que luzes e sons estranhos sejam percebidos pela mente.

E a sensação de estar fora do corpo já foi induzida artificialmente em muitas pesquisas. Eu acho que essas experiências de quase morte na realidade são uma maneira do cérebro lidar com um trauma.

A ciência ainda não tem respostas conclusivas sobre as experiências de quase morte.

“A grande discussão que existe hoje é: a mente é um produto do cérebro, o cérebro produz a mente; ou a mente é algo além do cérebro, mas que se relaciona com o cérebro”, questiona Alexander.

Independentemente do que tem acontecido, diz a esposa do doutor Alexander, para ela, que ficou ao lado do leito do hospital esperando o marido voltar, o final foi feliz. Quando chegamos em casa e sentamos no sofá, não acreditei que ele estava junto comigo de novo.

Reportagem publicada na página do Fantástico , em 24 de março de 2013.

Breno Henrique de Sousa comenta*

EQM (Experiência de Quase Morte)

O tema desta notícia não é assunto de um bando de fanáticos religiosos “esquizotéricos”, mas, trata-se de um tema investigado por renomados cientistas em todo o mundo. A partir dos estudos de um dos pioneiros sobre o tema, o Dr. Raymond Moody Jr., médico psiquiatra, psicólogo e filósofo; assim como do Dr. Bruce Grayson, também médico psiquiatra pela Universidade de Virgínia; a Dra. Elisabeth Kübler-Ross e do Dr. Kenneth Ring professor de psicologia da Universidade de Connecticut, temos os mais conhecidos estudos científicos sobre as experiências de quase morte. Esses são alguns dos nomes que podem ser pesquisados por aqueles que tiverem interesse no assunto, mas que, em nenhum momento foram citados na matéria, fazendo parecer que o Dr. Alexander Eben é algum tipo de excêntrico solitário e que suas afirmações são apenas fruto de sua experiência pessoal.

O Dr. Eben não está só, nem é excêntrico, e está longe de ser pioneiro nesse assunto. Um dos artigos mais conhecidos sobre esse assunto foi publicado na Revista Americana de Psiquiatria, o artigo “Experiências de Quase Morte e Valores Pessoais” e foi publicado em 1983(1). De lá pra cá, multiplicaram-se os artigos e aperfeiçoaram-se as metodologias de estudo, respondendo à altura das críticas feitas a esse tipo de estudo. Foram sendo incorporadas metodologias mais complexas de verificação científica, com mais confiabilidade e rigor. Existe até uma revista científica especializada no assunto que é a Revista Internacional de Estudos de Quase Morte(2).

Em Maio de 2010 comentei aqui [3] sobre uma notícia sobre este mesmo tema, onde um garoto de três anos de idade passou por uma EQM, esteve clinicamente morto por três horas e disse ter visto a sua bisavó no céu. A criança trouxe relatos detalhados e sua experiência está dentro do padrão das centenas de relatos narrados pelo Dr. Moody.

A sobrevivência da alma após a morte, princípio fundamental do Espiritismo, encontra ampla e profunda demonstração de seus postulados dentro e fora de suas lides. A imortalidade da alma, pelo que vemos, já é há muito tempo tema de estudo sério de renomados cientistas, completamente descompromissados de qualquer religião e que pesquisam o assunto no mais absoluto rigor acadêmico. O Espiritismo, por sua vez, abraça todos esses esforços, além de dar a sua contribuição através da mediunidade, que é um vasto campo de estudo que guarda para o futuro as mais surpreendentes revelações.

As filosofias materialistas terão de curvar-se à luz dos fatos, porque a especulação filosófica e religiosa permite qualquer opinião por mais descabida de realidade que for.

Porém, nenhum sistema, por mais sofisticado e refinado que seja, se for falso, resistirá à luz dos fatos. Como se diz em bom linguajar popular: contra fatos não existem argumentos.

Referências:

(1) International Association for Near-Death Studies http://iands.org/publications/journal-of-near-death-studies.html >;

(2) Near-death experiences and personal values - The American journal of psychiatry (1983), 140, (5), 618-20. ISSN:0002-953X;

[3]: Espiritismo.net https://www.espiritismo.net/node/16918/ .

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.