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Arqueólogos de diversos países se reuniram no Estado de Chiapas, uma área repleta de ruínas maias no sul do México, para discutir a teoria apocalíptica, amplamente conhecida no país, de que essa antiga civilização previra o fim do mundo em 2012. Cristiano Carvalho Assis comenta.

  • Data :15 May, 2012
  • Categoria :

17 de maio de 2012

Cientistas desvendam profecia maia do ‘fim do mundo em 2012’

Alberto Nájar

Da BBC Mundo no México

Arqueólogos de diversos países se reuniram no Estado de Chiapas, uma área repleta de ruínas maias no sul do México, para discutir a teoria apocalíptica de que essa antiga civilização previra o fim do mundo em 2012.

A teoria, amplamente conhecida no país e contada aos visitantes tanto no México como na Guatemala, Belize e outras áreas onde os maias também se estabeleceram, teve sua origem no monumento nº 6 do sítio arqueológico de Tortuguero e em um ladrilho com hieróglifos localizado em Comalcalco, ambos centros cerimoniais em Tabasco, no sudeste do país.

O primeiro faz alusão a um evento místico que ocorreria no dia 21 de dezembro de 2012, durante o solstício do inverno, quando Bahlam Ajaw, um antigo governante do lugar, se encontra com Bolon Yokte´, um dos deuses que, na mitologia maia, participaram do início da era atual.

Até então, as mensagens gravadas em “estelas” – monumentos líticos, feitos em um único bloco de pedra, contendo inscrições sobre a história e a mitologia maias – eram interpretadas como uma profecia maia sobre o fim do mundo.

Entretanto, segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), uma revisão das estelas pré-hispânicas indica que, na verdade, nessa data de dezembro do ano que vem os maias esperavam simplesmente o regresso de Bolon Yokte´.

“(Os maias) nunca disseram que haveria uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012”, disse à BBC o pesquisador Rodrigo Liendo, do Instituto de Pesquisas Antropológicas da Universidade Autônoma do México (Unam).

“Essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias.”

Novas interpretações

Durante o encontro realizado em Palenque, que abriga uma das mais impressionantes ruínas maias de toda a região, o pesquisador Sven Gronemeyer, da Universidade australiana de Trobe, e sua colega Bárbara Macleod fizeram uma nova interpretação do 6º monumento de Tortuguero.

Para eles, os hieróglifos inscritos na estela se referem à culminação dos 13 baktunes, os ciclos com que os maias mediam o tempo. Cada um deles era composto por 400 anos.

“A medição do tempo dos maias era muito completa”, explica Gronemeyer. “Eles faziam referência a eventos no futuro e no passado, e há datas que são projetadas para centenas, milhares de anos no futuro”, afirma.

Para a jornalista Laura Castellanos, autora do livro 2012, Las Profecias del Fin del Mundo , o sucesso da teoria apocalíptica junto à cultura ocidental se deve a uma “onda milenarista” que, segundo ela, “antecipa catástrofes ou outros acontecimentos cada vez que se completam dez séculos”.

Para Castellanos, esse tipo de efeméride é reforçada por uma “crise ideológica, religiosa e social”.

Ela observa que as profecias sobre 2012 não têm somente uma “vertente catastrófica”, mas também uma linha que “prognostica o despertar da consciência e o renascimento de uma nova humanidade, mais equitativa”.

Crença no final

A asséptica explicação científica e histórica vai de encontro à crença popular no México, um país onde há quem procure adquirir os conhecimentos necessários para sobreviver com seu próprio cultivo de alimentos em caso de uma catástrofe mundial.

Muitos dos que vivem fora procuram regressar ao país porque sentem que precisam estar em casa em 2012, e há empresas que oferecem espaço em bunkeres subterrâneos, com todas as comodidades.

Afinal, o possível fim do mundo também é negócio. O próprio governo mexicano lançou uma campanha para promover o turismo no sudeste do país, onde estão localizados os sítios arqueológicos maias.

Muitos governos dos Estados onde existem ruínas da antiga civilização maia já estão registrando aumento na chegada de turistas.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 1º de dezembro de 2011.

Cristiano Carvalho Assis comenta*

Quantas vezes foram veiculadas informações sobre Fim do Mundo em 2012 profetizado pelos Maias, induzindo ao erro quem nos ouvia? A reportagem é muito feliz em não alimentar a ideia, indo ao encontro que a Doutrina Espírita nos traz sobre este período.

Qual a forma que podemos averiguar se um fato, ideia ou interpretação coincide com a verdade Divina e não passa apenas de uma opinião individual. No século XIX, Allan Kardec utilizou para codificar a Doutrina Espírita a metodologia denominada “Controle Universal do Ensino do Espíritos” que tentamos resumir: ”Um homem pode ser ludibriado, pode enganar-se a si mesmo; já não será assim, quando milhões de criaturas veem e ouvem a mesma coisa. (…) Incompleto, porém, ficará esse exame em muitos casos, por efeito da falta de luzes de certas pessoas e das tendências de não poucas a tomar as próprias opiniões como juízes únicos da verdade. (…) Prova a experiência que, quando um princípio novo tem de ser enunciado, isso se dá espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de modo idêntico, senão quanto à forma, quanto ao fundo.”   Vemos dessa maneira que quando a Espiritualidade Maior pretende passar um conhecimento para a humanidade, transmite-o em todos os cantos do mundo e pessoas com crenças diferentes começam a recebê-los de maneiras diversas. A ideia do “Fim do mundo”, estando presente em diferentes culturas, religiões e pontos da humanidade, revela-nos que passaremos por mudanças e que essas mudanças estão próximas. Mas o que a Doutrina Espírita diz sobre o assunto?

Observamos no Espiritismo a associação do nosso tempo com os trabalhadores da última hora. Como na parábola, o dia do trabalho está terminando e quem desejar receber o pagamento de seu trabalho que comece o seu melhoramento íntimo e realize o melhor que puder na vinha do seu senhor. Pelo que observamos nas comunicações mediúnicas sérias e até mesmo nas duvidosas, já estamos nos últimos minutos desta última hora. Mas Quando? De que forma? O que posso fazer?

Possivelmente ainda não percebemos que já entramos nesse tempo. Funciona mais ou menos como uma água colocada para ferver. Ao atingir os 100 graus centígrados, observamos a existência de bolhas sem parar e vapor saindo. Mas todo este processo de forma brusca, há momentos que antecedem tudo isso e que não observamos. Se utilizássemos meios adequados poderíamos observar uma progressiva revolução nas moléculas da água, algumas pequenas bolhas emergindo isoladamente, para depois irromperem por toda a superfície.

É o que está a ocorrer com a humanidade, segundo as mensagens mediúnicas. Nós não conseguimos perceber a revolução em andamento, pois não temos ainda mudanças em nossas vidas práticas para comprovar algum processo. Nas suas comunicações, os Espíritos não relatam o fim da humanidade e do planeta Terra. O que demonstram enfaticamente é a destruição deste mundo de orgulho, egoísmo, violência e de culto do ego, despontando um mundo mais igualitário, justo e fraterno. Será o final dos tempos que conhecemos e a inauguração de uma nova era para a humanidade. No entanto, como refere o ditado: “Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura.” (Mateus, 9:16.) As estruturas ideológicas, científicas, artísticas, econômicas e de relacionamento pessoal serão reestruturadas. Para isso, almas de escol estão reencarnando em nosso meio para liderarem esta transformação.

Todo esse processo trará um período de alguma destruição para a humanidade. Por quê? “Para fazê-la progredir mais depressa” , como nos ensinam os Espíritos Superiores na questão 737 de “O Livro dos Espíritos”, já que a destruição é uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos que, em cada nova existência, sobem mais um degrau na escala do aperfeiçoamento.

Tal como na analogia usada anteriormente, a água que sofreu o processo de fervura não será da mesma quantidade pois uma parte transformou-se em vapor de água. Da mesma forma, o processo do “Fim dos Tempos” levará a que nesta Terra transformada apenas poderão reencarnar Espíritos que tenham atingido um certo grau de elevação espiritual. Os outros perderão o seu paraíso sendo forçados ao renascimento em um mundo mais primitivo, com suas características limitadoras. A humanidade não será constituída de seres perfeitos, mas apenas abrigará pessoas que lutem pela sua “transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.”

Não será com belos discursos ou com demonstração de conhecimentos que poderemos fazer a diferença nestes tempos que se aproximam, mas sim agindo da melhor maneira onde quer que estejamos. São estes momentos que nos elucidarão se os Ensinamentos da Doutrina fazem realmente guarida em nossos corações ou se estão apenas acumulados em nossas cabeças. Por isso, iniciemos o trabalho o quanto antes, pois como o Espírito Bezerra de Menezes nos alerta através da psicografia de Divaldo Franco, já estamos no limiar da última hora: “(…) Anunciam-se, então, o processo renovador de consciências por meio de provações, algumas acerbas. Uma operação de decantação que visa selecionar os futuros habitantes do Planeta, aqueles que deverão viver os alvores da Era da Regeneração. A massa humana de sofredores, de Espíritos empedernidos, repetentes de anteriores experiências, retornará à gleba terrestre em cerca de cinquenta anos, mas os guardiões da Terra estarão a postos, ao lado de cada encarnado ou desencarnado convocando-os à transformação para o bem.”

  • Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.