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Huguette Clark, herdeira de uma das maiores fortunas dos Estados Unidos, morreu em um hospital de Nova York onde ela mesma havia se internado há anos, embora o contato com o mundo exterior já tenha sido cortado há oito décadas. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :08 Aug, 2011
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Morre aos 104 anos a milionária mais misteriosa de Nova York

Nova York, 25 mai (EFE).- A misteriosa milionária Huguette Clark, herdeira de uma das maiores fortunas dos Estados Unidos, morreu aos 104 anos em um hospital de Nova York onde ela mesma havia se internado há anos, embora o contato com o mundo exterior já tenha sido cortado há oito décadas.

“A morte da senhora Clark é uma triste notícia para todos que a amaram e a respeitaram ao longo dos anos. Morreu como quis, com dignidade e privacidade. Vamos continuar respeitando seu desejo de privacidade”, disse seu advogado Michael McKeon em comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Membro da alta sociedade nova-iorquina, Huguette convivia com proeminentes famílias como os Rockefeller, os Astor e os Guggenheim. Casou-se aos 22 anos e, após um breve matrimônio, decidiu se enclausurar em uma mansão da Quinta Avenida de Manhattan, repleta de obras de arte e com vista para o Central Park.

Durante as duas décadas que passou reclusa no hospital nova-iorquino onde faleceu e onde se internou apesar de não ter problemas graves de saúde, a mulher viveu rodeada de bonecas antigas e praticamente nunca recebia visitas, publicou o jornal “The Wall Street Journal”.

A vida da rica herdeira era praticamente desconhecida até que, no ano passado, a emissora “MSNBC” contou sua história e questionou se sua fortuna, avaliada em mais de US$ 500 milhões, estava sendo bem administrada por seus advogados.

A Promotoria de Manhattan mantém uma investigação dessa denúncia a pedido de seus familiares, que Huguette se negava a receber, segundo o jornal “Daily News”, que afirma que a bilionária estava registrada no hospital com um nome falso.

O apartamento de Huguette na Quinta Avenida era considerado o maior da via. Além desse imóvel, ela tinha uma mansão de US$ 100 milhões na Califórnia e uma propriedade de US$ 24 milhões em Connecticut.

A misteriosa filha de um dos “reis do cobre” do século XIX - e que chegou a ser o segundo homem mais rico do país - jamais viveu nos imóveis que tinha fora de Nova York, de acordo com o “Daily News”.

Huguette se casou em 1928 com um homem de uma família com certo reconhecimento social, embora “os artigos de fofoca (da época) comentassem que ela valia milhões, enquanto ele era um empregado de Wall Street que ganhava US$ 30 por semana”, informa o “The Wall Street Journal”.

Após dois anos, Huguette se divorciou e abandonou a vida pública. Sem herdeiros, deixa uma fortuna de US$ 500 milhões. Sua fotografia mais recente, acredita-se, foi tirada há 80 anos.

Notícia publicada no Portal UOL , em 25 de maio de 2011.

Marcia Leal Jek comenta*

Há duas formas de compreender essa reportagem. A visão sobre a solidão e a importância da família. Huguette Clark vivia há 22 anos no hospital Beth Israel Medical Center, sem contato com a família e os amigos. Sobre este assunto, podemos encontrar algumas orientações em “O Livro dos Espíritos”, obra basilar da Doutrina Espírita, onde os Espíritos amigos nos esclarecem respondendo às perguntas de Allan Kardec na questão 768: “Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.”

Precisamos uns dos outros para vivermos melhor, e não é apenas por escolha, mas sim por necessidade. A troca de experiências nos proporciona avanços tanto morais como intelectuais. A Deus não agrada uma vida na qual o homem se condena a não ser útil a ninguém. A terra é um planeta de provas e expiações e não há melhor lugar para trabalhar as nossas imperfeições. E as pessoas que se isolam se desligam do conhecimento, dos recursos que os outros podem oferecer.

Nas obras de Andre Luiz, psicografia de Francisco Candido Xavier, descobrimos que também existe coletividade no mundo espiritual, não encontramos criaturas isoladas, a não ser aquelas adoecidas emocionalmente. O isolamento apenas aumenta a esquisitice em nossa cabeça.

O próximo é o mediador de nosso progresso espiritual e não será jejuando, isolando, que iremos conseguir crescer. Podemos encontrar respostas através do silêncio. Jesus se isolava, mas para orar e pensar. Isso é um exemplo para que possamos também nos refugiar dentro de nosso coração através das orações, e não isolando-nos definitivamente.

Não sabemos qual o motivo de Huguette Clark para se afastar dos amigos e até mesmo da família, mas a nossa base é a família, lugar onde temos, muitas vezes, as nossas maiores batalhas e os maiores desafios. É na família que começamos a exercitar os caminhos da Reforma Íntima; é aperfeiçoando a nós mesmos que conseguiremos, com nosso exemplo, melhorar o outro; é trabalhando em favor do próximo que poderemos corrigir a nossa casa, a nossa família, pois próximo é aquele irmão extremamente necessitado que temos debaixo do mesmo teto e que, por vezes, pensamos não ter mais solução.

Não vamos nos isolar, vamos permanecer juntos cultivando as coisas boas da vida.

  • Marcia Leal Jek estuda o Espiritismo há mais de 25 anos e é trabalhadora do Centro Espírita Francisco de Assis, em Jacaraipe, Serra, ES.