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O presidente afegão, Hamid Karzai, perdoou uma vítima de estupro presa por adultério depois que ela concordou em se casar com seu agressor. Ela era casada na época do crime, e deu à luz na prisão. O estuprador é primo do marido. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :07/02/2012
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9 de fevereiro de 2012

Mulher presa por adultério é solta após aceitar casar com estuprador

O marido desconfiou da traição quando percebeu que ela estava grávida

O presidente afegão, Hamid Karzai, perdoou uma vítima de estupro presa por adultério depois que ela concordou em se casar com seu agressor. Ela era casada na época do crime, e seu marido desconfiou da traição ao notar que a mulher estava grávida - ela deu à luz na prisão. O estuprador é primo dele. Gulnaz, como é chamada a mulher, foi condenada a dois anos de detenção por adultério. “Quando eu decidi recorrer, a pena foi aumentada para 12 anos. Eu não fiz nada, por que devia receber uma sentença tão grande?”, questionou. Após a apelação, a pena foi reduzida para sete anos e, depois, para três.

O caso chegou ao palácio presidencial e passou a ser analisado por uma comissão judiciária afegã, que divulgou um comunicado no qual afirmava que “os dois lados” (Gulnaz e o estuprador) haviam concordado em se casar segundo a lei islâmica. Em seguida, Karzai ordenou que a mulher fosse libertada. A advogada de defesa, porém, disse que Gulnaz tinha a esperança de casar com quem quisesse após sair da prisão. “Nas minhas conversas com Gulnaz, ela me contou que se tivesse a liberdade de escolher, não se casaria com o homem que a estuprou”, disse Kimberley Motley.

Crimes de gênero - O caso de Gulnaz atraiu atenção internacional para a situação de muitas mulheres afegãs. Organizações de direitos humanos afirmam que centenas de mulheres presas no Afeganistão são vítimas de estupro ou violência. Entre março de 2010 e março de 2011, a Comissão Afegã de Direitos Humanos registrou 2.299 casos de violência contra a mulher que podem ser definidos como crimes, segundo a Lei sobre Eliminação da Violência contra as Mulheres no Afeganistão, criada há dois anos para punir os casos de violência de gênero.

A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) afirmou há poucos dias que “ainda há um longo caminho a ser percorrido” na aplicação da legislação que protege as mulheres afegãs contra a violência de gênero. De acordo com a entidade, as leis no Afeganistão se chocam com práticas socialmente aceitas, como a compra e venda de mulheres para o casamento, uniões forçadas ou com crianças, estupros e o ‘baad’ (o hábito de dar uma mulher de presente para resolver um conflito familiar).

(Com agência EFE)

Notícia publicada na Revista Veja , em 1º de dezembro de 2011.

Claudia Cardamone comenta*

Por ser ainda um planeta de provas em expiações, na Terra reencarnam espíritos de todas as ordens. Quase sempre ficamos chocados e revoltados com situações como a evidenciada na notícia, mas isso ocorre porque já alcançamos a compreensão de que todos são iguais perante a lei, humana e Divina. Porém, a sociedade ocidental nem sempre foi assim compreensível, tratava as pessoas como animais de trabalho e a mulher não tinha voz ativa.

O que mudou? É a ação da lei do progresso. A questão 795, de “O Livro dos Espíritos”, nos explica: “Qual a causa da instabilidade das leis humanas? - Nos tempos de barbárie são os mais fortes que fazem as leis, e as fazem em seu favor. Há necessidade de modificá-las à medida que os homens vão melhor compreendendo a justiça. As leis humanas são as mais estáveis à medida que se aproximam da verdadeira justiça, quer dizer, à medida que são feitas para todos e se identificam com a lei natural”.

A natureza não dá saltos, esta é uma máxima conhecida e verdadeira. Assim, com as transformações sociais, com o progresso intelectual e uma melhor compreensão ética e moral, a legislação de muitos países irá ser naturalmente aperfeiçoada. Faz parte da natureza das provas e da missão humana em auxiliar aqueles que estão progredindo neste planeta.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.