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8 meses após o nascimento de Saoirse, Kezia Fitzgerald foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que surge nos gânglios do sistema linfático. Poucos meses depois, sua filha recebeu o diagnóstico de neuroblastoma. Cristiano Carvalho Assis comenta.

  • Data :04/01/2012
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Mãe e filha bebê enfrentam câncer juntas nos EUA

Uma mãe americana e sua filha bebê estão enfrentando juntas uma batalha contra o câncer.

Apenas 8 meses após o nascimento de Saoirse, a fotógrafa Kezia Fitzgerald, de 27 anos, foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que surge nos gânglios do sistema linfático.

Poucos meses depois, quando Kezia ainda tentava se adaptar às dificuldades de lutar contra a doença e cuidar de um bebê de menos de um ano, Saoirse acordou com os olhos roxos e vomitando. Após muitos exames, ela recebeu o diagnóstico de neuroblastoma, um tipo de câncer que atinge o sistema nervoso periférico e é relativamente comum em bebês.

Dose dupla

Apesar do desespero inicial, a família tenta lidar com a situação da forma mais positiva possível.

“Quando se enfrenta um câncer, você tem de lutar contra ele - não há outra opção. E nós temos de fazer isso em dose dupla”, disse Kezia à BBC Brasil.

Após três meses passando juntas por sessões de quimioterapia, o câncer de Kezia está em remissão, mas a pequena Saoirse ainda terá de enfrentar um transplante de medula óssea, marcado para janeiro.

Segundo os médicos, Saoirse está respondendo bem ao tratamento. Eles também afirmam que não há nenhuma relação entre as doenças da mãe e da filha.

Apesar de estar internada no momento por causa de uma infecção, a menininha de um ano e três meses continua mantendo uma rotina cheia de brincadeiras, ainda que cercada por equipamentos hospitalares e remédios.

Blog

Kezia vem contando os detalhes de seu dia a dia no blog “New Mom…New Cancer”.

Na última entrada, publicada na segunda-feira, ela descreveu o que Saoirse tem feito no hospital.

“Ela enfrentou a quimio como uma campeã e continuou animada como sempre. Ela até fez duas lindas pinturas na sala de brincadeiras e acabou se decorando lindamente no processo. As pinturas estão agora na porta da nossa geladeira.”

A família, que vive em Danvers, Massachusetts, acredita que é a atitude positiva que faz com que eles consigam lidar com a situação e ter uma vida próxima do normal.

“Nós vivemos um dia de cada vez e, apesar de termos alguns dias difíceis, há muito mais dias felizes e é nesses que nos concentramos. Temos de nos acostumar com nosso novo ‘normal’ e, apesar de ele não ser muito comum, essas são as nossas vidas e vamos vivê-las da melhor maneira possível”, disse Kezia.

Como ela e o marido, Mike, pararam de trabalhar para se dedicar a lutar contra a doença, a família iniciou um fundo, o Fitzgerald Cancer Fund, com páginas no Twitter e no Facebook, para ajudar a cobrir as despesas médicas.

“Nós agradecemos todo o apoio que recebemos da família e dos amigos assim como de pessoas que nunca vimos antes, e estamos felizes que nossa história tenha inspirado tanta gente. Esperamos continuar a ver melhoras todos os dias e sabemos que, no fim, isso tudo vai nos tornar pessoas melhores e uma família mais forte.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 11 de agosto de 2011.

Cristiano Carvalho Assis comenta*

Poderíamos comentar esta notícia abordando a Lei de Causa e Efeito e de que forma os equívocos de outras vidas poderiam estar na origem dos problemas evidenciados, ou como estas dificuldades são provas iluminativas para a aquisição de novas aprendizagens. Mas o aspecto que julgo ser mais importante salientar é o ensinamento “Deus não concede uma cruz que nós não conseguimos suportar”, tão ouvido diante de situações difíceis.

Sabemos que esta é uma citação incontestável, lógica e consoladora, principalmente para nós espíritas. Quando estamos passando pelas contrariedades é difícil compreendê-las, e a reportagem em questão nos dá um bom embasamento para entendermos esta colocação.

A nossa racionalidade a contesta porque observamos grande parte das pessoas falindo em suas provas, não estando preparadas. Revoltam-se, matam, agridem, cometem suicídio ou revelam outros comportamentos reveladores que não aprenderam nada com a contrariedade por que passaram.

Para compreendermos o mecanismo da vida é sempre bom meditarmos na citação de “O Céu e o Inferno”, na parte código penal da vida futura, item 16: “O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.”

Quando passamos por contrariedades que abalam as nossas bases psicológicas e físicas, nos retirando do nosso eixo, podemos supor que estamos dentro da lei de expiação e reparação citada acima por Allan Kardec. No entanto, não podemos esquecer a misericórdia como o aspecto primordial da justiça Divina. Muitos confundem este conceito, acreditando que seremos absolvidos dos erros ao revelar arrependimento ou mergulhando nos conhecimentos religiosos e espirituais. No entanto, a misericórdia de Deus não está em desculpar tudo que fizemos, sem necessidade de reparação. Se nós, pais terrenos imperfeitos, não agimos dessa forma com os nossos filhos, pois sabemos que criaremos verdadeiros monstros de orgulho, egoísmo e sem regras de conduta, imagine-se nosso Pai em perfeição de justiça e amor. A misericórdia revela-se ao permitir novas oportunidades, quantas se fizerem necessárias para a regeneração de nossos equívocos, surgindo no melhor momento para nos colocar à prova.

Há um texto que afirma que se pedirmos paciência, Deus nos dará um vizinho chato, um amigo inconveniente, um parente difícil, entre outros, para ele ser um “instrumento” que nos ajudará a conquistar a paciência. Isso não significa que adquiri-la será uma tarefa fácil, rápida. No entanto, a necessidade de a possuir já demonstra que chegamos ao momento certo para gerarmos essa virtude. Já tentou incutir qualquer virtude em alguém não sendo esse ainda o momento certo? Tarefa hercúlea, sem resultados e desgastante. Mais cedo ou mais tarde percebemos que essa transformação só poderá ocorrer depois que forem compreendidas todas as consequências dos atos praticados, chegando assim ao momento certo para brotar a virtude que queríamos obrigar.

Conosco ocorre o mesmo. Quando chegam os momentos de arrependimento, aflição, culpa, vazios existenciais, medos e depressões, sentimos a necessidade de sentimentos novos para alcançar a felicidade. De uma forma gradual, a vida vai nos proporcionando os instrumentos que permitem gerá-los, sejam eles através de doenças, perdas, desafios e oportunidades.

Muitos espíritos falham porque lutam na sua teimosia em não mudar, mantendo vícios mentais através de ilusões pelo poder, posse, apego, orgulho ou egoísmo. É por isso que em algumas ocasiões temos a impressão de que as dificuldades não surtiram o resultado que esperávamos. Para alguns, uma prova é suficiente para conquistar a virtude que necessita, enquanto outros precisam de muitas contrariedades para entenderem o que lhe está faltando.

Assim, paremos para refletir em quanto essa mãe possui de vontade de reparação e quanto a Divindade já confia que ela já seja capaz de suportar todas essas dificuldades. Não aproveitar a prova ou falir nela é um caminho que pode ser tomado, mas pela coragem e esperança que ela revela nos dá o conforto de que estão saindo vitoriosas. Tiremos este exemplo para nossas vidas e nunca esqueçamos que mesmo nas provas mais duras de nossas existências existe o aval Divino nos dizendo: “Eu acredito em você e esta é a hora certa para você passar por isso. Aproveite-a”.

  • Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.