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  • Inquérito apura aborto por engano de gêmeo saudável na Austrália

Um hospital de Melbourne abriu um inquérito para apurar o caso do aborto de um feto sadio, confundido com seu irmão gêmeo, descrito como uma ’tragédia terrível’. A mãe teve de passar por uma cesariana para acabar com a vida do feto doente. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :10/01/2012
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Inquérito apura aborto por engano de gêmeo saudável na Austrália

Um hospital de Melbourne, na Austrália, abriu um inquérito para apurar o caso do aborto de um feto sadio, confundido com seu irmão gêmeo.

Médicos disseram à mãe dos gêmeos que um de seus bebês tinha um problema cardíaco congênito que requereria várias cirurgias durante sua vida, caso ele sobrevivesse.

A mãe escolheu por abortar o feto de 32 semanas, mas, na última terça-feira, os funcionários do Royal Women’s Hospital realizaram o procedimento, por meio de injeção, no bebê sadio.

O hospital descreveu o caso como uma “tragédia terrível”. A mãe teve de passar por uma cesariana para acabar com a vida do feto doente.

“O Royal Women’s Hospital pode confirmar que um incidente clínico infeliz ocorreu na terça-feira”, declarou o hospital, em um comunicado.

“Nós estamos conduzindo uma investigação completa e continuando a oferecer todo o apoio à família e aos funcionários afetados”, afirmou a instituição.

Supervisão independente

O ministro da Saúde do Estado de Victoria, David Davis, disse que a investigação do hospital seria supervisionada por um especialista independente.

“Eu estou muito determinado para chegar até o fundo do que deu errado”, afirmou o ministro.

“Eu não acho que seja apropriado para ninguém tirar quaisquer conclusões, além do fato que isto é uma tragédia horrível”, disse o primeiro-ministro de Victoria, Ted Baillieu.

“Nós vamos assegurar que a investigação seja o mais completa possível”, afirmou.

Em um comunicado breve, a família pediu por privacidade durante “um momento que tem sido muito difícil”.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 24 de novembro de 2011.

Carlos Miguel Pereira comenta*

A vida, como um processo de crescimento espiritual, está repleta de conflitos íntimos, de desafios à persistência e de intrincadas encruzilhadas que testam a verdade das convicções adquiridas. Para que as decisões tomadas nos levem pelo trilho do que é certo, é fundamental que elas assentem num conhecimento sólido do que é a vida e em princípios éticos e morais inabaláveis. Não é o que acontece muitas vezes. A ilusão provocada pela lógica materialista, que ainda prevalece na nossa sociedade, sendo incapaz de distinguir o Homem para além da sua condição biológica, origina diversas escolhas precipitadas que resultam em dolorosos equívocos.

Tal como outros comportamentos, o aborto é uma lamentável consequência da ignorância que ainda existe acerca do que é a vida e sobre as leis naturais que a regem. Para combater essa ignorância e podermos transformar a sociedade, existe apenas um caminho: “(…) Só a educação poderá reformar os Homens (…)” , diz-nos O Livro dos Espíritos , de Allan Kardec, na sua questão 796. Na verdade, a educação transformadora é a maior contribuição que o Espiritismo pode oferecer à sociedade. O Espiritismo é um apelativo convite para que nos libertemos das amarras castradoras da ignorância e das crenças dogmáticas. Usando o amor e a fraternidade como instrumentos sublimes da sua pedagogia, o Espiritismo revela ao Homem a sua condição de Espírito imortal, Espírito esse que dispõe de inúmeras oportunidades em vidas sucessivas para corrigir os seus erros e sublimar as suas potencialidades. Os desafios não superados, os equívocos cometidos ficam dolorosamente gravados na consciência, que os recapitula constantemente, podendo estar na origem de dores espirituais e emocionais que só conseguirão ser extinguidas através da sua superação em futuras existências.

A Doutrina Espírita abre o horizonte do Homem para o infinito, libertando-o da visão atrofiada, material, imediata e egoísta a que sempre esteve relegado. A vida não começa na concepção nem no nascimento, tal como não termina com a morte do corpo. A vida é um processo dinâmico e pedagógico, em que o Espírito evolui gradualmente em amor e sabedoria desde a sua condição simples até à perfeição.

Ao ser verdadeiramente assimilada a ética Espírita, as pessoas tendem a orientar as suas decisões a partir de uma realidade fundamental que trancende a vida física. São incitadas pela sua consciência a comportamentos mais fraternos, tolerantes e humanistas, dão mais atenção à resolução dos seus conflitos íntimos e ao conhecimento de si mesmo, aprendendo a compreender que todos os obstáculos que a vida lhes coloca, por mais difíceis que sejam, são desafios e experiências iluminativas a serviço do seu crescimento espiritual rumo à felicidade.

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.