Carregando...

  • Início
  • Pacientes terminais contam os maiores arrependimentos de suas vidas

Os depoimentos, marcados pela sinceridade, foram colhidos por uma enfermeira australiana responsável por cuidados paliativos - os cuidados dedicados aos pacientes terminais, para os quais a medicina não possui mais recursos. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :20/05/2012
  • Categoria :

29 de maio de 2012

Pacientes terminais contam os maiores arrependimentos de suas vidas

Com informações da BBC

Arrependimentos honestos

“Não ter tido coragem para fazer o que eu realmente queria, e não o que outros esperavam que eu fizesse.”

Este é o maior arrependimento de um grupo de pessoas prestes a morrer.

Os depoimentos, marcados pela sinceridade, foram colhidos por uma enfermeira australiana responsável por cuidados paliativos - os cuidados dedicados aos pacientes terminais, para os quais a medicina não possui mais recursos.

Bronnie Ware afirma que reuniu em um livro “confissões honestas e francas de pessoas em seus leitos de morte”, confissões que, segundo ela, ajudaram a mudar sua vida.

Viver a vida como eu mesmo

Segundo Ware, a lista de arrependimentos construída a partir dos depoimentos dos seus pacientes é longa.

“Mas, no livro, me concentrei nos cinco mais comuns”, disse a autora em uma entrevista à BBC.

E o principal arrependimento relatado é não ter feito aquilo que se queria, mas o que os outros queriam, dando razão a Anselm Grün, que fala sobre pessoas que não vivem, mas que são vividas pela vida.

“Outro arrependimento comum é de não ter trabalhado um pouco menos, pois isso, segundo estas pessoas, fez com que perdessem o equilíbrio e, como resultado, perderam muitas coisas em suas vidas”, disse Ware.

Arrependimentos mais comuns

Os pacientes de quem Ware cuidava eram pessoas sem chances de recuperação.

Isto permitiu que ela compartilhasse com estes pacientes “momentos incrivelmente especiais. Porque passei com eles as últimas três a doze semanas de suas vidas”.

“As pessoas amadurecem muito quando precisam enfrentar a própria mortalidade. Cada pessoa experimenta uma série de emoções, como é esperado, que inclui negação, medo, arrependimento, mais negação e, em algum momento, aceitação,” conta a autora.

Aqui estão os cinco grandes arrependimentos relatados por essas pessoas.

  1. Queria ter tido a coragem de fazer o que realmente queria, e não o que esperavam que eu fizesse
  2. Queria não ter trabalhado tanto
  3. Queria ter tido coragem de falar o que realmente sentia
  4. Queria ter retomado o contato com os amigos
  5. Queria ter sido mais feliz

Ainda dá tempo

A enfermeira chama a atenção para o fato de que as pessoas se arrependem do que não fizeram, elas não parecem se arrepender de algo que tinham feito.

A autora afirma que espera que seu livro “ajude as pessoas a agir hoje e não deixar as coisas para amanhã, para se arrepender depois”.

E você, do que não quer se arrepender?

Notícia publicada no Diário da Saúde , em 2 de fevereiro de 2012.

Breno Henrique de Sousa comenta*

A hora da morte

Todos nós estamos na hora da morte. A vida é breve, muito breve diante da eternidade, porém vivemos como se não fôssemos morrer. Falar da morte é considerado macabro, mórbido. Porém, a morte faz parte da vida, aliás, ela dá a dimensão real da vida, nos permitindo enxergar o que de fato é importante para nossas vidas.

A lista dos cinco grandes arrependimentos, destacados na matéria em questão, servem de reflexão sobre nossas vidas. Não é preciso chegar o momento da morte física para reavaliar nossas vidas e nos perguntarmos sobre o que de fato é importante.

Podemos resumir esses arrependimentos em duas máximas. Ser você mesmo e aproveitar a vida. Não podemos deixar de esclarecer estas duas máximas, pois elas são frequentemente mal interpretadas.

Ser você mesmo significa buscar os anseios verdadeiros do seu coração e não aqueles que são impostos pela sociedade. É fato que precisamos pensar em nossa sobrevivência material, mas frequentemente as pessoas escolhem suas ocupações em função da remuneração, do status social, das expectativas dos familiares, deixando sempre em último lugar sua vocação. Tornam-se profissionais frustrados e infelizes e, às vezes, por isso mesmo, mal remunerados. Fazer o que se gosta é uma alternativa mais inteligente, porque com amor e dedicação você pode ser mais bem remunerado que sendo um médico ou advogado medíocre. Ou pode mesmo ganhar um pouco menos e ser compensado em satisfação pessoal e qualidade de vida. Ser você mesmo não significa dar vazão aos seus defeitos, acomodar-se e não buscar melhorar enquanto ser humano. Essa visão comodista só resulta em infelicidade e frustração.

Aproveitar a vida significa ter consciência de sua brevidade e de que daqui levamos apenas nosso patrimônio moral e intelectual. Gastamos muito tempo acumulando coisas que ficarão aqui quando morrermos. Deixamos de desfrutar a companhia dos amigos, da família, de trabalhar um pouco menos para dar atenção aos filhos, de usufruir um pouco do que ganhamos ao invés de trabalhar compulsivamente, deixamos de fazer aquela viagem dos sonhos quando tínhamos condições de fazê-la, de aprender e viver coisas novas. Aproveitar a vida é usufruir o que ela tem de melhor – conhecimento e relações humanas. É um erro achar que aproveitar a vida é encher a cara de bebida todos os dias, exaurir-se fisicamente, ter relações superficiais baseadas apenas na atração física, queimar dinheiro com coisas fúteis e que em nada acrescentam na nossa formação humana. Isso, na verdade, é desperdiçar a vida.

O Espiritismo oferece uma nova compreensão sobre a vida, permite enxergar a sua brevidade física e a sua transcendência espiritual. Aprende-se sobre como a vida é fugás e ao mesmo tempo importante, cheia de significado, de valor inestimável e sagrado, e, por isso, deve ser respeitada e encarada como a maior dádiva que temos. Assim, seja você mesmo e aproveite a vida, porque ela é feita para ser vivida.

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.