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Um município ao sul da Catalunha, com uma dívida de mais de um milhão de euros, aprovou o aluguel de um terreno de sete hectares para a plantação de maconha. É a maneira que o povoado encontrou de gerar emprego. Cristiano Carvalho Assis comenta.

  • Data :17/04/2012
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17 de abril de 2012

Cidade espanhola libera plantação de maconha para combater crise

Um município de 900 habitantes ao sul da Catalunha, com uma dívida de mais de um milhão de euros, aprovou, hoje, o aluguel de um terreno de sete hectares para a plantação de maconha. É a maneira que o povoado de Rasquera encontrou de gerar emprego (cinco postos de trabalho diretos e 35 indiretos) e fazer com que a Prefeitura reduza seu saldo negativo.

Os inquilinos serão cinco mil: os membros da Associação Barcelonesa Cannábica de Autoconsumo (ABCDA) pagarão ao Governo municipal 36 mil euros pelo contrato e 550 mil euros anuais. Além desta iniciativa ainda há outros projetos a reboque, como o de criar uma empresa pública destinada à pesquisa sobre a cannabis sativa e o de produzir sementes da planta. O prefeito, Bernat Pellisa, afirmou, hoje, que sabe estar “criando um precedente como pioneiro europeu”.

O Globo

Notícia publicada no Portal Paraíba.com.br , em 1º de março de 2012.

Cristiano Carvalho Assis comenta*

O caso narrado nesta reportagem não é uma mera coincidência com as nossas vidas e com os ensinamentos do Cristo: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela”. (Mt, 7:13-14.) Ao enfrentar algum tipo de dificuldade, quem não prefere a forma mais simples, econômica e rentável para escapar do problema? Se estivermos com um aperto financeiro, pensamos legítimo aceitar um dinheiro da “cerveja” para facilitar a burocracia do nosso trabalho. Outras vezes a solução do aborto é encarada e são muitas as desculpas que se usam: “Sou muito jovem”; “Estou sem emprego”; “Neste momento não tenho condições para criar um filho”; “Tem uma deficiência congênita”. Noutras situações, não possuindo os recursos financeiros idealizados, o tráfico de drogas surge como alternativa, os roubos são uma opção. E assim vamos caminhando por nossas vidas, tentando sempre um caminho alternativo onde não existam pedras nem sacrifícios.

Não pretendemos julgar a vida dos outros. Este é um processo da vida que todos passamos em que as nossas fraquezas nos cobram escolhas e decisões acertadas. Funciona como aquela criança inconveniente que cutuca nossa ferida aberta a toda hora. São “tentações” que nos estimulam à realização de algo errado, sendo verdadeiros desafios morais. Às vezes são tão intensos e difíceis de suportar que supomos ser a única solução. É o que observamos no caso desta cidade: têm necessidade de dinheiro devido à dívida contraída e por isso qualquer meio parece legítimo para alcançar o seu objetivo. Financeiramente é perfeito, mas moralmente não se pode afirmar o mesmo. Tentamos justificar os nossos atos mais hediondos nos convencendo intimamente da sua pureza, sobrevalorizando os benefícios e ignorando os malefícios. Neste caso, os responsáveis desta cidade argumentam que a maconha será usada para pesquisa. Mas serão precisos sete hectares de plantação para produzir amostras para pesquisa?

Ao longo do tempo as dívidas poderão ser sanadas e o prefeito até aclamado, mas qual será o preço? Nenhum ato que ignore o sofrimento de alguém pode ser dado como acertado. O que foi cultivado nas suas terras trará aos seus consumidores um aumento da violência, casos de desesperança, tristeza imensa que se estende a todos os elementos da família e da comunidade. Todos os nossos atos geram consequências espirituais. É a Lei da Afinidade, atraindo os iguais. O desequilíbrio e a perturbação provocada, mesmo alimentadas fora dos limites da cidade, serão atraídos para a sua psicosfera e influenciarão todos os seus habitantes, especialmente os mais indiferentes às questões humanitárias e sem vigilância psíquica e espiritual.

A analogia desta cidade com as nossas vidas é verdadeira nas causas e consequências. Por isso, devemos avaliar e vigiar as nossas escolhas, pois nelas são construídas as nossas bases psíquicas e morais, determinando as companhias espirituais. Por mais que o tentemos evitar, há situações em nossas vidas de que não adianta tentarmos fugir, pois teremos que passar por elas em algum momento. Limitações, contrariedades, perdas, dificuldades físicas e morais, ocorrem para o nosso aperfeiçoamento espiritual. A forma como passaremos por nossas provas, é uma escolha de cada um. Alguns reagem fugindo ou não aceitando, escolhendo alternativas equivocadas na tentativa de se livrar dos problemas. Ignoram é que terão de lidar com os seus conflitos de consciência e com as consequências físicas e espirituais que advirão pelas escolhas, acumulando isso com a companhia de espíritos com os mesmos desequilíbrios que agudizarão as suas perturbações.

Outros escolherão o bom caminho ou a porta estreita. Não terão facilidades físicas, poderão enfrentar dificuldades financeiras, de saúde ou limitações de qualquer outro tipo, mas por sua coragem e determinação de enfrentar os desafios com ética e moralidade terão paz de espírito e apoio incondicional da Espiritualidade Maior para solucionar os problemas. Quem escolhe a porta larga, poderá conseguir uma vitória material e física, mas terá desequilíbrio na psicológica e espiritual. Quem escolhe a porta estreita poderá ter o caminho cheio de grandes desafios, mas conquistará uma saúde psíquica e espiritual inabalável para enfrentá-los e atingir belos resultados evolutivos.

Não pretendemos afirmar que devemos ser resignados ou que nos conformemos de forma passiva aos nossos problemas. Mas atentemos que a Divindade nos deu a inteligência para resolvê-los da maneira mais acertada possível, sem a necessidade de escolhermos o erro. Muitas vezes a melhor solução está à nossa frente mas o nosso orgulho, egoísmo, medo de encararmos as mudanças necessárias de posicionamento ou conceito de vida, nos venda esse caminho.

As tentações aparecerão nos momentos mais difíceis, mas precisamos desenvolver a coragem para encarar os nossos desafios da melhor maneira possível. Tenhamos como base os Ensinos de Jesus e o apoio que a prece nos oferece. Este posicionamento não nos fará necessariamente nos livrar do mal, mas “(…) Deus lhe concederá, se pedir com confiança, é a coragem, a paciência e a resignação. E o que ainda lhe concederá, são os meios de se livrar das dificuldades, com a ajuda das ideias que lhe serão sugeridas pelos Bons Espíritos, de maneira que lhe restará o mérito da ação. Deus assiste aos que se ajudam a si mesmos, segundo a máxima: “Ajuda-te e o céu te ajudará”, e não aos que tudo esperam do socorro alheio, sem usar as próprias faculdades. Mas, na maioria das vezes, preferimos ser socorridos por um milagre, sem nada fazermos.” (O Evangelho Segundo O Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XXV, nº 1 e segs.)

  • Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.