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Pesquisadores americanos descobriram que as pessoas que acreditam em um Deus benevolente tendem a se preocupar menos e serem mais tolerantes do que as pessoas que acreditam que Deus é um ser punitivo ou indiferente. Sergio Rodrigues comenta.

  • Data :15/10/2011
  • Categoria :

Concepção de Deus altera níveis de preocupação e estresse

Redação do Diário da Saúde

“O sumo bem”

Pesquisadores descobriram que as pessoas que acreditam em um Deus benevolente tendem a se preocupar menos e serem mais tolerantes do que as pessoas que acreditam que Deus é um ser punitivo ou indiferente.

David H. Rosmarin e seus colegas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, destacam a urgência de que os profissionais de saúde mental integrem as crenças espirituais de seus pacientes na formulação dos tratamentos.

E, segundo eles, isso ainda é mais verdadeiro no caso de pacientes assumidamente religiosos.

Religião e psiquiatria

“As implicações desta pesquisa para o campo da psiquiatria é que nós temos que levar mais a sério a espiritualidade dos pacientes do que nós fazemos hoje,” afirma Rosmarin.

“A maioria dos psiquiatras está despreparada para conceitualizar como as crenças espirituais podem contribuir para o estado afetivo e, assim, muitos teimam em não integrar esse tema no tratamento de uma forma que seja espiritualmente sensível,” completa.

A pesquisa incluiu inicialmente entrevistas com cristãos e judeus.

As conclusões mostram que as pessoas que confiam que Deus olha por elas têm menores níveis de preocupação e menos intolerância com a incerteza em suas vidas do que aquelas pessoas que não acreditam que Deus virá ajudá-las.

Deus para os judeus

Um segundo estudo trabalhou diretamente com os adeptos do judaísmo, devido às tendências verificadas na primeira pesquisa.

Os voluntários participaram de um programa de duas semanas, no qual assistiam filmes e palestras voltados para aumentar a confiança em Deus e diminuir a desconfiança na ajuda de Deus.

Os resultados foram os esperados em relação à concepção de Deus - aumentando a confiança das pessoas no “ser supremo” - mas também resultaram em diminuições clínica e estatisticamente significativas na intolerância, na incerteza, nas preocupações e no estresse.

“Estas descobertas … sugerem que certas crenças espirituais estão intimamente ligadas à intolerância à incerteza e às preocupações para alguns indivíduos,” concluem os pesquisadores.

Loucura

Eles destacam o fato de que, embora mais de 90% da população afirme acreditar em Deus ou em uma “força superior”, e cerca de 50% afirmar que a religião é muito importante em suas vidas, os médicos ainda não levam a espiritualidade em conta no atendimento aos pacientes.

“Isso é loucura,” diz ele. “Nós nem mesmo perguntamos. Nós não somos treinados para fazer isso. E isso é importante,” afirma, acentuando que não se trata de uma questão religiosa, mas de uma questão de saúde pública.

Matéria publicada no Diário da Saúde , em 9 de agosto de 2011.

Sergio Rodrigues comenta*

Com a matéria em questão, vemos que a cada dia que passa a ciência material aproxima-se da ciência de natureza espiritual. Já há algum tempo pesquisadores constataram que o tratamento médico apresenta resultados mais satisfatórios quando ministrado em pessoas que sustentam uma fé sincera e fervorosa, o que pressupõe a crença em Deus. Agora, uma pesquisa conclui que não basta a fé e a crença em Deus. Dependendo da maneira como se manifesta a fé e a crença no Criador, o comportamento das pessoas e as consequências que dele advém para a sua saúde podem ser diferentes. As pessoas que acreditam num Deus benevolente têm um comportamento mais sociável, tendente à tolerância e à compreensão com as dificuldades do próximo, estão menos sujeitas a manterem níveis de preocupação e estresse prejudiciais à saúde física e mental. Não mais o Deus virulento e vingativo de Moisés, mas o Deus de justiça, amor e bondade infinitas que Jesus veio ensinar.

Efetivamente, Jesus veio à Terra, encarnado, justamente para completar o ensinamento de Moisés. Ao tempo desse legislador do povo hebreu, o povo era ainda muito apegado à matéria e somente entendia as questões relativas ao mundo material. Por outro lado, tratava-se de um povo indisciplinado e violento, que apenas respeitava a força física. Daí o Deus igualmente violento e vingativo ensinado por Moisés ser necessário, naquele momento. Era uma maneira de impor algum respeito e disciplina àqueles homens, através do temor. Não se encontravam aqueles homens evoluídos o suficiente para adorarem a Deus se não pelo temor, por meio de castigos e da prática de não perdoar os inimigos. Jesus veio para mudar essa visão de Deus e o Espiritismo traz de volta esses ensinamentos, relembrando tudo o que Jesus havia dito e que não foi inteiramente compreendido.

Os pesquisadores ressaltam que é chegado o momento dos profissionais de saúde começarem a ter também essa percepção. Compreenderem que essa força interior que é a fé no verdadeiro Deus pode se tornar uma grande aliada no trabalho que desenvolvem. Ciência e a Religião, já ensinava Allan Kardec há 150 anos, são duas alavancas da inteligência humana, uma revelando as leis do mundo material e a outra as leis do mundo moral. Têm o mesmo princípio, que é Deus, pelo que não podem, por isso mesmo, contradizerem-se. Se uma nega a outra, uma estaria certa e a outra errada. Deus estaria, então, destruindo uma com a outra. A incompatibilidade que se acreditava existir era defeito de observação e a muito de exclusivismo de uma parte e da outra, o que agora começa a se desfazer, como mostra as conclusões da pesquisa ora comentada. Desse conflito de ideias surgiram a incredulidade e a intolerância, que tantos malefícios trazem à saúde do homem.

Portanto, como ensinou Kardec, os tempos são chegados em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve inteirar-se do elemento espiritual e em que a Religião, cessando de menosprezar as leis da matéria, prestarão um mútuo apoio. Então, a Religião, não recebendo mais o desmentido da Ciência, adquirirá uma força inabalável, porque estará de acordo com a razão, e não se lhe poderá opor a irresistível lógica dos fatos. Devem andar juntas, porque a Ciência objetiva o bem, o conforto, melhorar a qualidade de vida do homem, enquanto a Religião, melhorando o homem quanto aos valores espirituais, contribuirá, decisivamente, como mostra a pesquisa, para sua saúde física.

  • Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.