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  • Contra a infidelidade, região indonésia transfere salário de homens às esposas

O governo da Província de Gorontalo, na Indonésia, transformou em política pública um imbróglio envolvendo o salário de maridos supostamente infiéis e suas esposas e amantes. A medida é polêmica, mas há quem aprove. José Antonio M. Pereira comenta.

  • Data :09/05/2012
  • Categoria :

13 de maio de 2012

Contra a infidelidade, região indonésia transfere salário de homens às esposas

O governo da Província de Gorontalo, na Indonésia, transformou em política pública um imbróglio envolvendo o salário de maridos supostamente infiéis e suas esposas e amantes.

A partir de março, o salário dos funcionários públicos casados será depositado diretamente na conta de suas mulheres oficiais.

Segundo o porta-voz do governo provincial, Rudi Iriawan, a decisão foi tomada para combater a infidelidade, devido à crescente reclamação das esposas de que recebiam de seus maridos “dinheiro apenas para comprar a comida do dia”. A principal razão seria a partilha do salário entre amantes e esposas.

De acordo com o governo, a iniciativa visa diminuir os casos extraconjugais.

As esposas também reclamavam da falta de transparência dos maridos nas questões financeiras.

“Ficamos preocupados com a questão. Então, achamos melhor que o salário dos servidores fosse depositado diretamente nas contas de suas esposas”, disse Iriawan.

‘Casos extraconjugais’

De acordo com o porta-voz, a decisão permitirá que “cada centavo do pagamento (do salário) possa ser usado para cobrir despesas domésticas em vez de financiar assuntos extraconjugais”.

A medida divide os servidores, mas há quem aprove a iniciativa.

O funcionário público Saleh Yusuf opina que a decisão do governo é correta. “É a minha mulher que tem acesso ao meu salário, de qualquer forma. Ela fica com o meu cartão de banco”, diz.

No caso dos servidores que tenham mais de uma esposa, prática comum em países de maioria muçulmana, apenas a esposa oficial receberá o salário.

Para ser válido, o casamento na Indonésia precisa ser registrado civilmente e no Departamento de Assuntos Religiosos.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 9 de fevereiro de 2012.

José Antonio M. Pereira comenta*

O que pode parecer estranho para nós, ocidentais, talvez não seja tanto para as pessoas do outro lado do mundo. Segundo a Doutrina Espírita, as leis humanas são apropriadas à época e à sociedade nas quais são impostas. À medida que estas sociedades avançam em termos de ética, entendimento, inteligência, etc, exigem-se mudanças em suas leis, para que estas estejam de acordo com o novo estado de coisas.

Não temos um conhecimento suficiente da cultura local da Indonésia, mas num país onde a poligamia é aceita, é possível que entre os homens a infidelidade conjugal seja uma prática comum. No entanto, em todo mundo, as mulheres exigem cada vez mais igualdade de tratamento e que seus direitos sejam respeitados. A mudança nos códigos legais passa a ser uma consequência esperada.

Esta notícia demonstra a veracidade do ensino dos Espíritos: à medida que uma sociedade evolui, ela passa a estabelecer transformações em suas leis, de tal forma que estas se aproximam cada vez mais das Leis de Deus, conforme a pergunta 795, de O Livro dos Espíritos:

“795. Qual a causa da instabilidade das leis humanas?

*Nas épocas de barbaria, são os mais fortes que fazem as leis e eles as fizeram para si. À proporção que os homens foram compreendendo melhor a justiça, indispensável se tornou a modificação delas. Quanto mais se aproximam da vera justiça, tanto menos instáveis são as leis humanas, isto é, tanto mais estáveis se vão tornando, conforme vão sendo feitas * para todos e se identificam com a lei natural.” (1)

Estes novos padrões legais são muitas vezes polêmicos e não se estabelecem sem lutas e dificuldades. Os que detêm o poder, fazem de tudo para manter o status quo e, muitas vezes, novas leis são, na prática, um retrocesso. Mas, se observarmos atentamente, vamos identificar que através dos tempos, as mudanças nas leis têm ocorrido para melhor, preparando um futuro mais justo para aqueles que “herdarem a terra”.

Referência:

(1) O Livro dos Espíritos. Ed. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA, 76ª edição – Allan Kardec. Perg. 795.

  • José Antonio M. Pereira coordena o ESDE e é médium da Casa de Emmanuel, além de integrante da Caravana Fraterna Irmã Scheilla, no Rio de Janeiro. Também é colaborador da equipe do Serviço de Perguntas e Respostas do Espiritismo.net.