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Segundo o idealizador do projeto, ele é aberto a todos os doentes terminais, de todas as origens, nacionalidades, raças e religiões. Centenas de pessoas já se beneficiaram da oportunidade única que o mesmo proporciona. Claudio Conti comenta.

  • Data :21/09/2012
  • Categoria :

26 de setembro de 2012

‘Ambulância dos desejos’ em Israel realiza sonhos de doentes terminais

Guila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

No último dia 21 a israelense Sima Akrish, da cidade de Ashkelon, se casou. Porém, para ela, a alegria da ocasião não seria completa sem a presença de sua tia, Miriam Yhia, que se encontra hospitalizada no hospital Hadassa de Jerusalém, em estado terminal.

A família recorreu ao Serviço de Salvamento de Israel – Magen David Adom - (estrela de David vermelha, em tradução livre), depois de ouvir falar sobre o atendimento especial oferecido pela organização.

Trata-se da “Ambulância dos Desejos”, que possibilita a realização dos mais diversos sonhos de pacientes que se encontram à beira da morte.

“Foi uma experiência maravilhosa para todos nós”, afirmou a mãe da noiva, Lea Akrish, à BBC Brasil. “A Ambulância dos Desejos trouxe Miriam ao casamento em Ashkelon e todos riram e choraram ao mesmo tempo, ao vê-la participando conosco da festa de casamento da minha filha”.

De acordo com os médicos, Miriam, que sofre de câncer no cérebro, pode morrer a qualquer momento.

Mas, segundo o relato de Lea, seu estado de espírito “melhorou muito” depois de participar do casamento da sobrinha.

“Antes do casamento ela já nem falava mais”, disse Lea, “mas durante a festa até chegou a cantar e a sorrir”.

O idealizador da Ambulância dos Desejos, Assi Dvilansky, disse à BBC Brasil que nos últimos três anos centenas de pessoas se beneficiaram da oportunidade única que o projeto proporciona.

Sem fronteiras

“O projeto é aberto a todos os doentes terminais, de todas as origens, nacionalidades, raças e religiões”, afirmou Dvilansky, que também é o diretor de Projetos Especiais do Magen David Adom.

De acordo com Dvilansky, a Ambulância dos Desejos já levou um menino iraniano de 13 anos para ver a Mesquita de El Aqsa em Jerusalém Oriental, projeto que foi realizado com a colaboração da Turquia e da administração palestina da mesquita (Waqf).

“Apesar dos problemas entre Israel e o Irã, fizemos todos os esforços para possibilitar que aquele menino pudesse realizar seu sonho antes de deixar este mundo”, disse.

“Muitas vezes é bastante complicado realizar os desejos das pessoas, porém nós não poupamos esforços para dar a elas e a suas famílias a oportunidade de um momento feliz em meio às dificuldades que estão passando”, afirmou.

Na segunda-feira, um doente terminal que sofre de esclerose múltipla foi levado para participar da cerimônia de conclusão dos estudos secundários de sua filha.

Embora esteja quase completamente incapaz de se mexer (se comunica apenas por intermédio do piscar dos olhos), o paciente, que no passado era diretor da mesma escola onde sua filha se formou, teve a oportunidade de rever o local onde trabalhava e de estar perto da família.

Equipamentos

A ambulância utilizada para o projeto é um veículo especialmente fabricado para suprir qualquer necessidade médica que possa surgir durante as viagens.

Um sistema especial de amortecedores evita que o paciente sofra com eventuais buracos na estrada, e um aparelho de vídeo permite que ele veja o percurso por intermédio de uma tela instalada em frente à cama, dentro da ambulância.

Uma equipe de paramédicos especialmente treinados acompanha os pacientes nas viagens.

“O paciente vê o caminho como se estivesse sentado ao lado do motorista”, disse Dvilansky.

A ambulância é especialmente grande, possibilitando que o doente seja transportado na própria cama do hospital.

“Já levamos pessoas para ver o mar, passear em Tel Aviv, conhecer o Mar Morto, participar de festas familiares, visitar museus”, afirmou. “O serviço é grátis e aberto a todos”.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 26 de junho de 2012.

Claudio Conti comenta*

Ao longo dos séculos, a humanidade ouviu incessantemente a apresentação de Deus com formas humanas, modelo antropomórfico da divindade. Não se limitando unicamente às formas, representou-o também com emoções humanas, tais como a ira, imaginando-o capaz de aplicar punições das mais variadas quando “seus desejos” não eram satisfeitos.

Isto ocorreu e ocorre apesar do fato de Jesus, há mais de dois mil anos, ter apresentado Deus como sendo um Pai Amoroso que cuida dos seus filhos, os espíritos.

A reencarnação não se trata de um método punitivo, como se fosse aplicado quando faltas fossem cometidas. Esta ideia não seria compatível com um Deus infinitamente bom, portanto, não deve ser avaliada desta forma, mas como método educativo. Os pais, responsáveis e professores deveriam também utilizar métodos puramente educativos e não punitivos, apesar de não ser bem isto que se observa na prática.

As aflições, quando bem suportadas, conduzirão o indivíduo a condições mais amenas. Todavia, conforme vai se aprimorando, o espírito já não se preocupa mais com o tipo de encarnação, pois terá o máximo de aproveitamento independentemente de onde ou como se encontre, sabendo que aquela situação lhe é a mais adequada naquele momento de sua existência como espírito imortal.

Diante da certeza de que as aflições vivenciadas correspondem a processos educativos e não punitivos, caberá a cada um auxiliar o outro para que possa aprender o que necessita sem que o sofrimento advindo seja aumentado pela indiferença.

Encontramos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XV, as seguintes palavras do Apóstolo Paulo: “Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade.”

Em comentário sobre esta colocação de Paulo, Kardec diz o seguinte: “Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.”

Diante do exposto, podemos perceber que devemos exercer a caridade, sem necessitar analisar o motivo pelo qual o outro se encontra neste ou naquele estado de aflição, tentando sempre minimizar o sofrimento onde este se encontrar.

A reportagem em análise mostra a prática da caridade em grande escala, todavia, no dia a dia, todos temos oportunidade de praticar a caridade em menor escala, porém, não menos importante.

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .