Carregando...

  • Início
  • Saúde pessoal: Muito novo para ter um derrame? Pense novamente

Seis anos atrás, Todd McGee era um trabalhador do setor da construção civil, magro e atlético de 34 anos que morava com a esposa e a filha pequena em Martha’s Vineyard. Um derrame cerebral mudou sua vida para sempre. Reinaldo Monteiro Macedo comenta.

  • Data :16 Oct, 2012
  • Categoria :

22 de outubro de 2012

Saúde pessoal: Muito novo para ter um derrame? Pense novamente

The New York Times News Service / Sindicato

Seis anos atrás, Todd McGee era um trabalhador do setor da construção civil, magro e atlético de 34 anos que morava com a esposa e a filha pequena em Martha’s Vineyard, onde passava os fins de semana de verão surfando. Um derrame cerebral mudou sua vida para sempre.

Hoje, com um braço inutilizado e dificuldade para falar, McGee, agora com 40 anos, não pode trabalhar. Ele dedica a maior parte do tempo a se manter o mais saudável possível. Embora consiga dirigir e cuidar da filha, agora com sete anos, tudo demora mais, ele tem problemas para se concentrar até mesmo em atividades rotineiras que outros desempenham com facilidade, como fazer compras no supermercado.

“Sem sombra de dúvida, eu gostaria de ter a minha vida de volta, construir casas, barcos e surfar no tempo livre.”

Sua experiência, complicada por um atraso sério de diagnóstico, é um lembrete poderoso de que derrames podem e acontecem com gente jovem. O quanto antes o diagnóstico for feito, menor é a probabilidade de o resultado ser uma deficiência para o resto da vida.

Embora a grande maioria de derrames ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), de dez a 15 por cento dos casos afetam pessoas de até 45 anos (risco de um em mil). Um estudo realizado por médicos do Programa de Derrames do Centro Médico de Detroit, da Universidade Estadual Wayne, descobriu que entre 57 vítimas jovens de acidente vascular cerebral (AVC), uma em sete recebeu o diagnóstico errôneo de vertigem, enxaqueca, embriaguez, convulsão, labirintite ou outros problemas, recebendo alta sem o tratamento adequado.

“Embora as vítimas jovens de derrame se beneficiem mais do tratamento imediato, ele deve ser administrado dentro de quatro horas e meia”, disse o Dr. Seemant Chaturvedi, neurologista da Wayne que dirige o programa e efetuou o estudo. “Depois de 48 a 72 horas, não existem grandes intervenções disponíveis para melhorar o resultado do derrame.”

“Sintomas repentinos, mesmo parecendo triviais, justificam uma investigação meticulosa”, ele acrescentou.

Análises posteriores do estudo de Detroit mostraram que os pacientes atendidos por um neurologista no pronto-socorro, bem como quem passou pelo exame de ressonância magnética como parte da investigação diagnóstica inicial, tinham uma probabilidade menor de receber um diagnóstico errado.

“Além disso, os pacientes deveriam estar cientes do risco de derrame independentemente da idade”, Chaturvedi afirmou durante entrevista.

Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças relataram um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 30 e 40 anos. O aumento nos fatores de risco – obesidade, diabete, pressão alta e apneia do sono – e o aperfeiçoamento do diagnóstico explicam o crescimento.

Porém, os pacientes jovens não estão em melhor situação hoje em dia para o reconhecimento dos sintomas do derrame.

“Somente de 20 por cento a 30 por cento dos pacientes chegam ao pronto-socorro em até três horas do início dos sintomas”, explicou Chaturvedi. “Eles costumam esperar para ver se os sintomas desaparecem por si só, aparecendo no PS de 12 a 24 horas depois.”

Moral da história

Depois de uma atividade intensa surfando no dia anterior, McGee acordou pela manhã com dor de cabeça e mal-humorado. Ele foi trabalhar, mas voltou para casa com náusea e arrepios. McGee supôs estar pegando a gripe enfrentada pelo resto da família.

Depois, no meio da noite, a dor de cabeça descrita por ele como “a pior dor da minha vida”, o levou ao pronto-socorro. O médico que o atendeu imaginou ser uma dor de cabeça por tensão muscular, o tratou com analgésicos por via intravenosa, receitou remédios e o mandou para casa.

Envergonhado por ter ido ao hospital “somente por uma dor de cabeça”, McGee tomou o remédio quando a dor voltou na tarde seguinte. Logo depois, surgiram o que ele pensou serem efeitos colaterais da medicação. Agora ele sabe o que realmente aconteceu: um ataque de isquemia transitória, uma espécie de miniderrame, que o deixou durante algum tempo incapaz de falar e com metade do corpo dormente.

Naquela noite, ele caiu da cama tentando ir ao banheiro e perdeu o controle da bexiga no caminho. McGee percebeu que um braço começou tremer de forma incontrolável. Ele voltou ao PS, onde dois médicos pediram uma tomografia computadorizada, que sugeriu uma enxaqueca severa ou AVC. À época, o hospital não possuía equipamento para ressonância magnética, o qual poderia ter revelado o verdadeiro problema: um derrame provocado por uma ruptura na artéria carótida, responsável por alimentar o cérebro.

Até a ambulância e a balsa levarem McGee a Boston, onde foi confirmado o diagnóstico de derrame, era tarde demais para o medicamento que destrói coágulos tPA atenuar os efeitos do derrame; a droga deve ser injetada por via intravenosa dentro de três a quatro horas. (Embora alguns médicos temam que o tPA possa causar uma hemorragia fatal numa pessoa com a carótida rompida, Chaturvedi disse que a medicação é “segura e eficaz” em tais pacientes.)

Quedas repetidas ao surfar, possivelmente combinadas a uma fraqueza arterial inerente, são a possível explicação para o AVC de McGee. Outras atividades que podem causar a ruptura da carótida são as que envolvem contrações repentinas no pescoço, como mergulho, golfe e tênis, além de manipulação quiroprática e dobrar a cabeça bastante para trás (o chamado derrame do salão de beleza).

Porém, a maioria dos derrames que afetam os adultos jovens resulta de coágulos precipitados pelos fatores de risco cardíacos usuais: obesidade, pressão alta, colesterol alto e tabagismo. Abuso de álcool e drogas também são fatores contribuintes; entre as mulheres, o uso de pílulas anticoncepcionais pode elevar o risco de derrame. Pessoas propensas a enxaquecas também têm um risco pouco maior de derrame.

Quando agir rapidamente

A principal característica dos sintomas do AVC é seu aparecimento repentino. Assim, assegura Chaturvedi, não importa a idade da pessoa, o aparecimento repentino de qualquer um dos seguintes sintomas deve motivar uma passada no hospital o mais rapidamente possível:

– Dormência ou fraqueza da face, braço ou perna, principalmente num dos lados do corpo.

– Confusão, problemas para falar ou compreender a fala.

– Problemas para ver com um ou os dois olhos.

– Dificuldade para caminhar, tonteira ou perda de equilíbrio ou coordenação.

– Dor de cabeça severa e repentina sem causa conhecida.

Ao contrário do ataque cardíaco, a maioria dos derrames é indolor. Mesmo que os sintomas iniciais sumam, eles devem ser levados a sério.

“A tomografia não mostra derrames muito bem nas primeiras 24 horas”, disse Chaturvedi.

No caso de diagnóstico incerto, deve ser efetuada uma ressonância e o neurologista precisa ser consultado no pronto-socorro.

“Os pacientes devem ser proativos, insistir em exames completos e pedir para serem atendidos por um neurologista. Os médicos do PS devem considerar a possibilidade de derrame independentemente da idade do paciente.”

Notícia publicada no Portal R7 , em 18 de setembro de 2012.

Reinaldo Monteiro Macedo comenta*

Importantíssima esta reportagem, principalmente pela clareza com que os fatos são expostos, encerrando em si própria, ensinamentos de extrema utilidade para a vida cotidiana.

Os derrames cerebrais, situações que apenas admitimos a possibilidade para pessoas idosas, podem perfeitamente surgir em pessoas de menos idade, aos 30 ou 40 anos, e até com atletas.

Tanto é assim que, nos EUA, já se recomenda aos médicos do Pronto Socorro que considerem sempre a possibilidade da existência de um derrame, independentemente da idade do paciente. Sintomas simples e repentinos, parecendo comuns e triviais, justificam uma investigação médica meticulosa, conforme consta da reportagem. A natureza criou o corpo humano para suportar o eterno aprendizado de um espírito encarnado, pois ao passar pelas vicissitudes da vida na matéria, enriquece a sua experiência.

A maneira como se vive, tanto pode causar consequências físicas imediatas através da doença, por não serem respeitados os limites biológicos (colesterol, labirintite, apneia do sono, obesidade, etc.), como podem acontecer ocasionados pela carga de ofensas ao corpo acumuladas em vidas sucessivas. Assim, compreende-se que o espírito reencarnante também já pode trazer agregada ao seu períspirito, necessidades que só podem ser purgadas naturalmente noutro corpo material que venha a ocupar, o que explica claramente o que é a “expiação” como algo naturalíssimo.

Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas (questão número 1 de “O Livro dos Espíritos”, codificado por Allan Kardec), portanto não existem acasos nem milagres e a humanidade está fadada a evolução (ver livro “A Doença Como Caminho”, de Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke - Editora Cultrix - edição de 1983, aliás um livro que não é espírita, mas que traz na sua capa a frase “Uma visão nova de cura como ponto de mutação, em que um mal se deixa transformar em bem”).

“Cuidai do corpo e do espírito”, nos diz Jesus em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XVII - Cuidar do Corpo e do Espírito.

  • Reinaldo Monteiro Macedo é aposentado, administrador e analista de sistemas de formação, expositor de estudos e colaborador do Centro Espírita Nair Montez de Castro no Rio de Janeiro/RJ e de algumas outras Casas.