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Dhegani Mahato, uma mulher nepalesa de 40 anos, mãe de duas crianças, foi queimada viva em uma aldeia do centro do Nepal, pela família de seu falecido marido, sob acusações de ser uma bruxa, informou à Agência Efe um oficial da polícia local. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :19/04/2012
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19 de abril de 2012

Mulher é queimada viva no Nepal após ser acusada de bruxaria

Katmandu, 18 fev (EFE).- Uma mulher nepalesa de 40 anos foi queimada viva em uma aldeia do centro do Nepal sob acusações de ser uma bruxa, informou neste sábado à Agência Efe um oficial da polícia local.

Dhegani Mahato, mãe de duas crianças, morreu após ser acusada por um xamã de ser uma bruxa e de ter enfeitiçado um parente que tinha ficado doente.

A família de seu falecido marido espancou Mahato e a queimou viva na presença de uma das filhas no distrito de Chitwan, 80 quilômetros ao sudoeste de Katmandu.

Segundo a fonte policial consultada pela Efe, dez pessoas, inclusive dois xamãs e uma criança de oito anos de idade, foram detidas por envolvimento com o assassinato.

A maioria dos detidos, que foram identificados por testemunhas, tem entre 20 e 30 anos, e o mais velho tem 48.

Os vizinhos se inteiraram do fato quando Mahato já estava em chamas e era impossível salvar sua vida, segundo a imprensa local.

Notícia publicada no Yahoo! Notícias , em 18 de fevereiro de 2012.

Marcia Leal Jek comenta*

Esta notícia faz-nos refletir como a crença em bruxaria é disseminada no Nepal, especialmente em áreas rurais. Quando algo ruim acontece numa comunidade, analfabetos, mulheres ou idosos são muitas vezes apontados e acusados de serem bruxos. Estas acusações, baseadas em sincretismos sem qualquer base racional, são na sua maioria dirigidas por homens apoiados na sua tradição, fé dogmática, crendice ou superstição. Se alguns são levados pelos equívocos da sua ânsia de poder e domínio sobre os outros, muitos acreditam verdadeiramente naquilo que fazem, agindo movidos pelo fanatismo, medo e ignorância.

Foi dessa forma que um Xamã, acusando uma mulher de ter enfeitiçado um parente que tinha ficado doente, a queimou viva na presença da filha. Esta atrocidade tão grande terá sido movida pela maldade, ignorância, medo, ganância ou sede de poder? Qualquer que seja a razão, é uma atrocidade que tem origem na incapacidade para amar e compreender a vida e os seus propósitos. Através das imagens deturpadas que vamos criando sobre a vida, sobre nós e sobre os outros, acabamos vivendo atormentados por ilusões, assustados, angustiados e insatisfeitos porque não conseguimos que a vida, nós e os outros sejam aquilo que desejaríamos que fossem.

O sofrimento é uma forma de expiação para a Dhegani. O motivo é imperscrutável, mas ele será sempre justo, porque Deus é justo e misericordioso. Se ainda sofremos com tal situação é porque ainda valorizamos a matéria em detrimento do espírito. Precisamos ampliar a nossa forma de ver a vida, percebendo-nos como Espíritos imortais, com uma bagagem de boas e más conquistas e que por isso passamos por provações.

Não sendo esta uma situação isolada, são urgentes iniciativas para sensibilizar as pessoas para este problema tão grave, promovendo a educação e difundindo o conhecimento público. Então, façamos a nossa parte, sem pensarmos naqueles que ainda não a fazem, pois o seu dia do despertar também chegará como o nosso chegou um dia.

O Espiritismo vem sendo divulgado como planejado pelos Espíritos, apesar das limitações dos Homens, trazendo a luz da compreensão sobre a transcendência da vida. No entanto, nem todos estão ainda em condições de ver essa luz, muitos ainda se ofuscam com ela.

Há 2000 anos Jesus esteve neste planeta, ensinou e principalmente exemplificou o caminho certo. Mesmo assim, isso ainda não é compreendido pela maioria. No entanto, ele nunca desistiu de nós. Não podemos esquecer que quem deseja a paz do Mundo deve se empenhar para ser exemplo vivo dessa paz.

  • Marcia Leal Jek estuda o Espiritismo há mais de 25 anos e é trabalhadora do Centro Espírita Francisco de Assis, em Jacaraipe, Serra, ES.