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Quando a inglesa Heather Skinner’s estava com cerca de 21 semanas de gravidez, os médicos a aconselharam a interromper a gestação, pois dificilmente a menina, que já tinha ganhado o nome de Charley-Marie, sobreviveria. Darlene Polimene Caires comenta.

  • Data :22/09/2011
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Médicos indicam aborto, mas casal se recusa e menina sobrevive

Com 19 meses, a inglesa Charley-Marie surpreendeu especialistas ao sobreviver mesmo com tumor no coração

Crescer

Quando a inglesa Heather Skinner’s estava com cerca de 21 semanas de gravidez, os médicos a aconselharam a interromper a gestação, pois dificilmente a menina, que já tinha ganhado o nome de Charley-Marie, sobreviveria. Por meio de exames, os especialistas descobriam que havia um tumor na parte esquerda do coração da garota, o que fazia com que o fluxo sanguíneo fosse prejudicado, noticiou o jornal britânico Daily Mail . Porém, Heather e o marido, Andy, decidiram que iriam ter a filha, pois preferiam que, se fosse mesmo o caso, a menina morresse naturalmente a induzir um aborto.

Mesmo com a decisão, os médicos disseram para o casal iniciar os preparativos para o funeral. Eles ainda tiveram de contar aos outros cinco filhos que eles provavelmente não teriam mais uma irmãzinha. Heather disse ao jornal que quando soube da notícia, ela e o marido ficaram em um quarto do hospital e a única coisa que conseguiam fazer era chorar. Já em casa, contaram com o apoio de uma parteira que os ajudaria a lidar com o inevitável.

“Todos os dias eu me perguntava se ela ainda estava viva dentro de mim”, contou Healther. Mas, contra todas as probabilidades, Charley-Marie surpreendeu os médicos e sobreviveu. Ela nasceu em janeiro do ano passado, três semanas antes do previsto. Imediatamente após o nascimento, a garota foi levada para a UTI do hospital para que fossem realizados exames no seu coração. O tumor ainda estava lá, contudo, de alguma forma, o coração da menina encontrou uma maneira de bombear o sangue.

As primeiros 48 horas de vida de Charley-Marie foram críticas e família ficou sem saber o que aconteceria. Mas três dias após o nascimento, ela foi autorizada a ir para casa com os pais. A família, que esperava pelo pior, sequer tinha preparado o enxoval do bebê. “Não tínhamos nem comprado roupas para ela, apenas um cobertor que seria usado em seu enterro”, contou Andy ao jornal.

Apesar da alegria inicial, os médicos novamente foram taxativos: a menina não sobreviveria ao primeiro aniversário. Com 5 meses, ela foi diagnosticada com esclerose tuberosa, uma doença rara que causa tumores benignos em órgãos vitais. Não há cura e os especialistas disseram que uma cirurgia não adiantaria.

Mais uma vez contrariando as expectativas, Charley-Marie teve, sim, sua festa de aniversário de 1 aninho, com direito à família reunida e fogos de artifício. Hoje, aos 19 meses, a menina se comporta com qualquer criança de sua idade, segundo a mãe. “Os médicos não tem ideia do que vai acontecer com o coração dela. E nós apenas esperamos pelo melhor”, afirmou.

Notícia publicada na Revista Crescer , em julho de 2011.

Darlene Polimene Caires comenta*

A ciência pede provas. E diante de um fato como esse, é normal que ela suspenda o juízo, pois o máximo que consegue é arriscar probabilidades.

Já as religiões se contentam com evidências, chamados de milagres. Num caso como esse, é normal que o maravilhoso seja a explicação mais aceita.

Entretanto, o Espiritismo olha para essa família e essa criança e vê o cumprimento da lei divina e a comprovação que o amor pode ser o melhor dos remédios. Explico!

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos , na questão 880, em que fala sobre os direitos humanos, pergunta aos Espíritos: “Qual o primeiro de todos os direito naturais do homem”? E em resposta: “O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal”.

Mesmo com um diagnóstico tão negativo e real, a família optou pelo direito básico e natural de todo o ser humano: “O de viver”! E temos certeza que para isso houve uma imensa dose de amor para com o ser que estava sendo gerado, no caso, uma menina. Por mais dolorido que pudesse ser um nascimento infeliz, infrutífero, a família, com todo o altruísmo e desapego de si, apostou que a filha nasceria. Mesmo que tenha passado no mais profundo de suas consciências o medo, a incerteza, o desespero, lutaram juntos e firmes, com certeza vibrando muito amor à filha, que pelo visto, respondeu aos seus anseios.

Sabemos que, por muito menos, alguns pais optam pelo que eles acreditam ser o mais fácil: o aborto.

Não queremos aqui ser juízes, nem carrascos de ninguém. Sabemos que em hora de desespero não sentimos o que pensamos e sim o contrário: agimos automaticamente. Sabemos também que o desenvolvimento moral pode ser como uma espiral ascendente e que muitos erros que praticamos hoje, num futuro, serão evitados, porque aprendemos o que é certo fazer. Aprendemos não com o erro, mas ao corrigi-lo. Pois bem, essa família, provavelmente já havia aprendido.

Contrária a todas as probabilidades, Charley-Marie, superou as primeiras 48h, o primeiro ano de vida e ainda surpreende a todos. O que será que a alimenta? Léon Denis, em seu livro O problema do ser, do destino e da dor , define esse alimento como: “O amor é uma força inesgotável; renova-se sem parar e enriquece ao mesmo tempo quem dá e quem recebe”. E é por isso que a família ainda acredita no melhor.

  • Darlene Polimene Caires é professora aposentada e participa das atividades do Centro Espírita Nosso Lar, em Londrina, no Paraná.