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Max Melitzer vivia catando materiais recicláveis pelas ruas de Salt Lake City, nos Estados Unidos. O sem-teto foi surpreendido com uma notícia difícil de acreditar: estava herdando uma boa quantidade de dinheiro de seu irmão, que morreu de câncer no ano passado. Darlene Polimene Caires comenta.

  • Data :19 Aug, 2011
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Mendigo americano herda fortuna de irmão rico

Do UOL Notícias* Em São Paulo

Max Melitzer era um mendigo que vivia catando materiais recicláveis pelas ruas de Salt Lake City, nos Estados Unidos, até o último sábado. Nesse dia, o sem-teto foi surpreendido com uma notícia difícil de acreditar: estava herdando uma boa quantidade de dinheiro de seu irmão, que morreu de câncer no ano passado.

O detetive particular David Lundberg foi quem deu a informação ao agora ex-mendigo.

“Ele não vai mais ter de viver nas ruas ou abandonado em abrigos. Com esse dinheiro, ele poderá ter uma vida normal, com uma casa, boas roupas, comida e plano de saúde’, contou Lundberg, sem revelar a quantidade de dinheiro herdada.

Lundberg foi contratado por um escritório de advocacia para encontrar Melitzer. Ele pretende fazer a reunião do herdeiro com a família nas próximas semanas.

Segundo Lundberg, Melitzer estava sentado em um banco de um parque de Salt Lake City, quando recebeu a notícia que irá mudar sua vida para sempre.

“Ele está chocado. Para ele, isso veio do nada. Melitzer é um sujeito alegre e doce, com cerca de 60 anos de idade. Ele é mais articulado do que eu pensei para um homem na sua posição”, contou.

Melitzer mora nas ruas já há anos e costumava conversar com seus parentes por cartas, apesar de nunca telefonar para ninguém.

O herdeiro foi levado a um local não revelado em Salt Lake City e, por enquanto, não quer falar com a imprensa.

*Com informações da AP

Notícia publicada no Portal UOL , em 20 de junho de 2011.

Darlene Polimene Caires comenta**

Vivemos em um plano material, nos apegamos a ele, mas nada é nosso: Somos somente zeladores de toda a materialidade à nossa volta, inclusive nosso corpo.

Como nos iludimos! E esse sistema em que vivemos contribui muito para aumentar o nosso sofrimento. Entretanto, se olhamos para a história, desde sempre o apego aos bens materiais, o culto ao poder, estava presente em todo o tipo de sociedade.

Alguns, intuídos e menos materializados, tentavam alertar o engano que estávamos cometendo. Eram os sábios em forma de filósofos, profetas, gurus.

Mas o mais surpreendente é que essas advertências e sugestões, ao longo do tempo, foram se distanciando da ética, da moral, para tornar-se uma forma para ganhar o céu: tornaram-se religião.

Todavia, as religiões conseguiram inverter os valores em favor da materialidade, basta olharmos para a história e termos olhos de ver: Elas conseguiram colocar Deus, Jesus e a Espiritualidade Maior a serviço do homem. Quem já não fez promessas para isso ou aquilo, tentou barganhar algo que achava ser de vital importância, ainda faz preces pedindo empregos, casas, carros para nós e até mesmo para os nossos?

Realmente, é muito difícil o desapego quando tudo em nós e à nossa volta é matéria. E ficou muito mais difícil com a tecnologia que nos encanta, nos hipnotiza, sem contar com uma maciça indústria de marketing e designers dando o sangue para nos seduzir cada vez mais. Basta olharmos para o lado, que enxergamos alguém bonito, feliz, saudável, expondo algum artigo de consumo para nos prender ainda mais nessa teia, muitas vezes mortal.

O que nos cega a razão? Por que não conseguimos aceitar o necessário como forma normal de viver? E Allan Kardec nos elucida: “É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. É o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos” (1)

Então, vemos claramente uma viagem de retorno aos valores éticos e morais. Precisamos urgentemente aprender a colocar as coisas em seus devidos lugares, porque “o homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais”. (2)

E com essa matéria percebemos claramente isso acontecendo: A fortuna passar para as mãos de outro, após o desencarne  da pessoa em questão.

Foi justiça? Foi merecimento? Nada podemos afirmar porque não conseguiremos contextualizar as histórias de ambos, mas uma coisa é certa: “A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação” .(3) “A riqueza é um meio de o experimentar moralmente” .(4)

Fontes:

(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da pobreza;

(2) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, A verdadeira riqueza;

(3) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, Emprego da riqueza;

(4) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, Desigualdade das riquezas.

** Darlene Polimene Caires é professora aposentada e participa das atividades do Centro Espírita Nosso Lar, em Londrina, no Paraná.