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Os médicos acreditavam que Carina Melchior, de 19 anos, estava praticamente com morte cerebral e já se preparavam para retirar os órgãos da jovem para doação, seguindo autorização da família, em um hospital de Aarhus (Dinamarca). Reinaldo Monteiro Macedo comenta.

  • Data :09 Nov, 2012
  • Categoria :

11 de novembro de 2012

Jovem sai do coma quando médicos se preparavam para remover órgãos

Os médicos acreditavam que Carina Melchior, de 19 anos, estava praticamente com morte cerebral e já se preparavam para retirar os órgãos da jovem para doação, seguindo autorização da família, em um hospital de Aarhus (Dinamarca).

Só que pouco antes de os médicos iniciarem os procedimentos, a jovem saiu do coma!

Carina havia sido levada para o hospital em estado crítico, após um grave acidente de carro. O tratamento não surtiu efeito e os médicos, que achavam que o estado vegetativo fosse irreversível caso ela sobrevivesse, conversaram com a família sobre o desligamento dos aparelhos e a retirada dos órgãos.

“Os pais foram convencidos de que não havia mais nada a fazer e concordaram com a doação dos órgãos”, disse o advogado da família.

Mas Carina abriu os olhos e mexeu as pernas!

A jovem se recupera bem e já pode andar e falar. Agora, Carina acredita que vai conseguir se recuperar totalmente, vai se tornar uma designer gráfica e morar sozinha.

O caso de Carina provocou um amplo debate público sobre a doação de órgãos e a eutanásia. Muitos doadores de órgãos no país retiraram a autorização com medo que os médicos ajam de forma precipitada. A família da jovem está processando o hospital alegando que os médicos se apressaram ao falar sobre a doação, segundo reportagem do “Daily Mail”. O hospital alega que não houve erro de avaliação do quadro de Carina e que em momento algum foi anunciada oficialmente a morte cerebral.

Notícia publicada no Jornal O Globo , em 18 de outubro de 2012.

Reinaldo Monteiro Macedo comenta*

Eutanásia. Esse é o termo exato e o assunto tratado nessa reportagem (palavra de origem grega e que significa “boa morte”). “Representa atualmente uma complicada questão de bioética e biodireito, pois enquanto o Estado tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a morte.”

Através do crivo da razão e dentro de uma perspectiva espírita, “não devemos abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar maiores lágrimas no futuro”, conforme a orientação do Espírito de São Luís, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 28.

Todos nós, espíritos reencarnados na Terra, possuímos um corpo físico para ajudar a evolução intelectual e moral rumo à eternidade, pois o espírito é imortal. Não somos produtos do “acaso” e sim produtos da vontade de uma inteligência criadora de todas as coisas! A vida e a morte, se pensarmos detidamente, não fariam sentido se não fossemos filhos de Deus.

Poderíamos aqui alinhavar mil linhas sobre “eutanásia ativa ou passiva”, ou “distanásia” e até “ortotanásia”, bem como a legalização dessas práticas etc, mas entendemos que esses não são o foco principal do assunto em análise. Pela variedade de terminologia associada ao tema, é urgente que, enquanto humanidade, possamos refletir de forma profunda sobre o que é a vida para que dessa forma possamos discernir aquilo que podemos mudar daquilo que não podemos/devemos modificar.

Através da reportagem ficamos a saber que “muitos doadores de órgãos no país retiraram a autorização com medo que os médicos ajam de forma precipitada.” Esta situação é por si só um elemento de meditação profunda sobre a valorização da vida na nossa sociedade, devendo levar sempre em consideração que toda causa tem um efeito.

Finalizando, lembramos aqui o que Emmanuel nos deixou para reflexão, quando respondeu a questão 106 do livro “O Consolador”:

“A eutanásia é um bem, nos casos de moléstia incurável? O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia prolongada pode ter a finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência precária dos homens não se pode decidir nos problemas transcendentes das necessidades do Espírito”.

Fontes utilizadas:

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec;

“O Consolador”, Espírito de Emmanuel e psicografia de Chico Xavier;

https://www.espiritismo.net/materias/eutanasia ;

http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Eutan%C3%A1sia ;

http://www.oconsolador.com.br/18/especial.html .

  • Reinaldo Monteiro Macedo é aposentado, administrador e analista de sistemas de formação, expositor de estudos e colaborador do Centro Espírita Nair Montez de Castro no Rio de Janeiro/RJ e de algumas outras Casas.