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Paralítica da cintura para baixo desde os 13 anos de idade, a medalhista de prata paraolímpica Monique van der Vorst, de 27 anos, transformou-se milagrosamente em uma esperança olímpica para a Holanda depois que um acidente reverteu sua paralisia. Reinaldo Monteiro Macedo comenta.

  • Data :06/02/2012
  • Categoria :

7 de fevereiro de 2012

Atleta paraolímpica mira glória olímpica após milagre

Por Liza Jansen | Reuters

UTRECHT, Holanda (Reuters) - A medalhista de prata paraolímpica Monique van der Vorst transformou-se milagrosamente em uma esperança olímpica depois que um acidente reverteu sua paralisia.

Paralítica da cintura para baixo desde os 13 anos de idade, a handciclista de 27 anos, que acabou de assinar um contrato com a equipe feminina de ciclismo profissional da Rabobank para competir como uma atleta comum, foi atingida por uma bicicleta no ano passado enquanto treinava em sua cadeira de rodas para as Paraolimpíadas de 2012 em Londres.

Enquanto se recuperava do trauma, os pés de Monique começaram a formigar e milagrosamente ela começou a movê-los novamente. Desde então ela passou meses no hospital e no centro de reabilitação tentando recuperar o uso das pernas.

Ela disse à Reuters que quando deu os primeiros passos novamente, em julho de 2010, sentiu-se como uma criança que estivesse aprendendo a andar.

“Eu queria pular no ar de alegria,” disse Monique esta semana, lembrando-se de como foi bom e surpreendente poder se olhar de pé em frente a um espelho.

Os médicos não têm explicações para sua recuperação surpreendente. Alguns acreditam que o trauma de seu último acidente pode ter forçado seu corpo a retomar a atividade.

Mas a realidade de sua alegria recém-descoberta também pôs um fim brusco à sua bem-sucedida carreira como atleta.

“Embora andar seja a melhor coisa que se possa fazer na vida, eu senti falta do esporte, das pessoas e dos desafios,” disse Monique.

A reabilitação e a fisioterapia com um foco atlético lhe deram forças e assim que conseguiu se sentar de novo em uma bicicleta ela quis fazer uma tentativa.

Apesar de quase cair na primeira vez que subiu em uma bicicleta de corrida para atletas de corpo inteiro, Monique insistiu e conseguiu completar uma rota de treinamento dolorosa e lenta de 30 quilômetros, e não olhou para trás desde então.

Embora não esteja no mesmo nível de ciclismo das outras mulheres na equipe da Rabobank, sua força de vontade é enorme e a equipe está confiante de que Monique logo as alcançará.

Quando se leva em conta que Monique ganhou duas medalhas de prata nas Paraolimpíadas de Pequim em 2008, foi eleita a atleta com deficiência holandesa do ano em 2009, foi a primeira atleta na modalidade de handciclismo a vencer o campeonato mundial Ironman 2009 no Havaí, seu objetivo de correr nas Olimpíadas do Rio em 2016 não parece irrealista.

Notícia publicada no Yahoo! Notícias , em 8 de dezembro de 2012.

Reinaldo Monteiro Macedo comenta*

Não encontrando explicações razoáveis para o sucedido, muitas pessoas interpretam a notável recuperação de Monique como um milagre, apelando para a intervenção de um “poder superior”.

“Monique ganhou duas medalhas de prata nas Paraolimpíadas de Pequim em 2008, foi eleita a atleta com deficiência holandesa do ano em 2009, foi a primeira atleta na modalidade de handciclismo a vencer o campeonato mundial Ironman 2009 no Havaí, seu objetivo de correr nas Olimpíadas do Rio em 2016 não parece irrealista”. Sugere a reportagem.

Não pretendemos, como espíritas que somos, ir contra o mérito da crença daqueles que se apegam à possibilidade de um milagre. Todas as religiões são de Deus, pois elas são feitas pelos homens e estes são filhos de Deus. Mas se quisermos fazer uma análise um pouco mais profunda, como livre-pensadores que somos, é necessário argumentar que na reportagem não foi abordada a origem da paralisia de que sofria Monique. Assim, é possível admitir a hipótese de que o trauma causado pelo acidente possa ter desencadeado um processo de “restauração” natural das lesões que constrangiam a sua mobilidade. Depois, através da sua extraordinária dedicação à reabilitação dos seus movimentos normais, ela não apenas superou a sua deficiência como venceu barreiras físicas que lhe permitiram praticar ciclismo, tornando-se inclusive uma forte candidata a disputar provas dessa modalidade.

Como espíritas, sabemos que não existe efeito sem causa, portanto o acaso não existe. A reencarnação é uma oportunidade para a nossa evolução e aprendizado rumo à felicidade que tanto ambicionamos. Essa oportunidade consiste da vivência de situações de provas, que nos possibilitam a conquista do aprendizado necessário, e de expiações que nos oferecem o ensejo para corrigir os erros cometidos em outras vidas.

Milagre é o nome que damos aos fenômenos que não conseguimos explicar. Não é possível alguém se sobrepor às leis físicas e espirituais que regulam o Universo. Daí que só poderemos admitir a possibilidade de causas naturais terem atuado sobre esta recuperação surpreendente de Monique, isto apesar dos médicos ainda não conseguirem explicar o que realmente aconteceu. Da mesma forma, nunca é demais realçar o mérito e a notável força de vontade que Monique revelou durante os anos em que teve de lidar com a sua paralisia e, para esse mérito, as conquistas que alcançou falam por si. Somos de opinião que a natureza conspira a ocorrência destes fatos quando o espírito fica em paz com a sua consciência, refletindo esse equilíbrio no corpo espiritual (perispírito) e, consequentemente, no corpo físico.

É a ação pura e simples das leis perfeitas e naturais criadas por Deus e que regulam tudo que existe. Não se trata de milagre.

  • Reinaldo Monteiro Macedo é aposentado, administrador e analista de sistemas de formação, expositor de estudos e colaborador do Centro Espírita Nair Montez de Castro no Rio de Janeiro/RJ e de algumas outras Casas.