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Muitas vezes nos sentimos arraigados nos tradicionais processos e não fazemos muito para mudá-los. Fazer algo novo significa arriscar, assumir o risco de ir água abaixo. É um espírito empreendedor, tentar colocar em prática uma ideia que parece insana. Cristiano Carvalho Assis comenta.

  • Data :29/03/2011
  • Categoria :

Você pensa fora da caixa?

Fazer algo novo significa arriscar, assumir o risco de algo que pode ir água abaixo. É um espírito empreendedor, tentar colocar em prática uma ideia que parece insana

Bernt Entschev

“Insanidade é fazer as mesmas coisas sem parar, esperando resultados diferentes” . Você já deve ter ouvido este pensamento em algum lugar. Pois bem: foi dito por Albert Einstein – e este é o mote que pode resumir um pouco o que venho tratar hoje.

Tenho reparado que as empresas prezam muito pela qualificação do profissional que querem contratar, e isso é de se esperar. Mas muitos parecem esquecer de uma habilidade que vai além de qualquer conhecimento: criatividade.

Inovar, como já define o dicionário, é “produzir algo novo, encontrar novo processo, renovar”. Já parou para pensar como certas situações poderiam ser dribladas ou superadas com a criação de algum método novo?

Muitas vezes nos sentimos arraigados nos tradicionais processos e não fazemos muito para mudá-los. Também levamos conosco a máxima de que “em time que está ganhando, não se mexe”. Pode até ser que não, mas com o mundo se renovando a todo instante, será que os processos de sempre realmente vingarão por muito tempo? E pior: numa época tão turbulenta como a atual, seria prudente continuar agindo da mesma maneira?

Nada como a dificuldade (como no último ano) para expor as pessoas a seu limite e testar sua capacidade de adaptação, fazendo-as pensar fora da caixa. E foi justamente nesses tempos conturbados que passamos, de muitas demissões e ajustes, que surgem as mais geniosas alternativas. Coisas que nenhum dinheiro pode comprar. Somente a criatividade pode conceber. Fazer o novo traz novos ares a empresa, aos produtos e aos processos.

Já adianto: saber fazer algo diferente, ou novo, não tem a ver somente com criatividade. Tem muita relação com a coragem também. Fazer algo novo significa arriscar, assumir o risco de algo que pode ir água abaixo, é um espírito empreendedor, tentar por em prática uma ideia que parece insana para muitos. Quando uma pessoa com esse espírito arrisca, a ideia dá certo e traz muitas árvores e frutos, o que acontece em seguida? Todos copiam. E aí você não é mais o primeiro, está junto com o resto do cardume.

Mas como ser um bom inventor? Todos podem ser criativos, e há comprovação científica para isso. Em primeiro lugar, é preciso ser aberto às mudanças constantes do mundo. Ser, também, uma pessoa que adere às novas tecnologias e as incorpora aos seus novos métodos e processos. Também, aquele que filtra o que pode ser útil para si e para sua empresa, buscando sempre a modernização – que, se parar para pensar, nada mais é o que as empresas de TI buscam.

Isso, claro, envolve estudo e conhecimento sobre a área – e uma observação constante de tudo que está à nossa volta. Pode ser que, em um momento de distração, viagem, pensamentos antes de dormir, uma solução aparece. Já deve ter acontecido com você.

Ideias nada mais são que pontes de criatividade. Sua mente pode ter parado em um ponto do caminho, mas o próximo pedaço pode estar na mente de outra pessoa. Finalizo com outro pensamento interessante, desta vez de Ruth Noller: “As mentes são como pára-quedas: só funcionam se estiverem abertas”.

Matéria publicada na Revista Amanhã , em 3 de janeiro de 2011.

Cristiano Carvalho Assis comenta*

A reportagem é direcionada às empresas ou às pessoas em relação aos seus trabalhos. Mas analisemos se o ponto de vista do autor não se adequa para nossa vida íntima ou para o nosso crescimento espiritual.

“As empresas prezam muito pela qualificação do profissional, e isso é de se esperar. Mas muitos parecem esquecer que vai além do conhecimento: a criatividade”. Não fazemos o mesmo? Buscamos nos qualificar extremamente em todas as áreas de nossas vidas. Observamos pessoas com grande conhecimento nas áreas psicológicas, espirituais e religiosas que, se perguntarmos sobre algum assunto, sabem em que versículo, item ou, nós espíritas, em que ponto nas Obras de Allan Kardec encontrar. Isso é importante? Sem dúvida, mas muitos se perdem quando precisam utilizar estes conhecimentos nas dificuldades do dia a dia, no convívio com o outro, nas perdas ou no sentir do que trazem no coração. Falta um caminho grande para sairmos do saber para o praticar. Precisaremos de muita criatividade para desenvolver nossa capacidade de se adaptar em qualquer situação que vier. Quando fizermos, deixaremos de ser conhecedores para nos tornar sábios.

“Já parou para pensar como certas situações poderiam ser dribladas ou superadas com a criação de algum método novo?” Façamos esta pergunta intimamente e imagine quantas coisas poderíamos ter superado se tivéssemos posições novas, sem intransigência ou com mais flexibilidade. Quantas amizades ou situações perdidas poderiam ter sido evitadas. O grande problema é que possuímos a rigidez mental, com nossas “verdades” absolutas ou com os “tradicionais processos”. Em algum momento de nossas vidas, um posicionamento deu certo e queremos repetir eternamente, mesmo que as situações ou as pessoas sejam outras. E neste processo sofremos muito, pois a vida é eternamente mutável, contra nós que somos constantemente acomodados e apegados com tudo e com todos, principalmente com nossas ideias.

“Nada como a dificuldade”. Pena precisarmos dizer isso, mas é a verdade. Só nos mexemos quando a dor é intensa, porque enquanto ela é suportável vamos aguentando. Como é difícil sairmos da nossa preguiça mental e dos nossos oásis de proteção psicológica, como a rotina, a família, os amigos, nossos trabalhos ou nossas ilusões de saúde e poder ter a coragem de seguir nossos anseios mais íntimos, em busca do crescimento espiritual. Falar é muito fácil, mas ter coragem em “assumir o risco de algo que pode ir água abaixo” e “tentar por em prática uma ideia que parece insana para muitos” são para poucas pessoas. A grande maioria só faz obrigada pelas dores e pelas perdas que batem nas nossas portas. Os que se adaptam a elas crescem, seja profissionalmente quanto espiritualmente. Os rígidos ou teimosos se quebram, gerando revoltas, doenças, mania de perseguição, pessimismo ou depressões.

Todos deveríamos ser pessoas mais flexíveis, pois sabemos que viemos refazer coisas mal feitas no passado, e foram essas verdades íntimas e nossas tendências que nos levaram a errar, e Deus nos deu uma nova oportunidade de refazer. Mas, em vez disso, nos colocamos de forma orgulhosa, querendo ser o melhor ou controlar os que nos rodeiam. Queremos que nossos pontos de vistas imperem sobre os de todos, vivendo uma vida de disputa eterna, mesmo que seja inconsciente.

“Ser uma pessoa que adere às novas tecnologias e as incorpora aos seus novos métodos e processos”. As novas tecnologias podem ser as ideias dos que pensam diferentes de nós. Temos o hábito de ficar próximo ou ler apenas coisas dos que pensam como nós. Como evoluir com essa conduta? Emannuel fala sobre isso no livro Fonte Viva : “um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.” Imaginemos quando conseguirmos ter o discernimento em aceitar que nem sempre estamos de acordo com Deus e começar a buscar entrar em um consenso com as ideias do próximo. O que seria isso? Seria o momento que não iríamos mais querer exclusividade de ideias, com a neurose de donos da verdade e tiraríamos o melhor do ponto de vista dos outros, agregando com os nossos para podermos passar melhor pelos embates da vida.

“Envolve estudo e conhecimento sobre a área – e uma observação constante de tudo que está à nossa volta”. Para conseguirmos nosso crescimento espiritual, também não precisamos disso? Conhecimento dos Ensinamentos de Jesus, do Espiritismo, ou de sua designação religiosa, e uma constante observação à nossa volta, não para julgar ou para ficar desconfiados de todos, mas para aprendermos a tirar ensinamentos das vitórias e derrotas, dos amigos e inimigos, dos convívios difíceis e das perdas. Tudo só sendo possível se tivermos as mentes abertas e os corações com sensibilidade em observar e analisar com olhos cristãos o nosso redor.

Meus irmãos, fazendo tudo isso conseguiremos amenizar nossos conflitos íntimos e melhorar nosso convívio com os outros. Não tenhamos a “insanidade de fazer as mesmas coisas sem parar, esperando resultados diferentes” , pois enquanto fizermos isso caminharemos em círculos, e o objetivo que Deus quer é nos ascender espiritualmente para sermos felizes. Busquemos nos reprogramar constantemente, pois cada luta tem seu aprendizado a nos trazer, e quando uma acaba outra aparecerá para novos ensinamentos. Finalizemos com a mensagem do livro Sementes de Felicidade , de Lourival Lopes:

Abra-se à mudança de vida. Renove-se como as manhãs, como as árvores, como a primavera. Uma força poderosa dentro de você anseia por expansão. É preciso participar da marcha da vida. Transformar-se para melhor, trabalhar, servir. Caminhe. Parado, o mundo o deixa para trás. Confie no seu potencial de transformação, de ação, de aperfeiçoamento. Avance. As leis que regulam a renovação universal estão também dentro de você.

  • Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.