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  • Menino de 11 anos tenta arrecadar fundos para ajudar vítimas da fome na Somália

Agências humanitárias internacionais lutam por doações para vítimas da fome no leste da África. Enquanto isso, uma ajuda para a arrecadação de fundos multimilionária veio de uma pessoa inesperada: um menino de 11 anos de Gana. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :22/10/2011
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Menino de 11 anos tenta arrecadar fundos para ajudar vítimas da fome na Somália

O Globo, com AP

ACRA - Enquanto agências humanitárias internacionais lutam por doações para vítimas da fome no leste da África, uma ajuda para a arrecadação de fundos multimilionária veio de uma pessoa inesperada: um menino de 11 anos de Gana. Durante as férias da escola, Andrew Adansi-Bonnah quer juntar 20 milhões na moeda ganense, cerca de US$ 13 milhões, indo de escritório em escritório na capital Acra para coletar doações. Desde que começou sua jornada, em 1° de agosto, Andrew já conseguiu US$ 6.500 e obteve o apoio da Unicef e do Programa Mundial de Alimentos da ONU.

  • Há pessoas passando fome em Gana, mas a situação não é tão desesperadora quanto da Somália - defende o menino.

Andrew conta que sua campanha “Salvem as Crianças da Somália da Fome” surgiu após ver na TV imagens de crianças e bebês esqueléticos no país. O pai do menino, Samuel Adansi-Bonnah, doou seu salário do mês de julho inteiro para a causa do filho.

As Nações Unidas estimam que mais de 12 milhões de pessoas pelo leste da África precisam de doações de comida por causa de uma longa seca que fez com que mais de 100 mil pessoas fugissem para campos de refugiados. Na Somália, a situação é considerada a mais grave. Oficiais americanos estimam que cerca de 29 mil crianças já tenham morrido de fome em três meses.

A ONU diz que ainda tem que conseguir mais da metade dos 2,4 bilhões que solicitou dos países doadores e que a fome irá se espalhar para todas as regiões do sul da Somália nas próximas quatro ou seis semanas, a menos que mais ajuda seja entregue.

Notícia publicada no Jornal O Globo , em 12 de agosto de 2011.

Marcia Leal Jek comenta*

Esta notícia reflete várias opiniões da sociedade. Alguns dizem que Andrew está tentando minorar o sofrimento destas pessoas na Somália, e outros dizem que com esta iniciativa são adultos querendo aparecer e usando os filhos para isso.

Comparemos a iniciativa de Andrew com a mensagem “Acordar e erguer-se”, do livro Fonte Viva , no capítulo 66, Editora FEB: “(…) Percebem vagamente a produção incessante da Natureza, mas não se recordam da obrigação de algo fazer em benefício do progresso coletivo. (…) Há muitos irmãos de olhos abertos, guardando, porém, a alma na posição horizontal da ociosidade. É preciso que os corações despertos se ergam para a vida, se levantem para trabalhar na sementeira e na seara do Bem, a fim de que o Mestre os ilumine. (…) Acordemos para a vida superior e levantemo-nos na execução das boas obras e o Senhor nos ajudará, para que possamos ajudar os outros”.

Assim, devemos fazer o que estiver ao nosso alcance em favor do próximo. É importante não deixarmos para amanhã aquilo que podemos fazer hoje, pois, talvez, amanhã não dê mais tempo. Façamos a diferença no nosso presente, porque é somente nele que podemos agir.

O trabalho voluntário é sempre bom, independente da sua complexidade; deve ser prazeroso e complemento de tudo que vivemos e fazemos nos nossos dias. Andrew utiliza seu tempo livre com trabalho incessante no bem, aproveitando as oportunidades que a vida lhe oferece, de servir e ajudar ao nosso próximo, mesmo com a idade que tem.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo , cap.XI, item 4, Allan Kardec explica:

“Amar o próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissenções, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.”

Devemos abraçar a causa da caridade, envolvendo-nos em tarefas de auxílio, estendendo nossas mãos aos mais necessitados, seja em nossas comunidades, sejam em creches, orfanatos, asilos, na confecção de roupas ou alimentos em casas de assistência social. Há sempre instituições necessitadas ao nosso redor. Ou mesmo no próprio lar, entre nossos entes, com quem temos maiores dificuldades de relacionamento, ou ainda entre aqueles mais necessitados ainda que nós. Todo lugar é terreno fértil para que novos e bons valores sejam semeados em nossa vida.

  • Marcia Leal Jek estuda o Espiritismo há mais de 25 anos e é trabalhadora do Centro Espírita Francisco de Assis, em Jacaraipe, Serra, ES.