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Daniel Biddle, um sobrevivente dos ataques a bomba no metrô de Londres em julho de 2005, criou um aplicativo de smartphone para ajudar pessoas com deficiência a se locomover com mais facilidade pela capital britânica. Claudio Conti comenta.

  • Data :29/05/2012
  • Categoria :

2 de junho de 2012

Sobrevivente de ataque a bomba em Londres cria aplicativo para deficientes

Jonathan Weinberg

Repórter de Tecnologia da BBC

Um sobrevivente dos ataques a bomba em Londres em 2005 criou um aplicativo de smartphone para ajudar pessoas com deficiência a se locomover com mais facilidade pela capital britânica.

Daniel Biddle perdeu as duas pernas, o baço e a visão do olho esquerdo quando um extremista detonou uma bomba no vagão de metrô na estação Edgware, no dia 7 de julho de 2005.

“O que aconteceu comigo em 7/7 me roubou toda a capacidade de ir praticamente a qualquer lugar”, disse o sobrevivente à BBC.

“Posso pensar em inúmeras ocasiões em que precisava encontrar um banheiro ou ir a um restaurante, e foi impossível. Faltam informações úteis para pessoas em cadeiras de roda, dificuldades de aprendizado e problemas de visão.”

Acessibilidade

O aplicativo Ldn Access, criado por Biddle e uma amiga, Tobi Collett, armazena detalhes sobre percursos sem degraus, rampas e instalações sanitárias adaptadas que podem ser encontrados em milhares de locais na capital britânica, como hotéis, teatros, restaurantes, bares, etc.

Através de tecnologia de localização, o programa consegue oferecer informações baseadas na área em que o usuário se encontra. Pode-se escolher uma categoria geral, como restaurantes, e a partir daí refinar a busca, por exemplo, por tipo de comida (indiana, chinesa, grelhados, etc.).

Biddle diz que a dupla criou um aplicativo simples de usar “porque alguém com problemas de destreza, ou artrite nas mãos, pode não ser capaz de digitar palavras muito longas. É simplesmente apertar um ícone na tela”.

O aplicativo tem informações inclusive sobre os locais que serão usados nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres, a partir do fim de julho. E funciona sem conexão com a internet, o que significa que mesmo dentro do metrô o usuário pode checar as informações.

“Para checar se as informações estavam corretas, fomos às ruas e visitamos aleatoriamente os locais listados no aplicativo”, conta Biddle. “Tivemos de identificar os locais, entrar nos sites dos lugares, fazer ligações.”

A princípio, o aplicativo roda apenas no sistema operacional iOS, da Apple, mas Biddle e Collett pretendem investir o dinheiro levantado com as vendas originadas na loja da Apple, onde está disponível, para criar versões para Android, Blackberry e Windows Phone, e não só sobre Londres, mas outras cidades britânicas.

“Com esse aplicativo, queremos mostrar que a deficiência física não é um problema, o problema é a falta de acessibilidade”, afirma Biddle. “A tecnologia pode ser excelente para prover independência. Queremos que este ajude os deficientes físicos a fazer o que quiserem.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 31 de janeiro de 2012.

Claudio Conti comenta*

Segundo a definição fornecida pelos espíritos responsáveis pela Codificação sobre a condição do planeta Terra, como um mundo de expiações e provas, devemos considerar que todos os seus habitantes, seja encarnados ou não, estão nesta condição evolutiva. Em outras palavras, não é o planeta em si que dita o estado do mundo, mas os seus habitantes. Sob este aspecto, aqueles que habitam um mundo de expiação e provas estão sujeitos a vivenciar situações que os conduzirão ao entendimento das suas necessidades espirituais para além, é claro, das materiais. Diante dos fatos desagradáveis da vida, nós, espíritas, tendemos a interpretar como expiações decorrentes de faltas cometidas em encarnações pretéritas. Todavia, precisamos ter em mente que nem sempre é assim.

Primeiramente, devemos sempre lembrar o ensinamento de Jesus que diz: “Não julgueis para não serdes julgados”. Desta forma, não devemos e nem temos condições de avaliar o motivo pelo qual nossos irmãos encarnados vivenciam esta ou aquela experiência. Na verdade, muito raramente é possível o próprio indivíduo identificar as causas das situações que ele mesmo está vivenciando. O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Cap. V – Bem-aventurados os Aflitos, itens 4 e 5, aborda muito apropriadamente as causas atuais das aflições em contraposição com as causas anteriores das aflições. Portanto, os processos aflitivos não são necessariamente decorrentes de encarnações outras, mas podem ter tido origem em posturas assumidas durante esta mesma existência. Outro ponto importante é que a experiência aflitiva não é necessariamente um processo expiatório, podendo se tratar de uma provação, escolhida pelo espírito para ter oportunidade de alavancar o progresso que está realizando.

Diante da notícia veiculada pela BBC Brasil, não temos condições de avaliar o processo que o Daniel está vivenciando nesta encarnação, todavia, podemos avaliar o que ele está fazendo dela. Em comentário da reportagem sobre otimismo, apresentada no site www.espiritismo.net em 21 de maio de 2012, a comentarista termina a análise dizendo o seguinte: “Portanto, não confundamos o otimista como alguém que não faz nada para melhorar a sua situação, mas aquele que, compreendendo as circunstâncias adversas reconhece que tem capacidade para melhorar a sua situação fazendo a sua parte.”

Temos, no Daniel, um excelente exemplo de otimismo que, diante de uma situação muito adversa aos olhos alheios, toma para si a responsabilidade de tornar sua existência corpórea o mais amena possível e, neste processo, auxilia aqueles que estão na mesma situação. Todos, sem exceção, estamos em caminhada evolutiva que consiste em utilizarmos adequada e proveitosamente as condições que dispomos e, neste processo, auxiliarmos aqueles que se encontram na mesma romagem. Podemos, portanto, identificar duas modalidades no processo:

  1. Enquanto trabalhamos com as condições disponíveis, aprimoramos as questões intelectuais;

  2. Quando utilizamos o conhecimento intelectual adquirido para contribuir com o próximo, estamos aprimorando as questões morais.

Portanto, olhando para o Daniel, e tantos outros que permanecem anônimos, não há a mínima necessidade em saber se é um caso de expiação ou provação, mas estar ciente de que o processo evolutivo é individual e perguntar a si próprio o que pode ser feito para o aprimoramento pessoal e coletivo, mesmo que o “coletivo” seja algumas poucas pessoas.

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium psicógrafo e psicofônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .