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A equipe da Universidade de Kontanz, na Alemanha, observou que houve alterações biológicas em receptor de hormônios associados ao estresse em fetos cujas mães estavam sob tensão intensa - por exemplo, por conviverem com um parceiro violento. Jorge Hessen comenta.

  • Data :16 Sep, 2011
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Estudo indica que estresse da mãe afeta bebê no útero

Michelle Roberts Repórter de saúde, BBC News, Estocolmo

O estresse de uma mãe pode afetar seu bebê ainda no útero, produzindo efeitos a longo prazo na vida da criança, sugerem pesquisadores alemães.

A equipe da Universidade de Kontanz, na Alemanha, observou que houve alterações biológicas em um receptor de hormônios associados ao estresse em fetos cujas mães estavam sob tensão intensa - por exemplo, por conviverem com um parceiro violento.

As alterações sofridas pelo feto podem fazer com que a própria criança seja menos capaz de lidar com o estresse mais tarde. Essas alterações foram associadas, por exemplo, a problemas de comportamento e doenças mentais.

As conclusões, baseadas em um estudo limitado feito com apenas 25 mulheres e seus filhos - hoje com idades entre 10 e 19 anos -, foram publicadas na revista científica Translational Psychiatry .

Os pesquisadores fazem algumas ressalvas: eles explicam que as circunstâncias das mulheres que participaram desse estudo eram excepcionais, e que a maioria das mulheres grávidas não seria exposta a graus tão altos de estresse durante um período tão longo.

A equipe enfatiza também que os resultados não são conclusivos, e que muitos outros fatores, entre eles o ambiente social em que a criança cresceu, podem ter desempenhado um papel nos resultados.

Mas os especialistas alemães suspeitam que o ambiente primordial, ou seja, o do útero, tenha papel crucial.

Investigação

O estudo envolveu análises dos genes das mães e dos filhos adolescentes para a identificação de padrões pouco comuns.

Alguns dos adolescentes apresentaram alterações em um gene em particular - o receptor de glucocorticoide (GR) - responsável por regular a resposta hormonal do organismo ao estresse.

Esse tipo de alteração genética tende a acontecer quando o bebê está se desenvolvendo, ainda no útero.

A equipe disse acreditar que ela seja provocada pelo estado emocional ruim da mãe durante a gravidez.

Sensibilidade

Durante a gravidez, as mães participantes viveram sob ameaça constante de violência por parte de seus maridos ou parceiros.

Entre dez ou vinte anos mais tarde, quando os bebês, já adolescentes, foram avaliados, os especialistas constataram que eles apresentavam alterações genéticas no receptor GR não observadas em outros adolescentes.

A alteração identificada parece tornar o indivíduo mais sensível ao estresse, fazendo com que ele reaja à emoção mais rapidamente, dos pontos de vista mental e hormonal.

Essas pessoas tendem a ser mais impulsivas e podem ter problemas para lidar com suas emoções, explicam os pesquisadores - que fizeram entrevistas detalhadas com os adolescentes.

Um dos líderes da equipe da Universidade de Kontanz, Thomas Elbert, disse: “Nos parece que bebês que recebem de suas mães sinais de que estão nascendo em um mundo perigoso respondem mais rápido (ao estresse). Eles têm um limite mais baixo de tolerância ao estresse e parecem ser mais sensíveis a ele”.

A equipe planeja agora fazer estudos mais detalhados, acompanhando números maiores de mulheres e crianças para verificar se suas suspeitas serão confirmadas.

Comentando o estudo, o médico Carmine Pariante, especialista em psicologia do estresse do Instituto de Psiquiatria do King’s College London, disse que o ambiente social da mãe é de extrema importância para o desenvolvimento do bebê.

Segundo ele, durante a gravidez, o bebê é sensível a esse ambiente de uma forma única, “muito mais, por exemplo, do que após o nascimento. Como temos dito, lidar com o estresse da mãe e com a depressão durante a gravidez é uma estratégia importante, clínica e socialmente”.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 20 de julho, 2011.

Jorge Hessen comenta*

Pesquisadores da Universidade de Kontanz, na Alemanha, asseguram que “o estresse de uma mãe pode provocar alterações biológicas em um receptor de hormônios e afetar seu bebê ainda no útero, causando sequelas em longo prazo na vida da criança.”(1) Essas mutações foram associadas a problemas de conduta e enfermidades mentais. Mulheres que usam certos tipos de antidepressivos durante a gestação, da qual fazem parte remédios como o Prozac (fluoxetina) e o Zoloft (sertralina), “podem ter bebês com síndrome de abstinência neonatal. Após o nascimento, quando não ingerem mais as substâncias, os bebês apresentam sintomas como convulsões, irritabilidade, choro anormal e tremores.”(2)

Pela “hipótese da programação fetal”, discute-se sobre alguns fatores inoportunos acontecidos durante períodos sensíveis do desenvolvimento no útero que tendem a “programar set points “(3) numa variedade de sistemas biológicos da criança. Isso influenciaria a desenvoltura desses sistemas biológicos para modificarem ao longo da vida, derivando em dificuldades de adaptação fisiológicas, culminando em predisposição a enfermidades e conflitos psíquicos.

No entanto, para o espírita, a Lei Divina estabelece que se o ser reencarnado carrega tendências inferiores ele apenas as desenvolve ao reencontrar situação favorável. A herança genética, qual é aceita nos conhecimentos científicos atuais, tem as suas fronteiras. Podem ocorrer “certas modificações à matéria na parte embriológica, determinando alterações favoráveis ao trabalho de redenção de que necessite o reencarnante.”(4) O nascimento e o renascimento, no mundo, sob o ponto de vista físico, “jazem confiados a leis biológicas de cuja execução se incumbem Inteligências especializadas, contudo, em suas características morais, subordinam-se a certos ascendentes do espírito. E quanto mais vastos os recursos espirituais de quem retorna à carne, mais complexo é o mapa de trabalho a ser obedecido.”(5)

Assimilamos as energias de nossos pais terrestres na medida de nossas qualidades boas ou más, para o destino enobrecido ou torturado a que fazemos jus, pelas nossas conquistas ou débitos que voltam à Terra conosco, emergindo de nossas anteriores experiências. “A hereditariedade é dirigida por princípios de natureza espiritual. Se os filhos encontram os pais de que precisam, os pais recebem da vida os filhos que procuram.”(6) Se ao reencarnarmos permanecemos dispostos ao processo de auto elevação, sobrepujaremos a quaisquer cobranças menos nobres do corpo ou do ambiente, triunfando sobre as condições antagônicas.

Os estudiosos suspeitam que o lugar primordial (intra-útero) tenha papel crucial. Inobstante acreditarem que o “bebê é sensível só ao ambiente (intra-uterino) de uma forma única, muito mais do que após o nascimento”(7), afirma-se que o ambiente social da gestante pode ser de extrema importância para o desenvolvimento do bebê. Estudo realizado nos Estados Unidos indica que pessoas que receberam carinho em abundância de suas mães quando bebês são mais capazes de lidar com as pressões da vida adulta.(8)

Cada qual de nós renasce na Terra a exprimir na matéria densa o patrimônio de bens ou males que incorporamos aos tecidos sutis da alma. A patogenia, na essência, envolve estudos que remontam ao corpo espiritual, e podemos entender, com mais segurança, os processos dolorosos das enfermidades congênitas e das moléstias insidiosas que assaltam a meninice no mundo.

Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. “Cada reencarnação está supervisionada por deliberações superiores, muitas vezes insondáveis para o homem.”(9) Renascimentos, berços torturados, acidentes da infância, delitos da juventude, dramas passionais, lares periclitantes, divórcios, deserções afetivas, certas modalidades de suicídio, tanto quanto moléstias e obsessões resultantes de abusos sexuais e uma infinidade de temas conexos são examinados nos departamentos especializados do além, segundo as rogativas e as queixas entregues aos pronunciamentos da justiça."(10)

O corpo físico, de certa maneira, em muitas ocorrências, não é apenas um “vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo-nos os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial.”(11) O organismo provém do corpo dos pais, porém, as tendências que cercam cada um desde os primeiros dias, pelo ambiente a que foi chamado a viver ou pelo tipo de corpo com que (re)nasceu, afeta-o mais ou menos, pela força do livre-arbítrio. As qualidades morais resultam da luta e do esforço individual. Uma verdade é inconteste: os pais transmitem disposições genéticas, jamais qualidades morais! A consciência traça o destino, o corpo apenas reflete a alma. “Toda agregação de matéria obedece a impulsos do espírito. Nossos pensamentos fabricam as formas de que nos utilizamos na vida.”(12)

O corpo herda do corpo conforme o estado mental que se ajusta a outras mentes [pais], pela lei da afinidade, cabendo reconhecer que a hereditariedade [relativa ou compulsória] talhará o corpo físico de que necessitamos em determinada encarnação, não nos sendo possível alterar o plano de serviço que merecemos ou de que fomos incumbidos. “Segundo as nossas aquisições e necessidades podemos, pela própria conduta feliz ou infeliz, acentuar ou esbater a tonalidade dos códigos que nos recomendam a rota, através dos bióforos [unidades de força psicossomática que atuam no citoplasma], projetando sobre as células e, consequentemente sobre nosso corpo, os estados da mente, que estará enobrecendo ou agravando a própria situação, de acordo com a nossa escolha do bem ou do mal.”(13)

Como se depreende, a lei da herança não é determinística. A criatura não receberá, ao renascer, a total imposição dos característicos dos pais. As enfermidades ou as disposições criminosas não serão transmissíveis de maneira integral. Sob quaisquer hipóteses das pesquisas acima, recordemos igualmente que cada ser humano [encarnado ou não] é um mundo por si mesmo. O espírito que possui a mente alicerçada nas bases do amor emite forças equilibrantes e restauradoras para os trilhões de células de seu próprio organismo; “todavia, quando perturbada, emite raios magnéticos do alto poder destrutivo para estas mesmas células.

Certamente, um estado depressivo da mãe pode alterar a tessitura de um reencarnante, tanto quanto o vínculo sólido entre mãe e bebê pode diminuir o estresse da criança e ajudá-la a desenvolver recursos que a auxiliarão em suas interações sociais e na vida de maneira geral. Mas será que o calor maternal na infância poderá ser fator determinante e exclusivo para o comportamento dos filhos anos mais tarde? “Em verdade, a vida física é puro estágio educativo, dentro da eternidade, e a ela ninguém é chamado a fim de candidatar-se a paraísos de favor.”(14)

Reencarnar não é ganhar um corpo para nova aventura, ao acaso das circunstâncias, contudo “significa responsabilidade definida nos serviços de aprendizagem, elevação ou reparação, nos esforços evolutivos ou redentores.”(15)

Referências bibliográficas:

(1) Publicadas na revista científica Translational Psychiatry;

(2) Segundo pesquisa da Universidade de La Laguna, na Espanha;

(3) Termo referente a qualquer um de um número de quantidades (por exemplo, o peso corporal, a temperatura do corpo) que o corpo tenta manter em um valor específico;

(4) Xavier, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1975, Cap. XII;

(5) Segundo Carmine Pariante, especialista em psicologia do estresse do Instituto de Psiquiatria do King’s College London;

(6) Pesquisa divulgada pelo Journal of Epidemiology and Community Health;

(7) Xavier, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1975, Cap. X;

(8) Xavier, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1975, Cap. XXIX;

(9) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro, Ed. FEB, 2000, Primeira Parte - VII;

(10) Xavier, Francisco Cândido. Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1975, Cap. II;

(11) Xavier, Francisco Cândido. Libertação, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, Cap. III;

(12) Xavier, Francisco Cândido. Missionários da Luz, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, Cap. 2;

(13) Idem, Cap. 12;

(14) Xavier, Francisco Cândido. E a Vida Continua, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1968, Cap. 17;

(15) Xavier, Francisco Cândido. Sexo e Destino, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1963, 2ª parte - Cap. X.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.