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Uma pesquisa sugere que as expectativas dos pacientes podem tanto potencializar os efeitos de um analgésico como neutralizá-los por completo. O estudo de britânicos e alemães foi publicado na revista especializada Science Translational Medicine. Sergio Rodrigues comenta.

  • Data :30/07/2011
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Expectativa do paciente altera sensação de dor

Com informações da BBC

Sensação de dor

Uma pesquisa sugere que as expectativas dos pacientes podem tanto potencializar os efeitos de um analgésico como neutralizá-los por completo.

Pesquisadores britânicos e alemães aplicaram calor nos pés de 22 pacientes, que em seguida tiveram de quantificar o grau de dor sentida em uma escala de 0 a 100.

Simultaneamente, os pacientes eram submetidos a um escâner cerebral, que exibia as condições das diferentes regiões do cérebro enquanto os testes eram realizados.

Após a aplicação do calor, o nível médio de dor sinalizado por eles foi de 66.

Os pacientes que estavam também conectados a um dispositivo intravenoso pelo qual poderiam receber doses de medicamentos sem ser informados, recebiam, então, um poderoso analgésico chamado remifentanil.

Depois disso, eles passaram a sinalizar 55 como sendo seu índice de dor.

Dor psicológica

Os pesquisadores informaram-nos, em seguida, que eles estavam sendo medicados com um analgésico, e a nota dada por eles caiu para 39.

Então, mantendo a mesma dose, eles foram informados de que a aplicação do analgésico havia sido suspensa e que eles provavelmente sentiriam dor.

Com isso, a nota subiu para 64.

Portanto, apesar de eles estarem recebendo remifentanil, relataram estar sentindo o mesmo nível de dor indicado quando não estavam recebendo qualquer analgésico.

Mente 1 x 0 Analgésico

A professora Irene Tracey, da Universidade de Oxford, disse à BBC: “É fenomenal. É um dos melhores analgésicos que temos e a influência do cérebro pode ou aumentar em muito o seu efeito ou removê-lo por completo”.

O estudo, publicado na revista especializada Science Translational Medicine , foi conduzido em pessoas saudáveis que foram submetidas à dor por um curto período de tempo.

De acordo com a pesquisadora, pessoas com condições críticas e que haviam experimentado vários medicamentos ao longo de muitos anos podem ter uma experiência negativa muito maior do que a de outros, o que teria impacto sobre seu tratamento no futuro.

Poder das expectativas

Escaneamentos cerebrais realizados durante a pesquisa mostraram também quais as regiões do cérebro que foram afetadas.

A expectativa de um tratamento positivo foi associada com a atividade nas áreas cíngulo-frontal e subcortical do cérebro, enquanto a expectativa negativa levou ao aumento da atividade no hipocampo e no córtex frontal medial.

Os cientistas também disseram que a pesquisa levanta dúvidas a respeito de testes clínicos usados para determinar a eficácia de medicamentos, que usam placebos.

Segundo George Lewith, pesquisador da área de saúde da Universidade de Southampton, trata-se de “mais uma prova de que encontramos o que esperamos da vida. A pesquisa faz cair por terra testes clínicos aleatórios, que não levam a expectativa em conta como fator”.

Notícia publicada no Diário da Saúde , em 18 de fevereiro de 2011.

Sergio Rodrigues comenta*

Ao estudar os fluidos e sua ação sobre a matéria, Allan Kardec explica que esta, por si só, é insensível. Quando uma ação provoca-lhe algum tipo de lesão capaz de suscitar a sensação de dor, esta é recebida pela matéria, que, utilizando-se dos nervos como fio condutor, transmite os seus efeitos ao fluido perispiritual. Este, por sua vez, também é insensível, mas a repassa ao espírito, sede das sensações. As lesões dolorosas, pois, explica Kardec, repercutem no espírito, que é quem as sente, qual choque elétrico, por intermédio do fluido perispiritual, elemento de ligação entre espírito e matéria. Podemos figurar assim este processo:

lesão dolorosa -> corpo material ->  nervos -> fluido perispiritual -> espírito

Assim, as lesões dolorosas do corpo repercutem e são sentidas pelo espírito, qual choque elétrico, por intermédio do fluido perispiritual.

Por outro lado, continua explicando Kardec, a sensação da dor pode ser suspensa, parcial ou totalmente, nos momentos de grande excitação ou de preocupação do espírito. Nesses momentos, o espírito, pela força de seu pensamento estar voltada para outras circunstâncias, como que se desliga do corpo, suspendendo a transmissão, pelo fluido perispiritual, dos efeitos da ação sofrida pela matéria, o que ocasiona uma insensibilidade, total ou parcial, momentânea. Admite, ainda, o Codificador, possa o próprio fluido perispiritual, em semelhantes circunstâncias, operar uma modificação molecular que lhe tira, temporariamente, a propriedade de transmissão. É por essa razão, exemplifica, que, muitas vezes, “no ardor do combate, um militar não percebe que está ferido e que uma pessoa, cuja atenção se acha concentrada num trabalho, não ouve o ruído que se lhe faz em torno”.

No caso da pesquisa que a matéria comentada aborda, podemos entender que os pacientes alvos das experiências mencionadas tiveram a sensação de dor diminuída ou aumentada, conforme o caso, por força da ação do espírito. Recebendo a sugestão de que o medicamento foi ministrado, o espírito, influenciado por este fato, agiu sobre o fluido perispiritual, suspendendo a sua ação e impedindo ou diminuindo a sensação de dor. Quando sugestionado de que o medicamento não estava sendo ministrado, a transmissão da sensação de dor pelo fluido espiritual deu-se naturalmente, pois não encontrou resistência por parte do espírito. Sem o conhecimento da realidade da existência do espírito e de sua ação sobre a matéria por intermédio do perispírito, não há como entender os resultados obtidos pelas experiências citadas na matéria. Apenas levando em consideração os aspectos fisiológicos, não se chegará a um entendimento.

  • Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.