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Outros dois tibetanos se autoimolaram nas regiões chinesas de Qinghai, na divisa com o Tibete, e Gansu, um pouco mais ao norte, o que elevou para 16 o número de autoimolados no país asiático, em protesto contra a ocupação chinesa da região. Claudio Conti comenta.

  • Data :28/12/2012
  • Categoria :

29 de dezembro de 2012

Em 2 semanas, número de tibetanos autoimolados chega a 16

Outros dois tibetanos se autoimolaram em incidentes nas regiões chinesas de Qinghai, na divisa com o Tibete, e Gansu, um pouco mais ao norte, o que elevou para 16 o número de autoimolados em menos de duas semanas no país asiático, em protesto contra a ocupação chinesa da região.

Segundo informou nesta terça-feira a agência oficial Xinhua, Tsering Dongdri, de 35 anos, morreu na cidade de Sangko, na província de Gansu.

A agência tibetana no exílio “Phayul”, destacou que o jovem de 25 anos Wanghchen Norbu ateou fogo ao corpo no começo da manhã da segunda-feira perto de um mosteiro na região de Qinghai, sem especificar a cidade.

Segundo fontes tibetanas no exílio, antes de atear fogo a si mesmo, Wanghchen pediu o retorno do líder espiritual dalai lama (exilado em Dharamsala, Índia) e a liberdade do Tibete.

Estas últimas imolações aconteceram dois dias depois que no sábado dois tibetanos, um jovem de 24 anos e uma mulher de idade desconhecida, morreram ao atearem fogo ao corpo também em Qinghai.

O número de autoimolações em regiões habitadas por tibetanos disparou por causa da realização do 18º Congresso do Partido Comunista (PCCh), por isso que fontes tibetanas indicaram que se tratou de uma medida de pressão sobre Pequim, coincidindo com a transição política do país.

Organizações tibetanas no exílio como a Free Tibet advertem da “tensa situação” na região, onde asseguram que há atualmente “um grande número de Forças Armadas chinesas” e que pode haver confrontos.

Com os novos casos, o número de autoimolações chega a 78 desde 2008, segundo dados divulgados pela “Phayul”.

A alarmante escalada destes atos de protesto levou a alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, a pedir ao Governo chinês para que atuasse, mas o regime comunista se mantém firme em sua postura e acusa o dalai lama e outros líderes espirituais tibetanos de instigar as imolações.

O dalai lama, segundo a “Phayul”, disse no domingo em Dharamsala que a situação é “séria” e que “tanto se o Governo chinês está de acordo como não, há problemas que não são bons nem para os tibetanos nem para a população chinesa, por isso que deve-se buscar uma solução baseada no mútuo entendimento e no respeito”.

“O uso da força nunca dará resultados satisfatórios”, acrescentou o dalai lama.

A China considera o Tibete parte do país há séculos, por uniões dinásticas e conquistas da época imperial, apesar de para os tibetanos no exílio o “Teto do Mundo” ser virtualmente independente até que foi ocupado pelo Exército comunista no começo da década de 50.

EFE

Notícia publicada no Portal Terra , em 20 de novembro de 2012.

Claudio Conti comenta*

Não restam dúvidas de que se trata de uma questão de alta gravidade. Todavia, toda a situação suscita profundas considerações sobre os ensinamentos demonstrados. Todos os acontecimentos fornecem subsídios para o aprendizado, bastando para isso termos “olhos de ver e ouvidos de ouvir”.

Primeiramente, fica a demonstração clara de que as guerras não são a solução, inclusive para casos como este. Já tivemos exemplos similares quando Gandhi liderou a libertação da Índia, mas parece que a lição não foi apreendida e vimos várias vezes guerras serem declaradas pelos mais variados motivos.

Desde a década de 50, quando a China invadiu o Tibete, que o líder religioso e político, o Dalai Lama, conduz, em exílio, a situação de forma pacífica, sem instigar o seu povo a lutas violentas e sangrentas. É uma grande lição dada pelos budistas ao mundo ocidental, onde guerras são travadas em nome de Deus ou do bem; cristãos, ou pseudo-cristãos, em embate constante entre si devido a variações de interpretação dos ensinamentos de Jesus. O ensinamento maior: “amar ao próximo como a si mesmo” fica completamente esquecido.

Outro ponto interessante vem demonstrar alguns indícios de reencarnação. Estes jovens mencionados na reportagem não estavam vivos na época da invasão chinesa e só conheceram o sistema de governo atual. Como poderiam, portanto, desejarem com tamanha intensidade um sistema de governo que não conheceram? Uma explicação razoável é terem vivido no próprio Tibete em outros tempos, tempos em que a paz e a harmonia reinavam sob os ensinamentos budistas de respeito a todos os seres.

Cabe-nos, portanto, emitir pensamentos de paz para o povo tibetano e, em particular, para aqueles que se encontram em tamanho desespero que são capazes da auto-imolação para serem ouvidos pelos dirigentes das nações do mundo em busca de apoio. Roguemos que este apoio venha sem a necessidade de outros eventos como estes.

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .