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Três americanos que perderam a vista na infância relataram uma melhora drástica na sua visão depois de terem sido submetidos à terapia genética em ambos os olhos. Os três pacientes tinham uma condição hereditária e rara. Sergio Rodrigues comenta.

  • Data :27/06/2012
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12 de julho de 2012

Mãe com deficiência visual conta que viu filhos pela 1ª vez após terapia genética

Helen Briggs

Editora de Saúde do site da BBC News

Três americanos que perderam a vista na infância relataram uma melhora drástica na sua visão depois de terem sido submetidos à terapia genética em ambos os olhos.

Em alguns casos, a melhora começou há quatro anos, quando um dos olhos foi submetido à terapia. Agora uma americana falou sobre a emoção de conseguir enxergar pela primeira vez os próprios filhos, depois de passar por terapia no segundo olho.

Os três pacientes tinham uma condição hereditária e rara conhecida como Amaurose Congênita de Leber (ACL) provocada por um defeito no gene responsável pela proteína necessária para a visão.

A ACL se manifesta nos primeiros meses de vida e compromete gravemente o sentido da visão, além de causar movimentos involuntários no olho e vista fraca no escuro.

Emoção

Diversas equipes de cientistas em várias partes do mundo tentaram terapias genéticas para tratar a cegueira, mas poucos pacientes receberam o tratamento para lidar com um defeito genético em estágio tão anterior ao processo de perda de visão.

Pesquisadores americanos revelaram em 2008 que 12 pessoas com LCA recuperaram parte da visão depois de receberem uma injeção no olho com um vírus criado artificialmente portador do gene RPE65.

Em outro estudo, eles trataram o outro olho de três pacientes, e descobriram que isso melhorou ainda mais a visão. Os pacientes passaram a conseguir identificar obstáculos ao seu redor.

Os resultados foram publicados agora na revista científica Science Translational Medicine .

A principal cientista do projeto, Jean Bennett, disse que os pacientes podem fazer coisas que nunca fizeram antes, como andar à noite, fazer compras sozinhos e reconhecer o rosto de pessoas.

“Nós mostramos que é possível tratar com segurança tanto os olhos das pessoas com esta forma particular de deficiência da retina usando um tratamento a base de genes, e, além disso, nós demonstramos que o cérebro entende o que a retina está vendo”, disse a cientista à BBC.

Um dos três pacientes que participou dos testes, Tami Morehouse, disse à BBC que sua visão gradualmente foi se recuperando, abrindo um novo mundo para ela.

Apesar de ela não conseguir enxergar bem o suficiente para ler ou dirigir um carro, ela agora consegue reconhecer os rostos de seus filhos e assistir aos jogos de beisebol deles.

“A vida ficou tão mais fácil em um nível que a maioria das pessoas não percebe. Qualquer forma de visão que você consegue ter, quando não se tinha nada, é de um valor incrível”, disse Morehouse à BBC.

“Ver os rostos das minhas crianças - meu filho com seus imensos olhos escuros, minha filha com seus grandes e belos olhos azuis. Eu tenho que olhar com bastante cuidado para conseguir enxergar, mas agora eu consigo. Todos os dias eu perdia coisas, mas agora um pouco disso voltou e eu não consigo nem explicar o que isso significa.”

Os pesquisadores pretendem agora seguir com o mesmo tratamento em outros nove pacientes.

“Eu acho que este é um marco no tratamento de formas mais comuns de cegueira em ambos os olhos”, disse Bennett.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 9 de fevereiro de 2012.

Sergio Rodrigues comenta*

Podemos imaginar a emoção dessa mãe ao poder ver os seus filhos pela primeira vez. Sem dúvida, foi um fato que vai marcar a sua alma por muito tempo. E isto propiciado pelo desenvolvimento da medicina, que Deus colocou na Terra para aliviar as dores e os sofrimentos a que ainda estão submetidos espíritos da nossa condição. Os fatores hereditários, como os que geraram a anomalia em questão, ensina-nos o Espiritismo, são determinados de acordo com as necessidades provacionais e evolutivas do espírito reencarnando. Mas, dependendo do seu proceder durante aquela existência, podem ter seus efeitos atenuados ou até modificados, como no caso em tela. Sem dúvida, esse espírito precisava passar pela provação da deficiência visual temporária. Pelo modo como está vivenciando a sua experiência na Terra, certamente, credenciou-se para receber o benefício do progresso da ciência. Este é apenas um exemplo de como, à medida que os espíritos que compõem a humanidade terrena forem se libertando de suas imperfeições, a ciência progredirá no sentido de cada vez mais proporcionar-lhes uma vida com menos dificuldades, sejam de natureza física ou simplesmente materiais. É preciso, porém, que o progresso moral tome impulso e marche em direção ao mundo de regeneração que está chegando.

  • Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.